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Direto das Ruas

Mãe espera há 3 anos por consulta com neurologista para o filho

Falta de laudo que confirma suspeita de autismo compromete ensino e desenvolvimento da criança

Por Kamila Alcântara | 13/05/2025 16:12
Mãe espera há 3 anos por consulta com neurologista para o filho
Quando está em crise, o menino se isola até da família (Foto: Direto das Ruas)

A demora para conseguir atendimento com neurologista na rede pública de Campo Grande tem prejudicado o desenvolvimento de um menino de 5 anos, que aguarda há três anos por um laudo que confirme a suspeita de TEA (Transtorno do Espectro Autista). O caso foi relatado pela mãe, na tarde desta terça-feira (13), por meio do canal Direto das Ruas.

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Uma mãe de Campo Grande aguarda há três anos por uma consulta com um neurologista para seu filho de 5 anos, que apresenta sinais de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Miriany Nara Leite relata que o encaminhamento foi solicitado por diversos profissionais, mas a espera continua, prejudicando o desenvolvimento da criança. Sem o laudo, o menino não tem acesso a atendimento especializado na escola, o que pode levar a encaminhamentos ao Conselho Tutelar devido às faltas frequentes. A mãe expressa sua frustração com a situação e aguarda um retorno da Secretaria Municipal de Saúde sobre a demora no atendimento.

Miriany Nara Leite, de 34 anos, moradora do Bairro Arnaldo Estevão Figueiredo, conta que os primeiros sinais surgiram quando o filho ainda tinha 2 anos. Ele não respondia aos chamados, se incomodava em locais com muitas pessoas e apresentava noites agitadas.

“Levei ele no pediatra e relatei tudo. Foi quando começou a nossa batalha para conseguir passar com o neurologista. Isso já faz três anos”, desabafa a mãe.

Segundo ela, o encaminhamento ao especialista foi solicitado por diferentes profissionais: plantonista da unidade de saúde, psicólogos da escola e médicos da Unidade de Saúde da Família. No entanto, a espera continua e o quadro da criança vem se agravando, com episódios de pânico que exigem até atendimento de emergência.

“Ele tem pânico de muitas pessoas e dos gritos em volta dele. Preciso do laudo do neuro porque ele tem direito a um professor auxiliar, que nas horas de crise possa sair com ele da sala e acalmá-lo. Ele me disse que não quer mais sair de casa, porque todas as vezes precisa chamar o Samu. Imagina uma criança de 5 anos dizer isso para a mãe”, relata Nara.

A situação ficou ainda mais delicada. Sem o laudo, a criança não tem direito ao atendimento especializado dentro da sala de aula e acaba não conseguindo permanecer na escola. Pela legislação, as faltas frequentes podem gerar encaminhamento ao Conselho Tutelar.

“Ele não é mal cuidado. Temos muito amor, sabe? Fazemos o que podemos. Sei que a lei tem que ser cumprida, mas fiquei bem chateada com a escola querer chamar o Conselho. Eu, como mãe, me sinto um lixo, como se não estivesse cuidando direito. É triste essa situação”, completa.

A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para questionar a demora no atendimento com especialista, mas ainda não houve retorno. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

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