ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, TERÇA  19    CAMPO GRANDE 28º

Manoel Afonso

O peso do clamor público nas eleições

Manoel Afonso | 24/11/2017 15:05

O EMBATE Está posto na Assembleia Legislativa o projeto da Reforma Previdenciária. Não se sabe como será decidido. O Governo lembra o deficit de R$83 milhões que tem para pagar os servidores inativos e aponta o fundo superavitário de R$400 milhões (exclusivo dos funcionários concursados após junho de 2012) como a solução de caixa. Jamais presenciei tamanha mobilização na Assembleia como agora.

A pressão é grande, o governo e os deputados da base aliada sabem dos riscos de desgaste eleitoral. O episódio vai constar do cardápio das eleições de 2018. 

A PROPÓSITO Se o Governo Estadual está preocupado com a falta de recursos para arcar com as aposentadorias, o Governo Federal também está. O ministro Meirelles (Fazenda) tem sido franco nas suas advertências. Ora! Enquanto o benefício do INSS é em média R$1.862,00 - um aposentado do Congresso Nacional ganha R$28 mil, do Judiciário é 25.800,00, dos Militares é R$ 9.479,00 e do Executivo - R$7.500,00. O país não aguenta. Quebra!

NELSINHO TRAD Como caminhará nas eleições de 2018? O ex-prefeito da capital 
acaba sendo beneficiado com a comparação que se faz de sua gestão com a de Alcides Bernal (PP) desastrosa sob todos os pontos de vista. Ele tem se mostrado cauteloso, aparando arestas, evitando confrontos de ideias para agregar simpatias e apoios. Aqui o PTB vive mais do poder de fogo de Nelsinho na busca de vaga ao Senado. Um detalhe: conta muito ter um irmão prefeito da capital.

‘HIPERTENSÃO’ A dosagem dos medicamentos de uso diário dos implicados na trepidante ‘Lama Asfáltica’ deve ser reforçada após o anúncio de Fernando Segovia- novo diretor da Polícia Federal – de que todas operações em curso nas varas federais do país continuarão no mesmo ritmo. Nos bastidores comenta-se: novos capítulos devem ocorrer brevemente. Promessa de fortes emoções.

NA TRAVE’ Como diria o locutor José Geraldo de Almeida: “foi por pouco, mas por muito pouco mesmo que deputado Carlos Marun (PMDB) não virou ministro”. Faltou só assinatura presidencial do ato. Há controvérsias. Na alfinetada do senador Renan Calheiros (PMDB), a presença de Marun representaria a força do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) no governo. Para alguns, a decisão de Marun em aceitar a nomeação, para ficar no cargo até o final do mandato de Temer, sinalizaria que o ex-governador André Puccinelli (PMDB) não deve concorrer ao Governo em 2018. Mas a novela não acabou aqui. Marun pode sim virar ministro.

RESSACA’ Embora o pessoal da sua ‘guarda pretoriana’ insista em passar uma imagem otimista do ex-governador André após o episódio de sua prisão, a realidade não é bem assim. A versão de que a sua eventual candidatura ao governo em 2018 teria o incentivo da própria família é fantasiosa. Se a prisão do seu fiel ex-secretário Edson Giroto já refletira em sua postura, imagine neste episódio traumatizante que envolveu também seu filho. André não é o super homem apregoado por ‘amigos’ que o cercam.

‘FUTURO’ Certa feita escrevi que o PMDB é refém de André. A tese tem respaldo nesta sinuca de bico em que o partido se encontra. Em seus quadros não há outro nome com força suficiente para disputar o governo em 2018. A leitura pragmática da lista dos políticos peemedebistas dispensa comentários. A tendência é que lá frente o PMDB costure aliança com o PSDB, tendo Reinaldo como postulante a reeleição. O PMDB – como temos visto nos últimos tempos em Brasília, é um partido sem ideários. Um sócio perigoso, pouco confiável.

CLAMOR PÚBLICO Significa o descontentamento, indignação ou comoção no meio social pela pratica de crime em circunstâncias especiais de grande repercussão. É também com base nesta premissa que a justiça tem decretado a prisão de homens públicos. Não há que se atentar só ao risco de destruir ou dificultar acesso as provas. A justiça se sente na obrigação de dar uma satisfação à sociedade como ocorreu agora no Rio de Janeiro.

E MAIS... As manifestações apoiam as prisões dos políticos que roubam e ostentam o patrimônio que humilha o eleitor que mora após o último ponto ( sem cobertura) da linha de ônibus. Precisamos aprender com essa tragédia moral que atinge o carioca. Figuras como Sergio Cabral (PMDB) e Garotinho (PR) não são exclusividades do Rio de Janeiro. São como aquelas pragas de jardim. Nascem em todos os lugares.

ACABA? O Congresso Nacional discute o fim Foro Especial previsto na Constituição 
Federal. Aberração que beneficia 55 mil pessoas que exercem cargos públicos. Aqui funciona como uma blindagem e não como uma proteção pelos crimes e irregularidades cometidos exclusivamente no exercício da função, como funciona em outros países. Já o STF decidiu reduzir os benefícios do Foro Privilegiado apenas para os políticos. Mas a novela não acabará aqui. Haverá mais uma disputa entre o Judiciário e o Legislativo.

‘LAVA JATO’ Como consequência do fim do foro privilegiado todos os processos envolvendo a Lava Jato poderão ser remetidos as instâncias inferiores. Dois aspectos: no primeiro haveria o esvaziamento de feitos processuais no STF; segundo - proporcionaria maior agilidade nos processos evitando inclusive os benefícios da prescrição das penalidades aos políticos denunciados como tem ocorrido até agora. Esse é o grande medo do político que responde a procedimento penal no STF.

2 EXEMPLOS Em 1993 então governador Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB) tentou matar com 3 tiros Tarcísio Buriti ( ex-governador). Ele morreu em 2012 sem que o STF o julgasse. Em 2007, antes de ser julgado renunciou ao cargo de deputado para que o feito retornasse à primeira instância. Na carta alegou: “renuncio ao mandato representando o povo da Paraíba, a fim de possibilitar que esse povo me julgue sem prerrogativa de foro como um igual que sempre fui”. Outro caso foi do ex-presidente Lula ( PT); aceitou a nomeação para o cargo de Ministro da Casa Civil do Governo Dilma Roussef (PT) para escapar de ser julgado pelo juiz Sergio Moro. É assim que funciona no Brasil.

DESABAFO do jornalista Rodrigo Constantino ( carioca da gema) sobre o caos do Rio de Janeiro: “Se o PMDB é ruim no país, no Rio é ainda pior. Se o PT é podre em todo lugar, o carioca é mais assustador ainda, à exceção do Rio Grande do Sul, nosso maior concorrente. Foi no Rio que Dilma ganhou com mais folga. Foi no rio que Heloisa Helena teve mais voto. São do Rio os deputados Jean Wyllys, Chico Alencar e Glauber Braga, do PSOL, defensor do regime venezuelana. É do Rio Marcelo Freixo, da mesma seita.”

‘PERDIDOS NO AR’ Quando a gente pensa já ter visto tudo, aparece mais uma. Agora a Polícia Federal deflagrou a Operação Turbulência para investigar o esquema que facilita a concessão de habilitação para pilotos de aviões e helicóptero junto a Agencia Nacional de Aviação Civil. Eu fico imaginando os passageiros em pleno voo questionando entre si: “será que o piloto comprou ou não comprou a habilitação?”

MELHOR ASSIM? Vereadores da capital acabaram aprovando o Projeto de Lei do Executivo que deu ao contribuinte a opção de escolha da forma de pagamento da taxa de lixo. Ele poderá realizado tanto nas contas de água, luz e telefone como na continuidade do IPTU. Na conversa com os jornalistas, o presidente da Câmara – vereador João Rocha (PSDB) explicou que não há uma nova taxa, mas apenas novas formas de cobrança. Mas o caso deve render novos questionamentos.

O CONCURSO para preencher o quadro de funcionários da Câmara Municipal da capital mostra a luta por um emprego. Para as 70 vagas disponíveis foram deferidas 18.022 inscrições e mais 5.470 inscrições indeferidas por falta de documentos. Para cada uma das 15 vagas do cargo de Assistente Administrativo há 651 candidatos. As provas serão no dia 17 de dezembro.

“Na política até a raiva é combinada”. ( Ulysses Guimarães)

Nos siga no Google Notícias