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Em Pauta

O retorno do cambão, uma forma de escravidão...

Mário Sérgio Lorenzetto | 20/05/2017 07:41
O retorno do cambão, uma forma de escravidão...

As relações trabalhistas no campo poderão se tornar escandalosas. De autoria do presidente da bancada ruralista, Nilson Leitão (MT), um projeto tramita no Congresso prevendo até 18 dias de trabalho ininterrupto, venda integral das férias e, chocando a todos, admite que 45% do pagamento do trabalhador possa ser feito com alimentação e moradia. Pela "genialidade" medieval, o autor da façanha levou uma dura reprimenda do seu mais ilustre correligionário, o ex-presidente FHC.

A proposta choca por reinstituir uma prática abolida há muito tempo no campo brasileiro. Uma forma de escravidão que o trabalhador do campo era obrigado a dar ao dono da terra alguns dias de trabalho. Esse foi um dos principais motivos para o surgimento das Ligas Camponesas no nordeste há mais de 50 anos.

Mas não basta conhecer um pouco da história da perversidade, há de se entender a concorrência que os fazendeiros brasileiros têm de enfrentar.

O retorno do cambão, uma forma de escravidão...

...E o uso de fraldas como uniforme de trabalho

Os principais concorrentes dos fazendeiros brasileiros na África, na China e até nos Estados Unidos têm sido alvo de denúncias por submeter os trabalhadores a usar fralda para trabalhar. Não podem parar de trabalhar nem para fazer xixi. Abusam da mão de obra de imigrantes nos EUA, especialmente entre os produtores de frutas, cultura pouco mecanizada. Já na África e na China condição semelhante se dá com a própria população numerosa e despreparada.

O retorno do cambão, uma forma de escravidão...

A esquerda brasileira é aristocrática e representa endinheirados

O problema maior da esquerda brasileira é o fato de que se tornou o refúgio da classe média alta, dos artistas e intelectuais. Ela abandonou os marginalizados, os desempregados, os jovens desencantados e os imigrantes. Eles são o mundo da nova pobreza. E nesse conjunto da sociedade vivem, por exemplo, a grande massa dos trabalhadores desqualificados, os últimos na escala da pirâmide social e os 14 milhões que procuram trabalho. Todos esquecidos pelos grandes sindicatos.

Os sindicatos se burocratizaram e se comprometeram mais com as categorias melhor assalariadas como os bancários e professores, do que com o exército dos milhões de trabalhadores marginalizados. Deixaram para trás valores como os do mérito e da economia, cuja bandeira passou a ser empunhada pela direita.

A esquerda petista escorregou para a política dos privilégios. Não foram apenas seus comandantes que se aburguesaram, mas também muitos de seus ativistas, que descobriram o gosto pela vida cômoda dos ricos. E não podemos nos esquecer que eles eram os "donos" da ética.

A esquerda brasileira resgatou milhões de trabalhadores da miséria, mas sem qualificá-los profissionalmente, os devolveu à condição anterior de péssima condição de vida. Essa é a verdade que desejam esconder. Formou assim, uma massa de novos pobres. Eles estão com os olhos voltados para a direita, só uma, cada vez mais improvável, candidatura de Lula recolocará seus olhos de volta à esquerda. Para eles, Lula foi e continua sendo santo. Não é de esquerda e nem de direita. Pelo contrario, tem uma força mística, cura bicho-do-pé e desemprego. Se não bastasse a santificação, seus mais bem colocados adversários, Dória e Bolsonaro, não têm capilaridade, não são conhecidos nas periferias e nas pequenas cidades. A encrenca está colocada e não passará. Lula será preso brevemente? Lula será eleito e, em seguida, preso? A esperança desapareceu.

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