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Em Pauta

O feijão que comeremos será chinês e a mandioca já é tailandesa

Mário Sérgio Lorenzetto | 12/02/2014 07:50
O feijão que comeremos será chinês e a mandioca já é tailandesa

O feijão não é brasileiro, é chinês

A soja e o milho continuarão a dar as cartas no plantio de grãos brasileiro em 2014, e o feijão será uma das “vítimas” do comportamento desses dois produtos. Mesmo com o consumo crescente nos últimos 5 anos, a área de feijão de primeira safra cresceu apenas 4%, chegando a 1,17 milhão de hectares. É uma das três menores áreas cultivadas para o plantio de toda a história. No total das três safras, a área deve chegar a 3,74 milhões de hectares.

Como consequência da área plantada reduzida em relação às necessidades do país, a produção deve ficar em torno de 3,28 milhões de toneladas. O montante está 8,5% abaixo do consumo projetado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Considerando que a Conab (Cooperativa Nacional de Abastecimento) decidiu não formar estoques do grão, o abastecimento será complementado por feijão preto e pelo produto importado. A importação, como em anos anteriores, virá da Argentina e a novidade – da China. Brevemente teremos o tradicional feijão brasileiro falando mandarim.

O feijão que comeremos será chinês e a mandioca já é tailandesa

E a mandioca é da Tailândia

Escassez. Está em falta. São as palavras que mais se tem ouvido no mercado de mandioca desde o ano passado. A grave seca no Nordeste, principal produtor da raiz, fez com que a mandioca desaparecesse, inclusive na região Centro-Sul. Os preços altos ainda persistem – ainda que com alguma redução – e podem durar ainda por algum tempo. “Os preços são os mais altos da história” afirma o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca – João Eduardo Pasquini.

A raiz chegou a inéditos R$ 600 por tonelada no ano passado. Esse é o preço pago para uma mandioca com teor de amido médio, com rendimento apenas razoável. A estiagem no Nordeste fez com que os fabricantes e atacadistas de farinha daquela região procurassem pelo produto no Centro-Sul. As indústrias de São Paulo e do Paraná, os mais assediados, passaram a enfrentar dificuldades de abastecimento. O setor se viu obrigado a importar cerca de 20 mil toneladas da Tailândia.

No Mato Grosso do Sul, a produção de mandioca deve ter um incremento de 16% na safra 2013/2014, passando de 721 mil toneladas para 840 mil. Talvez a única área plantada a competir com a soja/milho em vantagem e saltará de 33 mil hectares para 40 mil hectares, com um aumento de 20%.

A cultura da mandioca vem ganhando muito destaque na região sul do Estado em razão das boas cotações do produto no mercado local e nacional. Além dos agricultores familiares da região, especialmente de Ivinhema e Iguatemi, alguns grupos indígenas estavam atentos aos bons pagamentos oferecidos pelas indústrias de fecularia e obtiveram bons ganhos.

O feijão que comeremos será chinês e a mandioca já é tailandesa
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Reajuste da tabela do IR está abaixo da inflação, mas contribuinte perde

Estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) aponta defasagem de 61,42% na tabela de cálculo do Imposto de Renda retido na fonte. O percentual corresponde ao período compreendido entre 1996 e 2013. Conforme o Dieese, no confronto de informações das correções feitas pelo governo na tabela do IR para pessoa física no decorrer dos últimos 18 anos, o percentual encontrado é bem superior, chega a 89,96%. Os índices estão abaixo da inflação oficial do país medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

No fim das contas, quem acaba pagando mais com esta forma de reajuste? Eles mesmos, os assalariados que ganham os menores salários. A eles recai a maior carga tributária, considerando a proporcionalidade. É por isso que contribuintes de baixa renda, que antes eram considerados isentos, já têm o desconto do imposto na fonte.

O feijão que comeremos será chinês e a mandioca já é tailandesa

Entenda melhor como o leão morde seu bolso nessa forma de reajuste

O limite atual de isenção vigente é de R$ 1.787,77. Só que se a tabela do IR estivesse sendo corrigida pelo IPCA, este limite de isenção estaria em R$ 2.885,82. O cálculo foi divulgado pela empresa PAR, que atua com finanças pessoais e aponta que o trabalhador que ganha R$ 2.885,82 paga mensalmente R$ 97,84 de IR na fonte. Em um ano, esse valor sobe para R$ 1.271,96, considerando os 13 salários. Nada disso seria descontado se fosse considerada a inflação.

A previsão é de que, em alguns anos, não existam mais faixas de isenção se o cálculo continuar como é feito atualmente. Isso acontece porque o salário mínimo, hoje em R$ 724, é reajustado acima da inflação. A tabela atual do IR foi corrigida em quase 6%, mas a inflação foi de 4,5%.

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Oportunidade de ganhar dinheiro como dono de um negócio motiva brasileiro jovem

É assim para sete em cada dez brasileiros que abrem uma empresa, segundo as conclusões de estudo realizado em parceria pela Global Entrepreneurship Monitor, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) e o Sebrae. A pesquisa apontou que em 2002, apenas 42% dos empreendedores abriam um negócio por acreditar no mercado. O restante fazia para sobrevier mesmo. O cenário é diferente agora. Em 2013, são 71% de empreendedores crentes em oportunidade.

A maioria dos proprietários dos negócios com até três anos e meio de atividade tem 18 e 34 anos. Naqueles abertos há mais tempo, 25% dos proprietários são dessa faixa etária. Do total, a grande maioria é mulher. São 52%, segundo o estudo. Dez mil pessoas foram ouvidas em 69 países e o Brasil teve o melhor desempenho no ranking de empreendedorismo que considerou os Brics – bloco formado pelo Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul.

O levantamento indica que 85% dos brasileiros levam em conta abrir uma empresa como boa opção de carreira. Na África do Sul, a percepção cai para 74%, e na China para 70%. São 66% de jovens russos considerando um negócio em início de carreira e 61% de indianos.

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O tempo do brasileiro, segundo o Ibope:

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