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Economia

Cesta básica teve alta de 8,55% em 2018, mostra pesquisa da UFGD

Coordenador da pesquisa afirma que aumento, considerado elevado, foi mais que o dobro da inflação do ano passado

Helio de Freitas, de Dourados | 09/01/2019 15:55
Pão francês teve o maior aumento em Dourados no ano passado, 52,90% (Foto: Divulgação)
Pão francês teve o maior aumento em Dourados no ano passado, 52,90% (Foto: Divulgação)

A cesta básica de alimentos adquirida teve alta de 8,55% em 2018, revela a pesquisa feita pelos acadêmicos do curso de ciências econômicas da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).

“Se levarmos em conta o comportamento da inflação, um pouco acima de 4% no ano de 2018, este aumento na cesta básica é elevado. O preço da cesta básica anual é um indicador muito importante para a economia brasileira, já que reflete a situação dos preços na economia como um todo. Potenciais investidores levam em conta a situação do mercado consumidor ao investir recursos”, avalia o professor Enrique Duarte Romero, coordenador da pesquisa.

Em dezembro de 2018, a cesta básica ficou em média 0,82% mais barata em Dourados em relação à mesma cesta comprada no mês anterior, segundo a pesquisa feita na última semana de ano passado e na primeira semana deste mês.

De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) a lei que estabelece o salário mínimo, os produtos que compõem a cesta básica são açúcar, arroz, banana, batata, café, carne, farinha de trigo, feijão, leite, margarina, óleo de soja, pão-francês e tomate.

Em novembro, o preço da cesta básica em Dourados ficou em R$ 384,82, 40,34% do salário mínimo de R$ 954,00. Já em dezembro de 2018, o trabalhador douradense teve que destinar uma quantia um pouco inferior para comprar os produtos da cesta básica: R$ 381,68.

Em âmbito nacional, o maior preço da cesta básica foi registrado em São Paulo: R$ 471,44; seguida por Rio de Janeiro com R$ 466,75 e a terceira capital com maior preço da cesta foi Porto Alegre, com R$ 464,72.

Em Campo Grande a cesta básica em dezembro custou R$ 422,88. “Registramos que a Capital apresentou no ano de 2018 o maior aumento da cesta básica no país, 15,46%”, afirma Enrique Romero.

Os pesquisadores apresentaram também o cálculo de quantas horas de trabalho são necessárias para comprar uma cesta básica em Dourados.

De acordo com a Constituição Federal de 1988, o trabalhador brasileiro deve trabalhar 220 horas mensais para receber, pelo menos, o valor estipulado como salário mínimo.

Em novembro de 2018, um trabalhador douradense precisou trabalhar 88 horas e 44 minutos para pagar a cesta básica. Em dezembro, o mesmo trabalhador precisou de 88 horas e 1 minuto.

Os mais baratos e mais caros – Dos 13 produtos que compõem a cesta básica, sete diminuíram de preço em 2018. Café, banana e margarina são os produtos que tiveram maior diminuição de valor. Já produtos como o pão e o feijão tiveram um aumento bastante elevado.

“O pão francês teve o maior aumento, chegando a 52,90%, o feijão teve 25,59% de aumento e a carne 10,43%, repercutindo no aumento da cesta em 2018 por ser o principal produto que compõe a cesta”, explica o coordenador da pesquisa.

Segundo ele, a dica para o consumidor é pesquisar os preços nos supermercados da cidade. “O preço mais elevado foi de R$ 396,32 e o menor de R$ 346,74 com os mesmos produtos. Isto representa uma diferença de R$ 49,58, ou seja, 14,30% de economia, um ganho que compensa o sacrifício de percorrer vários estabelecimentos”.

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