ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 32º

Economia

Cresce volume de protestos em cartórios contra prefeitos e ex-prefeitos de MS

Associação apela ao TCE para que prorrogue adesão ao Refis e a suspenda cobrança dos processos encaminhados à dívida ativa

Rosana Siqueira | 17/06/2020 13:23
Presidente da Aprex-MS enviou ofício pedindo ajuda do TCE (Divulgação)
Presidente da Aprex-MS enviou ofício pedindo ajuda do TCE (Divulgação)

Diante das dificuldades agravadas pela coronacrise, cresceu o volume de protestos judiciais contra prefeitos e ex-prefeitos registrados em cartórios, como consequências de multas por irregularidades administrativas.

Com o crescimento nos casos, a Aprefex-MS (Associação de Prefeitos e Ex-prefeitos de Mato Grosso do Sul) enviou ofício ao TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado) no qual relata a grande preocupação com a condição dos associados que devem ao órgão.

No documento, endereçado ao  presidente da Corte Fiscal, conselheiro Iran Coelho das Neves, o presidente da Aprex-MS, Luiz Antônio Milhorança, solicita a prorrogação do prazo de adesão ao Refis (Programa de Recuperação Fiscal) e a suspensão dos atos de cobrança dos processos encaminhados à dívida ativa.

O dirigente alega que a Aprefex-MS tem recebido uma série de ligações e mensagens nas quais prefeitos e ex-prefeitos expõem suas situações de extrema dificuldade, sobretudo, alegando a impossibilidade de pagar as dívidas decorrentes desses protestos nesse momento de crise causada pela pandemia do Covid-19 (novo coronavírus).

"Ciente de que a pandemia tem causado severas consequências econômicas e sociais, a ampliação do Refis é medida que se adequa à situação excepcional atualmente vivida no Estado de Mato Grosso do Sul e no Brasil. Esta associação também postula que a Corte Fiscal, após os devidos levantamentos, solicite da Procuradoria-Geral do Estado à suspensão dos atos de cobrança dos  processos encaminhados à dívida ativa que estão dentro do prazo legal para a apresentação de pedido de revisão, em conformidade com o art. 4º, § 3º   da Lei N.º 1.425, alterado pela Lei N.º 5.454/2010", diz trecho do documento.

Tem ex-prefeito reclamando que há protesto no valor R$ 25 mil para pagar em curto prazo e não dispõe de dinheiro.  “É um saco sem fundo, quando você paga uma, vem duas, vem três, não sei onde vai parar”, queixou-se Milhorança, ex-prefeito de Angélica.

Em situação semelhante, o ex-prefeito de Rio Negro, Gilson Romano, acredita que a maioria dos ex-gestores não têm condições financeiras para pagar essas contas protestadas.

“Como vou pagar. Mandar 12, 13 protestos num dia só. O meu, por exemplo, são R$ 25 mil para pagar daqui a três dias, não tem condições. Eu acho que poucos ex-prefeitos não vão ter condições de pagar um valor desses", colocou Gilson Romano, ao expor seu problema em conversa com os associados.

O ex-prefeito de Bandeirantes, Flávio Gomes, também opinou sobre o grande volume de cobrança de dívidas por parte do TCE-MS, mas disse acreditar numa saída através do diálogo envolvendo a Aprefex-MS e os conselheiros.

O ex-prefeito de Inocência, Toninho da Cofapi, que já presidiu a Assomasul, observou que praticamente todos saíram da administração pública com dificuldades financeiras e não dispõem de recursos para quitar essas dívidas da maneira como estão chegando, mas defendeu a união dos associados na tentativa de renegociar os valores acima de 120 Uferms com o TCE-MS.

“A maioria das multas foi porque os funcionários não encaminharam pra lá (TCE-MS). Então, ficamos em situação difícil, mas temos de nos unir, nos dar as mãos para a gente sair numa condição melhor e quitar nossas obrigações”.

Nos siga no Google Notícias