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Economia

Alíquota do diesel volta para 17% e consumidor paga até 6,5% mais caro

Mariana Rodrigues | 04/01/2016 14:57
Diesel ficou 6,5% mais caro. (Foto: Fernando Antunes)
Diesel ficou 6,5% mais caro. (Foto: Fernando Antunes)

A alíquota do diesel voltou para 17% a partir do dia 1° de janeiro. Com isso, o aumento começa a ser repassado para o consumidor que já está pagando mais caro pelo combustível. Em Campo Grande o litro do diesel comum ficou em média 6,5% mais caro e chega a custar R$ 3,105 no pagamento a vista.

A alíquota passou dos 12% para 17%, após os postos não repassarem integralmente ao consumidor a redução do imposto, segundo o Governo do Estado. Além disso, durante os seis meses em que a lei com a redução vigorou, não houve um incremento de consumo que compensasse a perda de receita, também de acordo com o governo estadual.

O secretário estadual de Fazenda, Márcio Monteiro destacou que com a desoneração do imposto Mato Grosso do Sul perdeu R$ 97 milhões de receita e que esta redução da carga tributária não se converteu em diminuição do preço na bomba do consumidor. De julho a novembro de 2014 se arrecadou R$ 327 milhões, enquanto que neste mesmo período em 2015, apenas R$ 230 milhões.

No posto de combustíveis Caravágio, localizado no Macro Anel, o litro do diesel comum subiu R$ 0,19 e é vendido por R$ 3,105 desde o dia 1º de janeiro, sendo que antes do aumento, o preço era de R$ 2,915. O diesel S10 passou de R$3,095 para R$3,265.

Gerente do posto há três anos, Celcemir Nogueira, garante que com a alíquota do diesel voltando para 17% as vendas vão cair e isso vai gerar demissões e causar o fechamento de alguns postos de combustíveis. "Vai ter muitas empresas que vão quebrar, o governo do estado precisa rever essa situação", afirma.

(Foto: Fernando Antunes)
(Foto: Fernando Antunes)

Ele diz que é preciso analisar os números apresentados ao Governo de MS, pois ele garante que os postos localizados na região Central não colaboraram e venderam o diesel mais caro, enquanto que os postos de rodovia são os responsáveis pela maior parte da venda do diesel, teve crescimento de 50% nas vendas. "O posto tem 27 anos e o mês de dezembro de 2015 foi considerado o melhor de todos os tempos. Isso é o reflexo da mudança de comportamento do motorista que deixava de abastecer no MT, que tinha o diesel mais caro para abastecer aqui, isso ficou bem claro para nós no mês passado", conta.

A assessoria do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de MS), informou que não há informações sobre negociações com o Governo do Estado para que a alíquota do óleo diesel volte para 12% e que o repasse não é obrigatório, mas que os empresários, provavelmente iriam repassar o valor para as bombas.

Outros postos - Nos postos da região central de Campo Grande, o diesel já é repassado com valor reajustado. Em um posto da bandeira Taurus, o preço do combustível $ 3,129 o litro, no diesel S10 o consumidor vai pagar R$ 3,229 no litro.

Em outro posto localizado na região central, o diesel aditivado é comercializado por R$ 3,299, o litro. Na Avenida Calógeras, não foi confirmado o aumento. Lá o litro do diesel custa 3,199.

O caminhoneiro Leandro dos Santos, afirma que o diesel alto prejudica o autônomo. (Foto: Fernando Antunes)
O caminhoneiro Leandro dos Santos, afirma que o diesel alto prejudica o autônomo. (Foto: Fernando Antunes)
Arão Bolta Aivy, é caminhoneiro autônomo. (Foto: Fernando Antunes)
Arão Bolta Aivy, é caminhoneiro autônomo. (Foto: Fernando Antunes)

Caminhoneiros - Os caminhoneiros autônomos garantem com com o diesel mais caro, vai ficar mais difícil de trabalhar, porém eles descartam uma paralisação para reivindicar que a alíquota baixe. "O Governo não consegue estabilizar um valor para o diesel, desta forma fica difícil trabalhar", disse o transportador de grãos, Agnaldo Barbosa de Souza, 37 anos.

Leandro dos Santos, 31 anos, afirma que dependendo do frete que ele pega, não compensa fazer, pois não terá lucro, já que o gasto será só com o combustível. "Se eu pegar um frete de R$ 3 mil não vai compensar, pois vou gastar R$ 3,100 só para abastecer dependendo do lugar para onde eu for", diz.

Arão Bolta Aivy, 33 anos, diz que quem sofre é o autônomo. "Nós autônomos trabalhamos para sobreviver. Eu não sei onde o governo quer chegar desse jeito, essa situação é vergonhosa", afirma.

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