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Economia

Em 5 anos, número de voos caiu 39% no Aeroporto de Campo Grande

Algumas das consequências são demissões em lojas que funcionam no local e redução de horários

Osvaldo Júnior | 28/05/2017 08:40
Lojas no saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande (Foto: Marina Pacheco)
Lojas no saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande (Foto: Marina Pacheco)

O corte contínuo no número de voos impacta sobre o movimento das lojas do saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande. Demissão de funcionários e redução do horário de atendimento são as principais medidas adotadas pelos lojistas para amenizar os efeitos das vendas fracas. No primeiro quadrimestre deste ano, a quantidade de pousos e decolagens caiu 12% e, em cinco anos, a retração chega a 39%.

Com o desaquecimento do setor de transporte aéreo, as companhias vêm enxugando a oferta de voos. Conforme dados da Infraero, de janeiro a abril deste ano, o número total de pousos e decolagens no Aeroporto Internacional de Campo Grande foi de 5.735. É o menor resultado da série histórica, iniciada em 2012. A trajetória de queda é contínua, resultando em 3.699 voos a menos no primeiro quadrimestre de 2017 frente a mesmo intervalo de cinco anos atrás.

Esse cenário é sentido, diretamente, pelo comércio do terminal. No total, são 57 empresas, que comercializam produtos e serviços nas áreas interna e externa do aeroporto da Capital, segundo a Infraero. Os segmentos são diversos: lanchonetes, lojas de artesanato, confecção, alimentos naturais, floricultura, livraria, artigos de bijuteria, etc.

A redução do número de voos refletiu fortemente sobre os negócios dessas empresas. “Desde o começo deste mês, foram demitidas três pessoas”, contou um funcionário de uma lanchonete, que preferiu, assim como as demais fontes das lojas, não ser identificado. De acordo com ele, havia 20 e, hoje, são 17 trabalhadores no local. O corte de pessoal é de 15%.

“Aqui ficava sempre cheio. Era até difícil de andar pela loja para atender os clientes”, lembra a funcionária – a única que permaneceu – de uma loja de presentes. Até o início deste ano, eram três vendedores. “Isso aconteceu, porque reduziu bastante [o número de] voos”. A loja, que atendia até as 22h, está fechando 20h30. “O voo das 22h, que vem de Cuiabá, tem poucos passageiros. Então, não compensa”, justificou.

Expediente reduzido também foi a saída adotada por outra loja de presentes para atenuar as perdas com a oferta menor de voos. “O atendimento era 24 horas. Agora, estamos abrindo às 3h e fechando às 20h”, informou uma funcionária.

Menos horas de atendimento foi a alternativa adotada por uma loja de artigos regionais para evitar as demissões. “Para não mandar ninguém embora, a empresa diminuiu nossos horários”, contou uma vendedora. Ela acrescentou que a média de vendas era, até o ano passado, de R$ 15 mil. “Já chegamos a fazer R$ 23 mil”, detalhou. A realidade atual, no entanto, é muito diferente. “No Dia das Mães, abrimos das 5h às 20h. Mas não vendemos nada. Nada mesmo, nadinha, nadinha”, contou.

Prejuízo – A redução da oferta de voos se relaciona ao quadro financeiro de empresas áreas. Em 2016, o prejuízo das companhias brasileiras somou R$ 1,577 bilhão, representando margem líquida negativa de 4,8%, conforme demonstrações contáveis divulgadas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) neste mês.

Conforme a Anac, o prejuízo verificado em 2016 decorre da retração das demandas por voos domésticos e intercionais. No primeiro caso, a queda foi de 5,7%, resultado que quebrou sequência de 12 anos consecutivos de crescimento. Em se tratando da demanda por transporte aéreo internacional, que vinha em alta seguida de seis anos, a redução foi de 3,6%.

Em 5 anos, número de voos caiu 39% no Aeroporto de Campo Grande
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