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Direto das Ruas

Pacientes psiquiátricos reclamam de falta de remédio e terapia só em grupo

Prefeitura nega falta de profissionais e afirma que Carbonato de Lítio passa por desabastecimento da indústria

Tainá Jara e Fernanda Palheta | 30/08/2019 16:07
Paciente do Caps Infanto Juvenil, no Guanandi, reclamam de ter só terapia em grupo (Foto: Kisie Ainoã)
Paciente do Caps Infanto Juvenil, no Guanandi, reclamam de ter só terapia em grupo (Foto: Kisie Ainoã)

Pacientes atendidos pelos Caps (Centro de Atenção Psicossocial) de Campo Grande relatam falta de medicamentos e dificuldade em ter sessões individuais de terapia. Há ainda casos de pessoas que esperam pelo menos dois meses para passar por atendimento psiquiátrico e serem medicados.

A reportagem do Campo Grande News recebeu algumas reclamações nesta semana. Em um dos casos, a paciente, que preferiu não se identificar, relatou a falta de Carbonato de Lítio na rede municipal de saúde. Segundo ela, o problema ocorre há meses. O medicamento é trata-se de estabilizador de humor utilizado no tratamento para depressão. “Sr. Secretário de saúde, cadê?”, questionou.

Pacientes da Caps Infanto Juvenil, localizado no bairro Guanandi, relataram dificuldade de conseguir atendimento individual com psicólogos. Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), que as terapias em grupo são realizadas semanalmente. Nesta unidade, são quatro psicólogos ativos.

Conforme a secretaria, ao todo a rede conta com 56 psicólogos, sendo que 25 deles atendem exclusivamente nos Caps. No entanto, o número de profissionais parece não ser suficiente para dar agilidade ao atendimento.

A dona de casa Maria de Fátima, 31 anos, conseguiu atendimento psicológico 15 dias depois de dado o encaminhamento pela escola do filho de seis anos. A criança sofre com TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade). Apesar de passar pela primeira sessão com psicólogo nesta sexta-feira, o menino deve esperar mais 45 dias para ser atendido pelo psiquiatra, responsável receitar uma eventual medicação.

A dona de casa Maria de Fátima procura tratamento para o filho de 6 anos (Foto: Kisie Ainoã)
A dona de casa Maria de Fátima procura tratamento para o filho de 6 anos (Foto: Kisie Ainoã)

Pontual – Em agenda pública na manhã desta sexta-feira, o secretário municipal de Saúde, José Mauro, afirmou não saber sobre a falta de medicamentos psiquiátricos na rede municipal. “Eu não tenho conhecimento de que está faltando medicamento nos Caps para depressão. Pode ser que esteja faltando determinado tipo de medicamento que pode ser substituído por outro”, afirmou.

Em nota, a Sesau reconheceu a falta de Carbonato de Lítio na rede, devido a um desabastecimento da indústria. De acordo com a secretaria, a empresa responsável por repassar o medicamento está fazendo entregas conforme a disposição no estoque.

A rede de atendimento psicossocial do município conta com seis Caps, um Núcleo de Saúde Mental no CEM (Centro de Especialidades Médicas), uma residência terapêutica e uma unidade de acolhimento.

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