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Economia

Com queda nas vendas, mercados reduzem perdas com perecíveis

Renata Volpe Haddad | 28/09/2015 16:35
Volume de vendas vem apresentando queda e consumidores deixam de lado os supérfluos. (Foto: Gerson Walber)
Volume de vendas vem apresentando queda e consumidores deixam de lado os supérfluos. (Foto: Gerson Walber)

As vendas nos supermercados de bairro em Campo Grande têm caído nos últimos meses e há estabelecimentos que contabilizam perda de até 8% no volume vendido. Com essa situação, a solução é reduzir o estoque dos produtos perecíveis e fazer promoções para atrair os clientes que estão pesquisando mais antes de comprar.

De acordo com o proprietário do supermercado Pag Poko, localizado no bairro Mata do Jacinto, Denyson Prado, as vendas caíram cerca de 2%. "Estamos sentido a queda no volume de vendas aos poucos. Nós percebemos que antes as pessoas vinham 3 vezes na semana ao supermercado e atualmente, esse consumidor vem apenas uma vez na semana", comenta.

Para poder equilibrar a perda, Prado afirma que trabalha com tabloides o mês todo. "Temos dois tabloides por mês, fazemos várias promoções para poder atrair o consumidor para evitar que as vendas caiam mais", explica.

Sobreviver as grandes redes também não tem sido tarefa fácil para o Pag Poko. "Temos aqui perto o Atacadão e o Assaí que são conhecidos como "atacarejo", porque eles vendem nos cartões de crédito, débito, dão sacolinha plástica, e isso acaba atrapalhando um pouco nas nossas vendas", afirma.

Felipe afirma que trabalha com estoque baixo e não pensa em reduzir quadro de funcionários. (Foto: Gerson Walber)
Felipe afirma que trabalha com estoque baixo e não pensa em reduzir quadro de funcionários. (Foto: Gerson Walber)

Revezamento de estoque – O supermercado Lunardi, localizado no bairro Estrela do Sul, tem uma filial no Nova Lima. Com a queda nas vendas, o jeito que os proprietários encontraram para amenizar a situação, é trocar estoque com a outra loja.

Quem explica isso é o gerente Felipe Pereira. Ele conta que os supermercados estão trabalhando com o estoque baixo e quando uma loja não vende tanto um certo produto, encaminha para a outra. "Foi o jeito que achamos para poder equilibrar os gastos. Esse ano tudo subiu, como a conta de água, luz e combustível, só que o salário das pessoas não sobe e isso atinge diretamente o comércio", explica.

Questionado se há possibilidade de reduzir o quadro de funcionários, o gerente afirma que não. "Não tem porque reduzir o quadro de trabalhadores, isso porque o final do ano está aí, não compensa demitir agora para contratar depois. Os funcionários já são treinados", avalia.

Vendas caíram até 8% nos últimos 70 dias no supermercado Mister Júnior, no Nova Lima. (Foto: Gerson Walber)
Vendas caíram até 8% nos últimos 70 dias no supermercado Mister Júnior, no Nova Lima. (Foto: Gerson Walber)

Construção Civil – O supermercado Mister Junior tem percebido uma queda nas vendas de até 8% nos últimos 70 dias. Localizado no bairro Nova Lima, o gerente José Rodrigues explica que a maioria dos moradores, trabalham na construção civil. "Que a gente sabe que é um setor que tem demitido muitas pessoas e que está em queda, isso reflete nas compras dos consumidores", informa.

Os produtos supérfluos estão sendo deixados de lado pelas pessoas, que estão comprando apenas o necessário. "Por exemplo, o consumidor que sempre comprou um tipo de desodorante, hoje em dia opta por um mais barato. Isso tem acontecido sempre", informa.

Para poder superar essa queda no volume das vendas, o gerente explica que o jeito é negociar com os fornecedores. "Deixamos de ter estoque, estamos comprando menos dos fornecedores e tentando negociar um preço mais em conta. Promoção também é fundamental para atrair o cliente", explica.

Estratégia - Para o presidente da AMAS (Associação Sul-mato-grossense de Supermercados), Marcelo Gonçalves, os proprietários precisam ter além de uma ação estratégica, um pensamento estratégico. "Promoção é uma ação, mas pode ser que demore certo tempo para conquistar 100% todos os clientes e não é tão barato. O correto é conhecer os clientes que frequentam o seu supermercado, saber o público que entra para fazer compras", alega.

Gonçalves diz que o cliente continua existindo com crise ou sem crise, mas os hábitos deles têm mudado. "Os consumidores trocam a marca por uma mais barata e reduzem a quantidade de idas ao supermercado. O dono pode conhecer os clientes através do cupom disponibilizados na loja, e saber a quantidade de público feminino ou masculino. A partir dai, o proprietário do mercado, pode fazer uma ação com os fornecedores", avalia.

Congresso - Empresários do setor de supermercados de Mato Grosso do Sul se reúnem amanhã (29) a partir das 9h, para analisar estratégias a fim de superar as dificuldades econômicas do país e manter os negócios equilibrados. O evento em forma de Congresso tem como pauta temática “Resiliência: Como se Adaptar às Adversidades e Buscar Oportunidades”.

Liderado pela AMAS e o SINDSUPER (Sindicato do comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Campo Grande), o movimento vai além do setor supermercadista trazendo para os debates lideranças de outros segmentos do comércio varejista, da indústria e do atacado distribuidor.

O congresso acontece no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande.O Governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Fernando Yamada, vão estar presentes.

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