ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 30º

Em Pauta

Programa para funcionar por muito tempo – Menos Médicos, Mais Sensores

Mário Sérgio Lorenzetto | 04/10/2013 07:59
Programa para funcionar por muito tempo – Menos Médicos, Mais Sensores

Menos médicos, mais tecnologia...

Robôs, inteligência artificial e envelhecimento da população estão mudando o que você entendia por futuro profissional. Escolha um emprego. Escolha uma carreira. Escolha um ramo de atuação e um rumo para a vida. Escolha uma boa universidade. Uma especialização, mas esteja preparado: você terá de rever suas escolhas. Esqueça o programa governamental Mais Médicos. Brevemente não haverá médicos suficientes com o programa ou sem. Esse futuro, em breve vale, para o mundo e não só para o Brasil. Aliás, já começou!

Como os mais idosos requerem mais atenção médica, o envelhecimento iniciado agora levará a uma escassez desses profissionais. Em 2020, faltarão nos EUA, 45 mil médicos. No Brasil temos 700 municípios com nenhum médico e outros 1,2 mil com um ou dois médicos apenas. Tente marcar uma consulta, com plano de saúde ou com dinheiro e conseguirá para 15 ou 30 dias depois. A crise da falta de médicos não está apenas no sistema público. No privado é muito semelhante.

Programa para funcionar por muito tempo – Menos Médicos, Mais Sensores

Alternativas ao inevitável...

As soluções do programa do futuro começaram a acontecer. Na Índia a rede de saúde LifeSpring coloca enfermeiros para fazer o atendimento básico e estimula os médicos a atuarem apenas em casos mais complexos. Na Colômbia, o programa de telemedicina Medicall Home, atende um milhão de famílias. Recebem 95 mil ligações mensais. Esse modelo está sendo exportado para 30 países.

A ideia é que os médicos tenham mais tempo para cirurgias mais complexas, engenharia genética, criação de órgãos mecânicos e nanomedicina.

Esse tipo de mudança encontra resistência em parte da comunidade médica. Creem que o mercado de trabalho atual continuará eternamente. Ledo engano! Podemos formar e importar médicos em grande quantidade, ainda assim faltarão médicos, muito mais do que falta agora.

Programa para funcionar por muito tempo – Menos Médicos, Mais Sensores

Carência impulsiona inovação!

O brasileiro Alexandre Kalache que coordenou o programa de envelhecimento da OMS (Organização Mundial de Saúde) é radical ao dizer que a hegemonia dos médicos sob o tratamento das doenças é coisa do passado.

Nos EUA a Carena, empresa especializada em serviços da saúde com clientes do porte da Microsoft garante que 75% dos casos são resolvidos com uma entrevista por webcam. O médico americano Jay Parkison foi mais longe, criou em 2012 a startup Sherpaa, que coloca cem especialistas à disposição, de forma remota, para tirar dúvidas dos 500 pacientes cadastrados.

Mais inovadora ainda é a invenção da canadense Carolyn McGregor, do Instituto de Tecnologia de Ontário, ela criou um programa em parceria com a IBM que consegue cruzar fluxos de dados para identificar uma infecção um dia antes dos sintomas aparecerem.

Enquanto isso... CFM anuncia ofensiva contra o Mais Médicos!

O CFM (Conselho federal de Medicina) anunciou ontem que vai à OMS (Organização Mundial de Saúde) denunciar o contrato assinado entre o governo brasileiro e a Opas (Organização Panamericana de Saúde) para viabilizar a vinda de médicos cubanos ao país. Conforme o CFM, não está previsto no estatuto da Opas que a entidade tenha a função de intermediar contratações de médicos, funcionando como agência terceirizadora de mão-de-obra. A alegação será de que a Opas descumpre o Código de Conduta da OMS. Hoje, 372 médicos entre brasileiros e estrangeiros estão impedidos de trabalhar porque não têm o registro provisório, que deve ser fornecido pelo CFM. O governo quer puxar para si a responsabilidade de fornecer o documento. Violação clara.

Programa para funcionar por muito tempo – Menos Médicos, Mais Sensores
Programa para funcionar por muito tempo – Menos Médicos, Mais Sensores

Dia do Idoso – melhor ou pior idade?

Em 1º de outubro comemoramos o dia do idoso. Antes era no dia 27 de setembro, o dia do idoso envelheceu alguns dias. O Estatuto do Idoso foi votado há dez anos, e o balanço da aplicação dessa lei continua a ter mais peso simbólico que prático. O Brasil vive um crescimento acelerado no que tange ao envelhecimento da população. Em 2001, eram 9% do total de habitantes. Dez anos depois, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) constatou um salto para 12% que em números absolutos, significa aumento de 15,5 milhões para 23,5 milhões de idosos. A projeção para 2030 é de que teremos 14% da população com mais de 60 anos.

 

Programa para funcionar por muito tempo – Menos Médicos, Mais Sensores

Afinal, idoso é quem tem 60 ou 65 anos?

Para a legislação brasileira a resposta é: hora 60 anos e, em outra hora, 65. Para a aposentadoria, temos 65 anos para homens e 60 para mulheres. O benefício assistencial por idade requer 65. O transporte gratuito exige 60 e o Estatuto do Idoso diz que é idoso quem tem 60 anos de idade. No Congresso Nacional, alguns legisladores e também no entendimento de estudiosos do envelhecimento, o Estatuto deveria ser alterado passando para 65 anos. É assim nos países mais ricos. Quando se trata de países ricos, o maior desafio é a formação dos “cuidadores” profissionais. O assunto fez, até, surgir uma nova área de estudo na França e nos EUA: a economia do cuidado.

Já no Brasil... o assunto dos “cuidadores” até 2008 estava com o Ministério da Saúde, que lançou o Programa Nacional de Formação de Cuidadores de Idosos com a meta de certificar 65 mil “cuidadores” até 2011. Não conseguiram formar nem 1,5 mil. Além de não formar os “cuidadores” esse ministério transferiu o programa para os municípios que, por sua vez, nada fizeram. Na prática, a formação de “cuidadores”, está entregue às leis de mercado. Tem algo para comemorar?

Programa para funcionar por muito tempo – Menos Médicos, Mais Sensores
Programa para funcionar por muito tempo – Menos Médicos, Mais Sensores

Constituição 25 anos – um Brasil muito diferente...

...1988, o Brasil escreveu a sua sétima Constituição. O disco era de vinil. Não existia a internet. Não existia celular. Os constituintes tinham como principal trabalho acabar com o denominado entulho autoritário. A montanha-russa inflacionária deixava tonto o brasileiro, que via os preços subirem 27% ao mês. Em 1988, o ano fechou com inflação chegando a 980%, mas iria piorar. Em 1990, chegaria ao recorde de 2.477%.

Muitos avanços aconteceram nesses 25 anos, vários tendo como seu esteio a nova Constituição. A mortalidade infantil caiu de 54 óbitos em um ano – considerando o grupo de mil nascidos vivos – para 16. A expectativa de vida passou de 65 para 73 anos. Ainda que se discuta com paixão, o número de médicos teve um aumento acentuado indo de 1,12 médico por mil habitantes para 1,86 médico. A taxa de analfabetismo caiu para menos da metade, saindo de 19% da população naquele longínquo 1988, para 8% em 2012.

Muitos avanços!

Naqueles anos, os movimentos sociais explodiram e criaram um clima de tensão insustentável. O nacional-desenvolvimentismo estava falido, ele que era filho do esquecido milagre econômico. Ocorreu um movimento inédito de participação popular, que se refletiu na forma e no conteúdo da Constituição. A elaboração do texto foi descentralizada em oito comissões. Cada uma subdividia-se em três subcomissões e, assim, chegavam à comissão final, a de sistematização, com maioria de parlamentares mais à esquerda do espectro político. Centenas de organizações foram ouvidas, por meio de audiências públicas ou de emendas populares. Enfim, tínhamos uma nova Constituição. Ela não é homogênea, mas propiciou o avanço do país.

Programa para funcionar por muito tempo – Menos Médicos, Mais Sensores
Programa para funcionar por muito tempo – Menos Médicos, Mais Sensores

Informações sobre comércio exterior!

Quer saber mais sobre informações relativas ao comércio exterior brasileiro? Busque-as no próprio governo federal. Nesta semana, a Camex (Câmara de Comércio Exterior do Conselho de Governo) publicou resolução no Diário Oficial da União determinando a criação de uma ferramenta para a divulgação das estatísticas. O acesso gratuito ao portal, que ainda está em fase de criação, se dará por meio de formulário eletrônico. No sítio haverá informações relativas a acordos internacionais, nomenclaturas, logística, oportunidades de negócio, promoção comercial, crédito à exportação, tributação, legislação, exigências, documentos e procedimentos operacionais e técnicos relativos a importações e exportações. Como o instrumento ainda não está pronto, os interessados em ter informações da área podem acessar o site do Ministério do Desenvolvimento (www.desenvolvimento.gov.br). Os conceitos são técnicos, mas contribuem para atualização de empresários de todos os setores e, até, de leigos.

Programa para funcionar por muito tempo – Menos Médicos, Mais Sensores
Programa para funcionar por muito tempo – Menos Médicos, Mais Sensores

Abono para trabalhador doméstico rural!

A CRA (Comissão de Agricultura e Reforma) do senado aprovou projeto que assegura abono salarial do PIS/Pasep para empregados domésticos, caseiros e trabalhadores rurais contratados por produtores. A proposta, do senador sergipano Carlos Valadares (PSB), segue para análise de outra instância da casa, a CAS (Comissão de Assuntos Sociais), onde terá votação terminativa. Entre os senadores que aprovaram o abono está o representante de Mato Grosso do Sul pelo PMDB, Waldemir Moka. O parlamentar prevê que ao menos um milhão de trabalhadores temporários serão beneficiados. O abono aprovado é de um salário mínimo (R$ 678).

Programa para funcionar por muito tempo – Menos Médicos, Mais Sensores
Nos siga no Google Notícias