"Para, pai": flagrante de violência em avenida assusta testemunha

Vídeo registrado na madrugada deste sábado (6) mostra discussão entre homem, a mulher e os filhos na Avenida Mato Grosso, região do Carandá Bosque, em Campo Grande. Testemunha que fez a gravação afirma que o homem parecia alterado e que houve gritaria por volta das 3h, situação que levou moradores a acreditar em possível violência doméstica.

A gravação foi feita da rua, em área pública. Quem filmou relata que se assustou com a intensidade da discussão e acionou o serviço de emergência, mas a viatura não chegou a tempo de acompanhar o desenrolar do episódio. Outras pessoas que estavam na região também teriam ouvido a confusão. "Muito complicado e não sabemos o desfecho. Aconteceu de madrugada. Várias pessoas ficaram assustadas", discorreu uma vizinha.

Em trecho da mídia obtida pela reportagem, é possível observar a voz de um adolescente, que pede para que o pai pare com as supostas agressões. "Tira a mão de mim, eu vou te estourar na porrada", diz uma segunda voz masculina. "Você está batendo no meu irmão. Para, pai. Calma, eu vou entrar", volta a repetir o jovem.

O Campo Grande News busca confirmar se a família procurou atendimento e aguarda retorno da Polícia Civil e da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) sobre eventuais apurações. A PM (Polícia Militar) também foi procurada, mas não houve retorno no prazo estipulado de uma hora para a publicação do texto.

Especialistas consultados explicam que situações como a registrada podem se enquadrar no contexto de violência doméstica, caso haja comprovação de agressões. Conforme dados da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça), Mato Grosso do Sul registrou 19.872 ocorrências do tipo entre janeiro e outubro.

O estado soma ainda 36 mulheres assassinadas por feminicídio neste ano, número que supera o total anotado em 2024.

A estatística iguala o resultado de 2021 e representa o terceiro pior índice desde a sanção da Lei do Feminicídio, em 2015. A legislação qualificou o assassinato de mulheres por razões de gênero e prevê penas de 12 a 30 anos de reclusão, com agravantes em casos específicos, além de medidas protetivas aplicadas em situações de risco.

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