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Em Pauta

Testículos de bode ao lado de seu "equipamento"

Mário Sérgio Lorenzetto | 26/08/2017 09:10
Testículos de bode ao lado de seu "equipamento"

Era 1915. John Romulus Brinkley podia olhar nos olhos de alguém e dizer que era de fato "doutor". É provável que isso sirva de consolo para alguém que entrava em seu consultório e entregava US$750 pelo privilégio de permitir que o Dr.Brinkley abrisse seu corpo e inserisse pedaços de testículos de bode, bem ao lado do seu "equipamento" natural.
A partir de 1917, o Dr.Brinkley realizou milhares de operações como essa. Prometendo que elas curariam a impotência masculina. E no fim, prometendo que meter testículos de bode no corpo dos outros podia dar jeito em até 27 problemas comuns. A operação, como você pode imaginar, era incrivelmente dolorosa. A recuperação era longa e penosa.
E quando tudo passava... você tinha pedacinhos de bolas de bode por dentro. Mas as pessoas diziam que tinham sido curadas. As pessoas chegavam doentes. Ou moles. E passavam pelo Dr.Brinkley. E melhoravam.
Não fazia diferença o fato de não haver nenhum indício concreto de que isso fosse mais do que mero efeito placebo. Não fazia diferença o fato de a Associação Médica dos Estados Unidos estar chamando Brinkley de charlatão. As pessoas chegavam doentes. E aí não estavam mais doentes.
Ele fundou uma rádio perto de sua clínica. Estava o tempo todo no ar, anunciando sua ridícula intervenção cirúrgica. Ele ia ao ar respondendo cartas de ouvintes. Eram pessoas desesperadas. Pessoas que ficavam aliviadas ao descobrir que havia cura para seus problemas.
Essas pessoas economizavam dinheiro durante o inverno inteiro. Vendiam seus bens. Faziam empréstimos que não sabiam ao certo se conseguiriam pagar. E iam ao Dr.Brinkley. E recebiam testículos de bode. E algumas dessas pessoas morriam.
Então a Associação Médica revogou a licença dele. E logo o governo federal revogou a licença de sua estação de rádio. Então John R.Brinkley foi para um lugar onde nada disso tinha importância. Por incrível que pareça, não veio ao Brasil, foi para o México.
Em segurança, fora do alcance dos homens de Washington que queriam acabar com ele, as afirmações falsas de Brinkley eram transmitidas com um milhão de watts de potência. Alguns diziam que as pessoas que moravam na região conseguiam ouvir sem nem ligar o rádio. E aí os ouvinte iam até a fronteira. Para serem curados pelo famoso doutor, que não era mais doutor.
E isso tudo transformou Brinkley em um homem riquíssimo. Com uma mansão. E doze Cadillacs. E animais raros trazidos das ilhas Galápagos só para ficarem andando à toa pelo gramado de sua mansão.
Mas....
Você não têm como fazer uma fortuna assim, e esperar um final feliz rumo ao pôr do sol. Primeiro outro médico se instalou na região oferecendo tratamentos igualmente bizarros, mas com preços muito mais baixos. Aí o FBI o condenou por fralde postal. Ex-pacientes lhe meteram processos. O governo mexicano enviou tropas para fechar seu negócio. Seus ouvintes mudaram de estação quando ele começou a dar espaço a simpatizantes do nazismo. E ele teve de vender a mansão. Logo depois de ter mandado colocarem azulejos com suásticas na piscina.
Você pode dizer que ele recebeu o que merecia, no fim. Teve três ataques cardíacos. Uma perna amputada. Um quarto ataque o matou em 1942.
Só que aquela perna foi cortada por um médico. De verdade.

Testículos de bode ao lado de seu "equipamento"

Um martelo para tratar a histeria das mulheres.

Testículos de bode ao lado de seu "equipamento"

Uma mulher entra no consultório do Granville. Ela se queixa de ansiedade e depressão. Diagnóstico: histeria. A próxima paciente tem cólicas e menstruação irregular. Diagnóstico: histeria. A terceira não para de pensar em sexo. Diagnóstico: histeria. A quarta diz que é sufragista, quer votar. Vocês já sabem qual foi o diagnóstico.
Histeria, era no final do século XIX uma palavra guarda-chuva para uma longa lista de "males" femininos. "Histeria", vem do grego. "Hysteros" significa útero. Essa era a ideia - as mulheres que reclamavam de alguma coisa tinham alguma irregularidade no útero.
Os médicos de então também acreditavam que todas as doenças seguiam uma curva de crescimento. Haveria um pico máximo, a partir do qual a doença tenderia a melhorar. No caso da histeria denominavam o pico máximo de paroxismo. Assim, alguns médicos tratavam as pacientes histéricas com massagens pélvicas, cujo propósito era colocar o útero no lugar e levar ao tal paroxismo histérico. É óbvio que o paroxismo histérico nada mais é que o hoje chamamos de orgasmo feminino. E as massagens pélvicas não passavam de masturbações.
Compreensivelmente, as "pacientes" começaram a chegar aos montes. Vale lembrar que o tratamento ortodoxo, receitado pela imensa maioria dos médicos era banho de água gelada e sangria. Entre uma masturbação e banho gelado e corte na veia vendo escorrer o sangue, adivinhem por qual tratamento as mulheres optaram.
O problema é que os médicos que praticavam o tratamento alternativo - masturbação - estavam exaustos com a enormidade de pacientes. Suas mãos e pulsos estavam em estado de calamidade. É quando entra em cena o "salvador dos médicos". Seu nome é JosephMortimerGranville. Criou um martelo elétrico, o ancestral do vibrador atual.
Inicialmente, o martelo de Granville foi usado não só para aplacar a "histeria feminina", era receitado para a calvície masculina e toda e qualquer necessidade de massagens. Era um massageador.
A causa feminista e a evolução da medicina deixaram a histeria para os escombros da saúde. O martelo foi engavetado até os anos 1960. Com a revolução sexual do maio de 1968, veio a invenção do primeiro vibrador a pilha. As vendas foram estratosféricas.

Testículos de bode ao lado de seu "equipamento"

Cerveja? Nem pensar. A lista dos países onde as cervejas são muito caras.

A cerveja é uma das bebidas mais comercializadas no mundo. Serve para matar a sede ou iniciar uma noite de festas. Contudo tenha em conta que uma simples cerveja pode custar quase R$30 em cidades como Oslo, na Noruega ou em N.York. Um estudo do germânico Deutsche Bank revelou os preços da cerveja em 42 países. Rio de Janeiro e São Paulo, ainda que em posições baixas, estão na lista das cidades onde a cerveja é mais cara. A lista foi divulgada em dólar.

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