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Economia

Após 5 anos, começa obra da ponte que trará "boom" de oportunidades a MS

Presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), e do Paraguai, Mário Abdo Benítez, lançarão pedra fundametal

Caroline Maldonado | 12/12/2021 09:38
Local onde será construída ponte sobre o Rio Paraguai, entre a cidade paraguaia Carmelo Peralta e Porto Murtinho. (Foto: Divulgação/Governo de MS)
Local onde será construída ponte sobre o Rio Paraguai, entre a cidade paraguaia Carmelo Peralta e Porto Murtinho. (Foto: Divulgação/Governo de MS)

Após quase cinco anos de planejamento impactado pela pandemia, começa nesta segunda-feira (13), a obra da ponte sobre o Rio Paraguai, entre a cidade paraguaia Carmelo Peralta e Porto Murtinho, a 439 quilômetros da Capital. Com a presença dos presidentes do Brasil, Jair Messias Bolsonaro (PL), e do Paraguai, Mário Abdo Benítez, será lançada a pedra fundamental, o começo de uma edificação que vai levar quatro anos para ficar pronta, ao custo de 82 milhões de dólares.

Os recursos são da Itaipu Binacional, usina de geração de energia elétrica dos dois países construída em 1982. A nova ponte fará parte da Rota Bioceânica, que vai encurtar a distância entre São Paulo e a China.

A ponte terá 1,3 mil metros, com um vão de 360 metros sobre o rio e altura de 22 metros. Calculada para suportar grande tráfego de caminhões bitrens, a estrutura terá pista dupla e acesso para pedestres, conforme o projeto.

A rota - Hoje, os navios com produtos para exportação que saem do Porto de Santos percorrem 24,1 mil quilômetros, dando a volta na América Latina para deixar o oceano Atlântico e chegar ao Pacífico, onde seguem para a China, o país que mais compra produtos agropecuários de Mato Grosso do Sul.

Trajeto da rota de integração latino-americana. (Imagem: Revista Confins/Paris/50-2021)
Trajeto da rota de integração latino-americana. (Imagem: Revista Confins/Paris/50-2021)

Com a ponte, as cargas virão por rodovia e seguirão pelo Paraguai, Argentina e Chile até chegar a dois portos do Chile, de onde partem de navio para a Ásia. O percurso vai cair para 18,6 mil km, trazendo uma enorme economia com a logística, deixando os produtos com preços mais competitivos no mercado.

Os caminhões com soja, milho, celulose, carnes, minério de ferro, fertilizantes, lítio, sal e outros produtos daqui de MS, de São Paulo e outras regiões terão acesso a ponte depois de passar por Campo Grande, Sidrolândia, Nioaque, Guia Lopes da Laguna, Jardim e Porto Murtinho.

Dali, seguirão sobre a ponte para o município paraguaio de Carmelo Peralta. As próximas paradas são em Mariscal José Félix Estigarribia no mesmo país; Pozo Hondo e San Salvador de Jujuy, na Argentina. No Chile, as rodovias seguem para San Pedro de Atacama e daí surgem duas opções de destino para os portos de Iquique e Antofgasta.

Mais planos - Do lado paraguaio, o país já prepara estradas para a rota. O escoamento da produção brasileira pode ainda ser impulsionado com ferrovias, que estão nos planos do Cosiplan (Conselho de Infraestrutura e Planejamento) do governo brasileiro. O corredor ferroviário pode ser integrado a MS por meio das construção do trecho ferroviário de Cascavel, no Paraná, a Maracaju, passando por Dourados.

A prefeitura de Campo Grande já se prepara para pleitear o título de Capital da Rota Bioceânica. Com a Medida Provisória do Marco Legal das Ferrovias, de agosto de 2021, espera-se que haja investimento privado para a construção da linha férrea entre Campo Grande e Ponta Porã.

Vice-prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes; primeira-dama, Tatiana Trad; prefeito Marcos Trad e governador de Concepción, Edgar López. (Foto: Divulgação/Prefeitura)
Vice-prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes; primeira-dama, Tatiana Trad; prefeito Marcos Trad e governador de Concepción, Edgar López. (Foto: Divulgação/Prefeitura)

Se essa ferrovia também sair do papel, será possível passar pela nova ponte sobre o Rio Paraguai e acessar a linha férrea que será construída no país vizinho, entre Pedro Juan Caballero e Concepción, orçada em 490 milhões de dólares.

Dessa forma, além de produtos para exportação, a rota seria o caminho do turismo e da cooperação em ciência, tecnologia e inovação, segundo a prefeitura de Campo Grande. O prefeito Marquinhos Trad (PSD) já viajou ao Paraguai em novembro para discutir o assunto, junto a uma comitiva. Ele assinou um protocolo de intenções com governo do Departamento de Concepción, no Paraguai, outro município que será impactado com a rota.

Só na fronteira, há pelo menos sete destinos turísticos mapeados pela coluna do Campo Grande News Lugares Por Onde Ando. Os visitantes podem ir ao Museu Dom Jaime Aníbal Barrera, conhecer as cachoeiras do Rio Aquidaban e do Rio Apa e o Morro Pão de Açúcar, em Porto Murtinho.

Tem ainda o Fuerte Olimpo, no lado paraguaio, e a Isla Margarita, que é um centro de compras de produtos importados, de frente para Porto Murtinho. A atração do passeio já começa pela travessia de barco pelo Rio Paraguai. O último destino é a Praça dos Tuiuiús, um centro de monumentos que contam a história da fronteira.

Barco usado na travessia do rio entre Porto Murtinho e a Isla Margarita, centro de compras do lado paraguaio. (Foto: Reprodução)
Barco usado na travessia do rio entre Porto Murtinho e a Isla Margarita, centro de compras do lado paraguaio. (Foto: Reprodução)

Porto Murtinho - O município lançou na sexta-feira (10), um Plano de Desenvolvimento Econômico, que prevê ações de melhorias voltadas para impulsionar o desenvolvimento local. O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de MS, Jaime Verruck, participou do evento.

Verruck também é presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-MS (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Ele destacou a construção da ponte e os projetos do Sebrae para a cidade.

“O Sebrae, por meio da elaboração do Plano de Desenvolvimento Econômico, que foi feito junto com toda a sociedade, traz ações que envolvem capacitação e iniciativas para melhorar a qualidade de vida das pessoas e das empresas, além de ferramentas para que os nossos pequenos negócios consigam aproveitar as oportunidades que surgirão”, disse o secretário.

Secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de MS, Jaime Verruck, e moradores de Porto Murtinho. (Foto: Divulgação/Semagro)
Secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de MS, Jaime Verruck, e moradores de Porto Murtinho. (Foto: Divulgação/Semagro)


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