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Economia

Em 9 meses, indústria da Capital eliminou mais de mil postos de trabalho

Flávio Paes | 24/10/2015 18:55
Setor téxtil  foi um dos que mais demitiu neste ano (Foto:Divulgação)
Setor téxtil foi um dos que mais demitiu neste ano (Foto:Divulgação)
Construção civil também  registrou muitas demissões
Construção civil também registrou muitas demissões

A indústria de transformação de Campo Grande promoveu nos primeiros nove meses do ano enxugamento do seu quadro de pessoal. Foram eliminados 1.161 empregos com carteira assinada, que correspondem a 5,90% da força de trabalho que o segmento empregava no início do ano. O setor que em janeiro tinha 19.662 empregados, fechou setembro com 18.501.

Conforme o levantamento do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), de janeiro a setembro foram 8.514 demissões, ante as 7.353 contratações formalizadas. O setor respondeu por 24,82% dos empregos que a crise varreu da economia da cidade (4.680 vagas fechadas) até agora em 2015.

Este cenário é bem diferente do observado em igual período do ano passado, quando a indústria contabilizou a abertura de 269 novos empregos, 6,98% dos 3.382 empregos gerados na economia da cidade como um todo.

Da indústria de transformação, o setor têxtil e do vestuário, exatamente um dos com uso de mão-de-obra intensiva, é um dos mais afetados pela crise, tanto que demitiu em nove meses 11,461% dos trabalhadores que empregava no início do ano.

Neste período “desapareceram” 355 empregos (1.911 demissões ante as 1.556 contratações registradas) do setor. As indústrias que em janeiro empregavam 3.037 trabalhadores, fecharam o mês passado com 2.682 funcionários. Há um ano, quando a indústria gerou em nove meses 269 novos empregos, quase 48% (141) vieram exatamente destas indústrias.

O retrato desta situação é que muitas empresas estão trabalhando com capacidade ociosa e há casos piores, como a da Universo Íntimos, enfrentando dificuldades para pagar a folha de pagamento e a rescisão dos funcionários dispensados.

Um grupo de 82 demitidos precisou recorrer ao Ministério Público Trabalho nesta semana para definir um prazo de recebimento dos seus direitos e os 324 trabalhadores que continuam empregados, até quinta-feira, não tinham recebido o salário de setembro, que poderia ser pago ontem, sexta-feira(24/10).

A produção estava interrompida e conforme o termo de ajustamento de conduta firmado com a Procuradoria do Trabalho, deve ser retomada nesta segunda-feira. Há um passivo trabalhista de R$ 300 mil, referentes as verbas rescisórias, a contribuição do FGTS( Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), que não é depositada há um ano, desde setembro do ano passado.

O presidente do Sindicato que representa o setor, Francisco Veloso, atribui a crise a excessiva carga tributária e a falta de uma política industrial que abriu caminho para o produto importado dominar o mercado em detrimento da produção nacional. “O custo Brasil nos tira com qualquer chance de concorrer com o produto asiático, principalmente da China”, pondera. “Não se trata de problema de gestão do empresário. Simplesmente não há como sobrevive num cenário econômico como o atual”, sustenta.

Outro segmento que também sofre com a desaceleração da economia é o da construção civil. Os números do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram o fechamento de 1.246 vagas, representando 5,90% da força de trabalho que as construtoras empregavam em janeiro. Foram 11.609 contratações, ante 12.855 demissões. O número de empregos formais gerados pelo setor de 21.118 caiu para 19.872.

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