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Finanças & Investimentos

Cheque especial é símbolo de status?

Por Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 06/02/2017 08:28

O cheque especial é a segunda linha de crédito mais cara do país. Atualmente, os juros médios desta modalidade de crédito estão em torno de 328% ao ano, perdendo apenas para o rotativo do cartão de crédito, com 484% ao ano de média. Os juros no Brasil parecem absurdos? Na verdade, não só parecem, como de fato são absurdos.

O maior dos problemas é que muita gente utiliza essas opções de crédito e se sente especial por isso. O limite de cheque especial já deixa claro no nome a estratégia de “glamourizar” o produto, fazendo com que a pessoa se sinta bem (diferente) por utilizar algo tão caro. Mas, vejamos: alguém que é especial não deveria, pela lógica, ter acesso a linhas mais baratas ou realmente diferenciadas?

Além da alta taxa de juros em si, que já é um grande problema, um grande perigo do cheque especial é que muita gente utiliza o limite como um complemento de renda, ficando “amarrada” a essa situação por períodos longos. A verdade é que o banco pode, a qualquer momento, rever a concessão do crédito e mudar o “tamanho” do cheque especial, criando um grande problema para quem conta com o valor disponibilizado como um complemento.

Quem vive nessa situação precisa agir rapidamente e ajustar o padrão de vida, para não viver na dependência do crédito e, consequentemente, precisar gastar muito todos os meses. De acordo com fontes do mercado, após pressionar os bancos para reduzirem as taxas do rotativo do cartão, o governo já começou a buscar instrumentos para que os juros do cheque especial também possam diminuir.

Lembre-se que as instituições financeiras são empresas cujas receitas e faturamento vêm da venda de produtos financeiros, entre eles o crédito. Nós, como consumidores, não podemos baixar a guarda e apenas consumir tudo isso sem questionar. Na prática, o cheque especial acaba sendo um produto que pode levar você e sua família à ruína financeira. É sério! Quem passa por essa situação deve imediatamente colocar a vida financeira na linha, tendo como meta o fim do endividamento e a necessidade de investir no bem-estar e futuro de todos. Chega de pagar juros estratosféricos.

Quem começa a viver a educação financeira como um estilo de vida passa a enxergar o consumo de outra maneira. A utilização constante do cheque especial parece ser muito mais um sintoma de descontrole e falta de planejamento, uma verdadeira bengala para quem gasta mais do que ganha e prefere não enfrentar o problema de forma definitiva.

Antes de tirar conclusões precipitadas, caso utilize muito o cheque especial, entenda que nosso desejo genuíno é apresentar saídas que representam economia, mas sem abrir mão da realização de objetivos. Insistimos para que aqueles que preferem a saída mais fácil e cômoda entendam que escolhas assim podem custar caro no longo prazo, e a conta sempre chega. Sempre!

Mesmo entre os bancos, as diferenças entre diversos produtos e linhas de crédito, inclusive o cheque especial, são enormes. Aceitar tudo passivamente sem pesquisar é no mínimo jogar dinheiro fora. Prefira sempre a opção de resolver o problema de verdade! Utilizar o cheque especial não é privilégio ou sinônimo de sucesso. O papel do cheque especial para a maioria das pessoas pode ser muito bem cumprido por uma reserva pessoal para emergências, uma saída mais barata e mais inteligente. Pense nisso e até a próxima!

Fonte: Ricardo Pereira/Dinheirama.
Disclaimer: A informação contida nestes artigos, ou em qualquer outra publicação relacionada com o nome do autor, não constitui orientação direta ou indicação de produtos de investimentos. Antes de começar a operar no SFN - Sistema Financeiro Nacional o leitor deverá aprofundar seus conhecimentos, buscando auxílio de profissionais habilitados para análise de seu perfil específico. Portanto, fica o autor isento de qualquer responsabilidade pelos atos cometidos de terceiros e suas consequências.

(*) Emanuel Gutierrez Steffen é criador do portal www.mayel.com.br

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