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Economia

Com novo sistema, Caixa demorará 6 meses para tomar imóvel com dívidas

Ricardo Campos Jr. | 03/03/2017 17:58
Presidente da Anoreg assina contrato com a Caixa Econômica (Foto: Ricardo Campos Jr.)
Presidente da Anoreg assina contrato com a Caixa Econômica (Foto: Ricardo Campos Jr.)

O tempo que a Caixa Econômica Federal vai levar para tomar um imóvel com parcelas em atraso deve cair de um ano para até seis meses. Isso porque a superintendência do banco em Mato Grosso do Sul assinou um contrato com a Anoreg, nesta sexta-feira (3), para o uso de um sistema digital de tramitação dos processos.

Pela lei, a instituição já não precisava mais acionar a Justiça quando os clientes deixavam de pagar as prestações, mas ainda assim a burocracia emperrava o andamento.

Evandro Narciso de Lima, superintendente da Caixa no estado, calcula que existam atualmente 2.5 mil processos de retomada imobiliária tramitando em MS. Todos eles continuarão da forma tradicional. O sistema só afetará aqueles que forem abertos a partir de segunda-feira (6).

O dirigente estima que por mês a instituição dá entrada em dois mil novos procedimentos, mas apenas uma pequena parte prossegue porque os mutuários em atraso, com medo de perderem os imóveis, procuram as agências para renegociar as dívidas.

Por conta dessas possibilidades de conciliação, o banco reduziu a taxa de inadimplência em Mato Grosso do Sul comparando 2016 e 2015. O primeiro teve índice de 1,32% e o segundo, 1,89%.

“Esse contrato é pioneiro no Centro-Oeste. A Caixa já tinha feito em outros estados, mas na região esse é o primeiro”, afirma Lima.

Como funciona? - O presidente da Anoreg, Juan Pablo Correa Gossweiler, explica que todas as vezes que um cliente deixa de pagar mais de uma parcela, os bancos os procuram durante seis meses para tentar um acordo.

Esgotadas as possibilidades de conciliação, a agência preparava um processo impresso e encaminhava a uma empresa terceirizada de cobrança. Os advogados analisavam o caso e remetiam a papelada a um cartório de registro de imóveis solicitando a emissão da notificação de retomada do bem.

O cartório, por sua vez, encaminhava o documento aos devedores e ao recebê-los assinados, devolvia o processo à empresa de cobrança, que por sua vez remetia novamente o caso aos bancos para entrada nos procedimentos de leilão. Agora, segundo ele, todo esse caminho será feito pelo computador, de forma rápida e instantânea.

“Não conseguiria estimar a queda nos custos porque esses custos têm que ser vistos sobre vários aspectos. É o tempo do funcionário que deixa de emitir 2,5 mil notificações; é o próprio material da impressão [que deixa de ser necessária]; e são 180 dias de dinheiro de um imóvel que a Caixa vai poder colocar de novo no mercado antecipadamente”

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