Consumidor faz fila para se livrar de dívidas e aproveitar isenção de juros
Começou na manhã de hoje (3) a Campanha Nome Limpo, o maior feirão de negociação de dívidas em Mato Grosso do Sul. Logo cedo, muita gente aguardava na fila para consultar as pendências e aproveitar a oportunidade de limpar o nome e resgatar o crédito no comércio. Para quem não vai quitar as contas à vista, o mais importante é parcelar os débitos com valores que cabem no bolso.
"Vou tentar pagar à vista, mas se não der, quero uma parcela que eu possa pagar para não voltar a estaca zero", disse a frentista Juliana Pinato, 23 anos.
Promovida pela ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), a ação pretende resgatar R$ 4,5 milhões em débitos, de acordo com estimativa da entidade. O valor é referente a apenas 5% do montante avaliado em R$ 91 mil. A expectativa é que cerca de 1,2 mil pessoas sejam atendidas na estrutura montada na Praça Ary Coelho.
Das 700 empresas que participam da campanha, algumas oferecem desconto de até 100% sobre os juros da dívida. No entanto, segundo o presidente da ACICG, João Carlos Polidoro, a grande vantagem é a possibilidade de “alongamento da dívida”. “Assim o consumidor tem uma parcela que cabe no bolso. Esse parcelamento facilita a quitação do débito”, explicou.
Oito empresas estão instaladas na praça para facilitar a negociação com o consumidor - Águas Guariroba, Pax Real, Prefeitura Municipal de Campo Grande, Banco do Brasil, Net, Ótica Super Visão, Ótica Diniz e Anita Shoes.
Com uma dívida de quase R$ 4 mil, a atendente Eliane Santos de Souza, 28 anos, era um bom exemplo na manhã de hoje. Eliane optou por usar todo o dinheiro que recebeu em uma rescisão contratual para pagar as contas. “Preferi ficar sem nenhum centavo e pagar todos os meu débitos”, disse ela.
Hoje, após consulta no SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), Eliane descobriu que ainda tinha uma pendência no banco. “Parece que é com meu cartão de crédito. Vou lá para negociar”.
Conforme Polidoro, a inadimplência aumentou na Capital, reflexo do endividamento gerado pela facilidade do crédito e a desaceleração da economia. “O consumidor precisa ser sustentável. Os que forem negociar precisam cumprir com o parcelamento da dívida. Tem casos em que a dívida já estava prescrita e o consumidor quis pagar. Essa é a intenção da campanha é despertar a possibilidade de negociação, existe saída”, frisou.
Sem pagar a conta de água durante três meses, a call center Eliamara Moraes, 29 anos, viu a dívida chegar a cerca de R$ 200,00. Se parece pouco? Ela garante que não. O valor pesaria no orçamento se fosse pago de uma só vez. “Ia ficar complicado. Já estava fazendo o cálculo e já não estava dando certo”, disse.
Lá na Praça Ary Coelho, ela parcelou a dívida, com uma entrada e parcelas que não vão apertar o bolso, garante.
Quem também aproveitou a campanha foi a técnica operacional Larissa Ingrid Martins, 22 anos. Sem saber exatamente o que deve, ela aguardava na fila para consultar no SCPC os débitos. “Vou aproveitar para limpar meu nome. Colocar a dívida em dia”. Segundo ela, os débitos não passam de R$ 500 e ela pretende pagar à vista.

Este ano a 9° edição do evento acontece em parceria com a Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), Sebrae/MS e FAEMS (Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul).
A campanha segue até sábado (8) na praça, mas durante todo mês é possível negociar com as vantagens da campanha. "Sentimos o reflexo durante todo mês", disse Polidoro.
Durante toda semana, estão programadas palestras educativas sobre atividade financeira e economia abertas ao público. No site da Associação é possível consultar as empresas que participam da ação.