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Economia

Com carnes natalinas 5,9% mais caras, consumidor busca alternativa para ceia

Há comerciantes que sequer adquiriram produto neste ano, temendo 'encalhar' estoque e ter prejuízo

Elci Holsback | 20/12/2016 13:23
Frango ou churrasco podem substituir o peru neste Natal (Foto: Elci Holsback)
Frango ou churrasco podem substituir o peru neste Natal (Foto: Elci Holsback)

Os valores das carnes natalinas estão em média 5,9% mais caras neste ano em Campo Grande, comparado ao mesmo período de 2015, segundo pesquisa divulgada hoje (20) pelo Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais e Econômicas).

No último ano, o chester era vendido em média a R$ 13,02/kg enquanto em 2016 o quilo da ave chega a R$ 13,90 em média, aumento de 6,7%. O Peru Sadia registrou aumento de 3,6%, passando dos R$ 15,03/kg de 2015 para R$ 15,58/kg. Maior aumento foi registrado no Peru Perdigão que, de R$ 14,19/kg cobrado em 2015 passou para R$ 16,90/kg neste ano, registrando alta de 19,1%.

O aumento no valor das carne tradicionais para o período desanimou comerciantes, que estocaram menor quantidade dos produtos e clientes, que podem desistir do item na composição da ceia. 

Com pouca variedade de marcas e carnes, o supermercado Pires do bairro Tirandentes disponibiliza para venda apenas poucas unidades do peru Sadia, que no local custa 18,98/kg e o chester Perdigão, vendido a R$ 17,99/kg.

De acordo com o gerente do comércio, Edilson Santos os produtos natalinos chegaram mais tarde às gôndolas e em menor quantidade. "Esse ano veio menos carnes e bebidas natalinas. As indústrias fazem o mapa do ano anterior e , como sobrou muito e esse período de crise, o consumidor está mais comedido, não vai fazer grandes comemorações, então o estoque é menor", avalia o gerente.

Para quem busca opção para substituir os produtos na mesa, o frango resfriado teve o valor reduzido em 5,89% no comparativo entre 2015 e 2016. Antes vendido a R$ 9,33, a carne agora é encontrada em média pelo valor de R$ 8,78.

Se a opção para a ceia for churrasco, os cortes de algumas carnes mais comercializadas no período, como alcatra, contra-filé e picanha também sofreram reajuste. A menor alta registrada foi na picanha que, em dezembro de 2015 custava R$ 35,22/kg e atualmente é encontrada por R$ 36,46/kg, diferença média de 3,5%. Com reajuste de 5,5% o contra-filé passou de R$ 25,38 para R$ 26,78/kg e a alcatra, com 4,59% de reajuste, passou dos R$ 24,42/kg  de dezembro do ano passado para R$ 25,54/kg atualmente.

Entre os clientes, as compras planejadas predominam. A aposentada Silvane Giacomeli avalia os preços dos produtos de Natal, em especial as carnes como muito caros e a ceia não deve contar com o tradicional peru. "Não vou comprar nenhuma carne especial, está tudo muito caro", avalia a aposentada, que deve manter as carnes comuns na ceia.

Aproveitando que o valor do frango está mais baixo, o funcionário público Manoel Silva pretende substituir o peru por uma carne mais em conta. "O jeito é improvisar com um frango mais incrementado ou um churrasco", comenta.

Entre as demais carnes pesquisadas, a suína apresentou aumento de 12,3%, passando de R$ 17,32/kg para R$ 19,45/kg e entre os peixes, o bacalhau do porto teve o menor reajuste, de 2,7%, vendido a R$ 49,91, enquanto no mesmo período do ano passado o valor do pescado era de R$ 48,80/kg. O filé de merluza, com reajuste de 7,63% passou de R$ 19,93 para R$ 21,45/Kg.

Poucas unidades são encontradas nas lojas (Foto: Elci Holsback)
Poucas unidades são encontradas nas lojas (Foto: Elci Holsback)

Lojas sem estoque - Temendo 'encalhar' mercadoria, houve empresário que optou por não comercializar as carnes típicas das festas de final de ano, como o mercado Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tiradentes, onde o proprietário mudou a rotina e não adquiriu estoque de carnes especiais. "O quilo do peru e chester está muito acima dos R$ 10 e não vai vender, esse ano não compramos porque não vai ter saída", relata o proprietário Benedito Nascimento Júnior.

A Alemão Conveniências, localizada na rua Calógeras e tradicional pela venda de frios e congelados, também optou por não comercializar aves natalinas ou pernil neste final de ano. Segundo um funcionário, o alto valor do quilo das aves, principalmente, desanima o comerciante, que teme por prejuízo. "Nem sei se esse ano vamos vender, é arriscado, está muito caro", comenta.

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