Os dinossauros não rugiam: alguns cantavam como pássaros
O cinema construiu fantasias que distam da realidade. Nos levou a acreditar, por exemplo, que os vikings usavam capacetes com chifres, que os EUA venceram a Segunda Guerra Mundial (quem venceu foram os ingleses e soviéticos, os norte-americanos foram força secundária), que os tubarões matam humanos em enorme quantidade (matam em média 4 pessoas por ano, muito menos que dezenas de outros animais) e, ultimamente, que os dinossauros rugiam como leões.
O quarto filme de Jurassic World vem ai.
Os rugidos dos tiranossauros e os gritos dos velociraptors aparecerão na quarta entrega de Jurassic World, que estreará brevemente. São pura invenção dos engenheiros de som, que buscam estremecer os espectadores. Esses supostos sons passaram a fazer parte de nosso imaginário, mas não condizem com a realidade. O aparelho “fonador” desses animais é composto de partes moles que quase nunca se fossilizam. Mas a descoberta de um japonês nos deu outra dimensão dos sons emitidos pelos dinossauros.
O instrumento de sopro dos aborígenes australianos.
O “Parasaurolophus tubicen” viveu há 70 milhões de anos. O som que emitia era similar a de um “didgeridoo”, um instrumento de som dos aborígenes australianos, que nada tem a ver com um rugido. Em 1.995, paleontólogos de um museu dos EUA recuperaram um fóssil desse dinossauro. Na cabeça do réptil encontraram três pares de tubos, cada um com quase um metro de comprimento, que funcionavam como um instrumento de vento pré-histórico. Um dos cientistas descreveu o som como de outro mundo.
O dinossauro da Mongólia e o japonês.
Até há pouco tempo acreditávamos que os cantos agudos estavam reservados às aves, mas uma descoberta emergiu das areias do deserto de Gobi, na Mongólia, para mudar tudo. Era uma faringe fossilizada do “Pinacosaurus grangeri”, um encouraçado herbívoro quadrúpede de três toneladas com quase cinco metros de altura. Essa laringe permitiu ao japonês Junki Yoshida afirmar que os sons que esse dinossauro emitia eram similares aos das aves.
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