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Direto das Ruas

Mulheres de detentos reclamam de condições em novo presídio fechado

Algumas delas levaram crianças, além de cartazes, a manifestação na Praça Ary Coelho

Marta Ferreira e Viviane Oliveira | 13/03/2020 13:30
Com crianças à frente do grupo, mulheres munidas de cartazes reclamam de novo presídio. (Foto: Direto das Ruas)
Com crianças à frente do grupo, mulheres munidas de cartazes reclamam de novo presídio. (Foto: Direto das Ruas)

Mulheres de presos que foram transferidos em fevereiro deste ano para a Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira, em Campo Grande, fizeram protesto nesta manhã contra as condições a que eles são submetidos. Cerca de 20 protestantes se reuniram na Praça Ary Coelho, munidas de cartazes.

Algumas mulheres levaram os filhos pequenos. Elas se queixam, por exemplo, de falta de medicação e de profissionais de saúde, e da qualidade da água.

Também afirmam que na nova unidade, os detentos não podem sequer conversar com os agentes penitenciários, o que era comum na unidade onde estavam, o Estabelecimento Penal de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho, na saída para Três Lagoas. Uma das mulheres, de 28 anos, queixou-se principalmente do fato de os filhos, de 8, 7 e 12 anos, presenciaram o pai de algemas no pátio da prisão.

Outra esposa de detento, de 28 anos, reclama que nem comida pode ser levada.
Uma terceira mulher, de 42 anos, que não tem parente preso mas disse que prestava apoio às outras, foi quem mais detalhou as reclamações.

De acordo com ela, os internos estão tendo os direitos violados e sofrendo “opressão”. Quando há indagação, segundo as manifestantes, a resposta é de que o regime no local é “diferenciado”.
Mas, para elas, o presídio não tem estrutura para receber as pessoas ainda. Segundo a mulher de 42 anos, falta medicação, e não há profissional de saúde, apesar de haver internos com tuberculose. Ainda segundo a versão dela, a unidade sequer foi limpa.

Recém-inaugurado - O presídio começou a receber detentos em 3 de fevereiro. Com 603 novas vagas, ainda não está totalmente ocupado.

O diretor-geral da Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário), Aud de Oliveira Chaves, disse que hoje estão cerca de 200 presos no local. De acordo com ele, nenhuma reclamação foi oficializada à Agência.

Aud afirma, ainda, que houve vistoria recente do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e de representantes de entidades de defesa dos direitos dos presos, sem qualquer problema constantado.

O diretor observa que a unidade tem regras mais rígidas, justamente para evitar a entrada de ilícitos, como celulares, mas "cumpre todos os direitos do preso".

Afirmou, também, que em relação à comida, por exemplo, não há porque a família levar, pois tudo é fornecido.

Novo - Conforme divulgado à época da inauguração, o investimento foi de R$ 18,9 milhões, sendo R$ 14,5 milhões oriundos de recursos federais do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) e R$ 4,3 milhões do Estado.

A unidade penal tem área total de 18,1 mil m² e mais de 5,7 mil m² de área construída, sendo composta por 101 celas coletivas e individuais.

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