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Economia

Dólar e bolsa caem após volta do tarifaço de Trump e impasse sobre IOF

Tribunal suspendeu a liminar que havia bloqueado o pacote tarifário anunciado nos EUA

Por Gustavo Bonotto | 29/05/2025 19:00
Dólar e bolsa caem após volta do tarifaço de Trump e impasse sobre IOF
Cédulas do dólar. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O dólar fechou em queda de 0,50% nesta quinta-feira (29), cotado a R$ 5,66. O Ibovespa também recuou, com baixa de 0,25%, encerrando o dia aos 138.534 pontos. A retração dos principais indicadores refletiu a reação dos mercados à decisão da Justiça dos Estados Unidos de restabelecer as tarifas de importação impostas pelo presidente Donald Trump (Republicano) e à incerteza em torno da elevação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no Brasil.

No cenário internacional, o Tribunal de Apelações dos EUA suspendeu a liminar que havia bloqueado o pacote tarifário anunciado por Trump em janeiro. A nova decisão voltou a autorizar a cobrança de taxas sobre produtos importados de mais de 180 países, medida que havia sido temporariamente barrada por magistrados do Tribunal do Comércio Internacional. Investidores interpretaram a retomada das tarifas como um sinal de aumento dos custos globais de produção, com impacto direto sobre os preços ao consumidor e o ritmo de crescimento da economia mundial.

A reversão da decisão judicial nos EUA tirou o fôlego das bolsas, que haviam iniciado o dia em alta, e pressionou o câmbio. Apesar da queda no valor do dólar frente ao real nesta sessão, a moeda norte-americana acumula alta de 0,36% na semana. No mês, o recuo é de 0,19%, enquanto no ano a desvalorização já chega a 8,31%.

No mercado doméstico, o foco segue no impasse fiscal causado pela tentativa do governo federal de aumentar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O Executivo espera arrecadar R$ 20 bilhões com a medida, mas enfrenta forte resistência no Congresso. Parlamentares da base e da oposição apresentaram 22 propostas para derrubar o decreto que oficializou o aumento. A insegurança sobre o futuro da arrecadação gerou desconfiança nos investidores, que veem risco de novos cortes no Orçamento caso a medida seja rejeitada.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou que o governo trabalha para manter a elevação do imposto como forma de garantir o cumprimento da meta fiscal. Ele se reuniu na noite de quarta-feira (28) com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, em tentativa de conter a pressão política pela revogação. A equipe econômica avalia alternativas para preservar o ajuste fiscal, mas ainda não apresentou uma proposta formal.

Com o cenário externo mais instável e a situação fiscal brasileira indefinida, o mercado adotou uma postura mais cautelosa. O resultado foi um dia de baixa tanto para a moeda americana quanto para o principal índice da bolsa brasileira, que sentiu o peso das incertezas e do aumento da aversão ao risco.

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