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Manoel Afonso

‘Órfãos políticos no guarda chuva tucano’

Manoel Afonso | 23/01/2015 14:21

LOGO ELE! Zé Dirceu sugerindo novo tributo sobre patrimônio, rendas, heranças ou a volta da CPMF para ‘salvar a pátria’. É a velha formula de penalizar quem trabalha, gera renda e emprego. ‘Pimenta nos olhos dos outros é refresco’.

AS PREVISÕES se confirmam; o quadro do país é assustador. Espera-se que na volta do congresso, a oposição seja mais consistente e que os parlamentares não amaciem nas críticas em troca de ‘agrados’ através de liberação de suas emendas.

E MUDAM? Ainda nos palanques eles se mostram combativos, intransigentes ‘em defesa dos nossos direitos’. Mas em Brasília eles se tornam dóceis, abertos as propostas do Governo. Cada qual tem seu preço, alguns até dão descontos e parcelam.

NA VISÃO dos nossos parlamentares, as questões nacionais são menos importantes do que as reivindicações regionais. Exemplo: a liberação de verba de uma simples praça, compra o silêncio crítico e a cumplicidade na votação de projetos do Planalto.

PASMEM! Bancadas priorizam seus negócios e interesses; o resto que se dane. A evangélica – por exemplo – também faz o jogo do Governo por cargos, concessões de emissoras de rádio e televisão. Esse pessoal prioriza o paraíso terreno.

DIVÓRCIO Até quando o PMDB será imprescindível a governabilidade do Planalto? Lembra o marido insatisfeito que não se divorcia para não dividir os bens. O Governo quer novos partidos aliados e assim ficar livre dessa custosa dependência.

A JOGADA A recriação do PL (Kassab) abriria uma tentadora janela para mudar de partido, esvaziando o PMDB, PSDB e DEM inclusive, dependendo da situação política em cada Estado. O fato do PL já nascer’ abençoado’ do Planalto conta muito.

ESDRÚXULA portanto a situação do PMDB: aliado no Congresso e adversário do PT em muitos Estados. Aqui no MS. é um exemplo. As identidades entre PMDB e PSDB são infinitamente maiores que a identificação dele (PMDB) com o PT. Certo?

DELCÍDIO Na derrota é que se conhece o campeão. Quando sairá da clausura para reavaliar seus projetos? É melhor ser oposição ou parceiro de Azambuja? Reconcilia com Zeca? O PL seria uma opção interessante e legal para deixar o PT?

A POLÍTICA é como a roda: gira. As eleições de 2016 pesarão muito também na briga pelas duas vagas do senado em 2018. E não é só Delcídio que faz essa avaliação. Moka também já está se precavendo diante de novos pretendentes ao senado.

MÉRITO O que faltou à Aécio sobrou à Reinaldo: coragem. Quebrou o estigma de que o PSDB é partido sem sexo, incolor. Corajoso, mas não afoito, segura o guarda chuva capaz de abrigar gente do PMDB, DEM e de tantos outros partidos.

ACOLHIDA Se André for para casa, quem comandará o PMDB? Esse vácuo, somado à insatisfação e divisão da família Trad, criaria uma carta de alforria para lideranças e eleitores inclusive. Com o cacife do poder Reinaldo pode atrair essa gente.

E MAIS... Há partidos, sem representação no MS, mas que são importantes devido ao tempo no horário eleitoral. Casos por exemplo do PV e do PTB – opositores a Reinaldo nas eleições, mas que podem se abrigar no guarda chuva tucano. Por que não?

RECEITA Política não se faz só com obras. Ouvir é tão importante como as palavras que constroem o diálogo da convivência com a oposição. Gestos emblemáticos marcam, agradam, aproximam, alargam caminhos e solidificam a liderança inclusive.

COSTURAS A indignação da campanha cederá lugar a habilidade de construir pontes junto ao Planalto. Sabe-se que o deputado Vander não é a única opção para essa missão. Pragmático, o governador não revela, mas tem outras cartas na manga.

EXEMPLO Se o agronegócio está literalmente ‘salvando a pátria’, qualquer exercício de especulação indica que a ministra Kátia Abreu tem poderes para abrir as portas do Planalto . A tese procede; a relação Reinaldo-Kátia é antiga e excelente.

O QUADRO Na Câmara Reinaldo construiu boas relações, independente de partidos . E mais: Simone e Moka, manifestam-se receptivos, com o respaldo de Michel Temer. Cá entre nós: Não é hora dele jogar pedras no telhado do Palácio do Planalto.

CONSENSO Será mais uma vez a senha na escolha da presidência da Assembleia Legislativa. Pesam à favor de Jr. Mochi a postura equilibrada e o bom trânsito entre os colegas e com o próprio governador, que já fez a leitura correta do quadro.

JR. MOCHI tem dois mandatos que lhe deram experiência e musculatura pelo seu preparo e estilo. Foi bem como líder do Governo e impecável na tribuna usando de sua cultura jurídica, sem jamais perder a compostura compatível a situação.

ANÁLISE Longe de tornar o governador Reinaldo refém do PMDB, como sustentam alguns, a eleição de Jr. Mochi é sinônimo de melhores relações com esse partido. Os dois tem a dimensão correta da responsabilidade de seus respectivos papeis.

CAPITAL Tenho visto números crescentes aprovando a gestão atual. Evidente que Olarte herdou problemas sérios problemas administrativos e ainda tem que conviver com um quadro político conturbado, instável, jamais visto em Campo Grande.

CONCLUSÃO Não há como excluí-lo do quadro sucessório. O tempo dirá de sua importância e chances. Quanto mais candidatos se apresentarem, maior será a divisão do votos. Olarte não pode mais ser visto pelos cardeais como o ‘patinho feio’.

“Caminhamos para a recessão. Com o governo consciente disso, esperamos.” (Zé Dirceu)

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