ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 31º

Economia

Dólar tem dia volátil, mas fecha novamente abaixo de R$ 5,00

Altamiro Silva Junior | 23/06/2021 19:03

O dólar fechou abaixo de R$ 5,00 pelo segundo dia. Mas no aguardo de novos catalisadores, o câmbio teve um pregão volátil, em parte marcado por um movimento de realização de ganhos, após a moeda americana acumular queda de 7% nos últimos 30 dias, a maior dos emergentes no período. No exterior, o dólar operou sem tendência única nesta quarta-feira, o que contribuiu para a falta de direção do real. Indicadores mistos da economia americana e declarações de dirigentes do Federal Reserve reforçaram o tom de cautela nas mesas de operação.

No Brasil, o fluxo de capital externo, comercial e financeiro, tem sido forte este mês e mais recursos entram nos próximos dias, por conta de captações de empresas, o que ajuda a limitar eventual pressão de valorização do dólar, destacam os profissionais das mesas de câmbio. Nesta quarta, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o dólar, após ter rompido o piso dos R$ 5,00 na terça, ainda pode cair mais. Ao mesmo tempo, ele disse que o presidente Jair Bolsonaro anunciará mais três meses de auxílio emergencial, o que provocou certa cautela nos investidores.

No fechamento, após bater na mínima de R$ 4,93 no começo da tarde, o dólar encerrou o dia em leve queda de 0,07%, a R$ 4,9628. No mercado futuro, o dólar para julho, que vence na próxima semana, subia 0,15%, a R$ 4,9685 às 17h40.

Para o sócio da gestora 051 Capital, Flávio Aragão, a taxa de juro muito baixa havia espantado o investidor estrangeiro do Brasil, junto com a deterioração fiscal e a atividade enfraquecida. A correção deste movimento da Selic vem ajudando o real, ressalta ele, pois ajuda a atrair capital externo. Além disso, o cenário de atividade começou a melhorar de forma importante, isso em um ambiente de melhora dos termos de troca para o país, por conta da alta das commodities no exterior.

O fluxo cambial em junho está positivo em US$ 2,3 bilhões até o dia 18, segundo dados desta quarta do Banco Central. Só pelo comércio exterior entraram US$ 1,3 bilhão. Pelo canal financeiro, entraram US$ 1 bilhão e há ainda as operações desta semana, com ao menos parcela de recursos de estrangeiros. A EcoRodovias captou na terça um total de R$ 2 bilhões e o Banco Inter pode lançar na quinta R$ 5,5 bilhões, dia em que a XP Inc deve acessar o mercado para emitir títulos de dívida.

Nos Estados Unidos, o índice dos gerentes de compras (PMI) de serviços decepcionou em junho, ajudando a enfraquecer o dólar. Ao mesmo tempo, o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, que vota nas reuniões de política monetária, disse que antecipou sua previsão para o início do ciclo de aperto monetário. Ele prevê a primeira elevação da taxa básica de juros no fim de 2022 e ainda recomendou que o Fed comece já a discutir a redução das compras de ativos.

O Bradesco avalia que o Fed dará início à discussão sobre o ajuste no programa de compras de ativos a partir de agosto, com o "tapering", como é chamado o início da redução, começando entre o final de 2021 e o início de 2022. Com isso, há chance de a primeira elevação da taxa básica de juros nos EUA ocorrer em 2022, ressalta relatório nesta quarta-feira.

Campo Grande News - Conteúdo de Verdade


Nos siga no Google Notícias