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Economia

Capital terá mais 2 anos de “vacas magras”, prevê secretário de Finanças

Osvaldo Júnior e Mayara Bueno | 24/10/2017 15:51
Audiência Pública no plenarinho da Câmara para discutir o Orçamento 2018 (Foto: Mayara Bueno)
Audiência Pública no plenarinho da Câmara para discutir o Orçamento 2018 (Foto: Mayara Bueno)

Mais dois anos de “vacas magras” e “colheita” só em 2020. Essas foram as projeções feitas pelo secretário de Finanças e Planejamento, Pedro Pedrossian Neto, para as contas do município de Campo Grande. Ele tratou sobre o assunto em audiência sobre o orçamento para 2018, realizada no plenarinho da Câmara Municipal.

A proposta orçamentária é de R$ 3,7 bilhões, modesta alta nominal (sem considerar a inflação) de 3,1% em relação ao orçado para este ano. “É um orçamento absolutamente conservador para que Campo Grande não seja surpreendida pela economia”, justificou. “É um orçamento realista e pé no chão”, reforçou o secretário.

Nesse cenário, os investimentos, conforme admite Pedrossian Neto, serão baixos. Ele acredita que poderá ter avanço apenas porque o que foi investido durante este ano ficou abaixo do previsto no orçamento. Ele não precisou, entretanto, essa diferença.

O campo-grandense pode se preparar para mais dois anos de cinto apertado, com rigor na tributação e poucos investimentos. “Os anos de 2018 e 2019 ainda serão de austeridade, principalmente o início de 2018”, avisou o secretário.

A situação pode começar a melhorar no último ano da atual gestão. “Possivelmente, vamos começar a colher os resultados em 2020. Será um ano de colheita”, projeta.

O quadro crítico das finanças municipais decorre, conforme o secretário, do fraco desempenho das transferências constitucionais dos governos federal e estadual. Ele exemplifica com o repasse do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), que reduziu em 6,23% neste ano.

Mesmo com as contas fragilizadas, a prefeitura teve dispêndios acima dos tetos legais com as áreas da saúde e da educação, ainda segundo o secretário. O valor destinado à saúde correspondeu a 33,71% do total do orçamento. “Isso é o dobro do percentual exigido”, comparou.

As demais áreas contaram com montantes correspondentes às seguintes parcelas do Orçamento: educação (21,07%), urbanismo (11,01%), Previdência (8,9%), transportes (8,56%), administração (3,7%), duodécimo da Câmara Municipal (1,9%) e assistência social (1,68%).

No vermelho – Sem dizer o valor, o secretário afirmou que a prefeitura terminará 2017 com as contas no vermelho. “As dívidas de 2017 vão invadir 2018”, disse.

A proposta orçamentária tramita na Câmara Municipal e tem como relator o vereador Eduardo Romero (Rede). Ele reforçou que o valor orçado apresenta crescimento abaixo da inflação, o que indica política de austeridade da prefeitura.

Os vereadores têm até o dia 22 de dezembro para votar o Orçamento.

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