ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 22º

Economia

Com dólar alto, procura por pacotes nacionais cresce 50% na Capital

Mariana Rodrigues | 27/09/2015 09:25
Bonito é um dos principais locais procurado por turistas. (Foto: Bonito Tour)
Bonito é um dos principais locais procurado por turistas. (Foto: Bonito Tour)

As agências de viagens ainda não começaram a sentir os efeitos do dólar cotado ao maior valor desde a criação do Plano Real. Porém, já houve aumento de 50% na procura por pacotes nacionais. Em contrapartida, os pacotes internacionais apresentaram queda de 20%. De acordo com as agências de viagens, o medo de viajar é ainda maior por conta da crise política, fator que tem amedrontado mais que a alta do dólar.

O consumidor parece estar mais cauteloso ou ter esperanças de que o dólar volte a baixar, desta forma aqueles que sempre compram pacotes nessa época do ano, pensando nas festas de fim de ano e férias, estão mais retraídos e só vão decidir o destino da viagem na última hora.

Para o consultor de viagens André Luiz Flores, da Premier Turismo, tudo é uma questão de costume. "Se o dólar permanecer no valor que está, os clientes acabam se acostumando e e as vendas acabam se normalizando". Ele conta que quem já havia comprado pacotes para o exterior não cancelou, mas quem pretendia comprar está aguardando até que o dólar baixe. "A procura por passagens com destinos nacionais aumentou 50%. Em comparação aos destinos internacionais, a procura pelos destinos nacionais aumentou 20%".

Para ele, uma das principais preocupações para quem vai viajar é o cartão de crédito. Já que muitos que se programaram com o dólar cotado na casa dos R$ 3 devem gastar mais nas viagens. "As pessoas ficam preocupadas se irão conseguir repor esse dinheiro gasto lá fora".

Para André, ainda há público para viajar, mas alguns ainda estão esperando para comprar os pacotes de viagem. "Se comparado ao mesmo período do ano passado, a procura por destinos nacionais e internacionais era melhor, mas o que percebo é que alguns de nossos clientes estão optando por destinos nacionais".

Os destinos nacionais apresentaram aumento de 50% na procura em comparação com os destinos internacionais. (Foto: Reprodução Facebook/ Corumbá Incrível)
Os destinos nacionais apresentaram aumento de 50% na procura em comparação com os destinos internacionais. (Foto: Reprodução Facebook/ Corumbá Incrível)

Em outra agência de viagem, a Condor Turismo, não houve cancelamentos de pacotes devido a alta do dólar. "Devido as encargos e multas por cancelamento de contrato não compensa para o cliente e acaba saindo quase o mesmo valor", conta uma representante da agência.

Ela ressalta ainda que o medo dos clientes não é nem a alta do dólar, mas sim a crise que o país e Campo Grande vem enfrentando. "A procura ainda está normal, agora é o momento da procura por pacotes para o período de férias", diz e acrescenta ainda que o que mais assusta são os gastos no destino escolhido. "Devido a essa alta do dólar são oferecidos preços menores para os destinos internacionais para que o passageiro não sinta a diferença, então foram reduzidas algumas tarifas por que senão a queda nas vendas seria de 100%. O medo maior dos clientes são com os gastos que terão nos destinos, o custo amedronta as pessoas, mas o medo maior é por conta da crise", afirma.

De acordo com o economista Fernando Abrahão, a orientação nesse período de oscilação da moeda norte-americana é que as pessoas se programem antes de viajar. Nas agências o volume de vendas continua o mesmo, está viajando para o exterior quem já estava com a viagem programada (passagem e hospedagem). A viagem para o exterior sem programação devem ser adiadas. "As pessoas devem levar em consideração os custos com a quebra de contrato, mas ainda assim é preferível que cancelem e se programem primeiro para depois viajar", diz.

Com relação aos destinos nacionais que até o ano passado estava com preços razoáveis, a hora de comprar é agora, mais para frente a tendência é subir e tem a alta no fim de ano que é natural. "Se as pessoas deixarem para comprar muito próximo do final do ano, vão acabar pagando mais caro, pois tem a questão da demanda, quanto mais a procura maior o preço".

Uma outra questão abordada por ele é o uso de cartão de crédito em viagens, que pode ficar bem mais caro, até mesmo para quem se programou antes de viajar, mas que agora está gastando com o dólar mais alto.

Previsão - Ele diz que no momento a tendência do dólar é aumentar, mas que a partir do primeiro semestre do ano que vem, se o governo federal ajudar, o dólar deve começar a abaixar. "Mas não espere uma baixa muito grande, ele deve ficar na casa dos R$ 3,50", finaliza.

Nos siga no Google Notícias