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Economia

Em Dourados, chuva foi irregular e não garante salvação das lavouras de soja

Helio de Freitas, de Dourados | 21/10/2014 19:20
Em áreas próximas ao perímetro urbano de Dourados chuva foi boa e produtor retomou o plantio de soja (Foto: Eliel Oliveira)
Em áreas próximas ao perímetro urbano de Dourados chuva foi boa e produtor retomou o plantio de soja (Foto: Eliel Oliveira)

As chuvas de ontem em boa parte das regiões produtoras de Mato Grosso do Sul amenizam a situação caótica apontada por especialistas na semana passada e trazem alívio aos produtores, mas ainda não garantem a salvação das lavouras de soja. O presidente da Aeagran (Associação dos Engenheiros Agrônomos da Grande Dourados), Luis Renato Peixoto Cavalheiro, informou que as chuvas foram irregulares, variando de 4 a 40 milímetros.

Ao Campo Grande News, Luis Renato informou nesta terça-feira que nas regiões onde a chuva foi considerável os produtores já retomaram o plantio, que ficou parado por cerca de dez dias devido à estiagem e temperaturas na casa de 40 graus, principalmente na semana passada. Já em locais onde a chuva foi inferior a 10 mm, o engenheiro agrônomo recomenda que o produtor espere um pouco mais, pois as previsões indicam mais chuva nesta sexta-feira e na próxima semana. Dourados tem cerca de 150 mil hectares destinados à soja, dos quais 20% tinham sido plantados.

“As chuvas não foram bem distribuídas, teve local que recebeu só uma garoa, mas em boa parte da área a chuva variou de 20 a 40 mm, aquele bolsão de calor se dissipou e ameniza a situação de lavouras já semeadas e emergidas. Onde a chuva foi pouca o produtor deve esperar um pouco mais”, afirmou Cavalheiro.

Segundo ele, no município de Dourados a chuva mais forte ocorreu próximo ao perímetro urbano, mas foi fraca nos distritos de Itahum (oeste) e Macaúba (leste), com cerca de 4 mm de precipitação. “Em Caarapó choveu de 30 a 35 mm, em Itaporã de 25 a 30. Por outro lado não choveu em regiões de Sidrolândia e parte de Macaraju, por exemplo”.

Luis Cavalheiro explicou que nas áreas onde a semente foi plantada, mas não emergiu em função do forte calor e seca, os produtores devem esperar as próximas chuvas para saber em que locais será preciso fazer o replantio. “A chuva contribui para melhorar a situação das lavouras que estavam com o crescimento paralisado por falta de umidade. Agora é esperar uns dias e fazer um levantamento para saber onde precisa replantar. Mesmo com a chuva quem estava com área condenada terá de fazer o replantio”.

Na semana passada, a Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS) informou que pelo menos 50 mil hectares teriam de ser replantados no Estado. O analista em agricultura da entidade,
Leonardo Carlotto, disse que o replantio é uma prática comum entre os agricultores, mas ter de replantar quase toda a área que já tinha sido plantada é raro. A região norte é a que mais tem sofrido com a estiagem e onde as perdas serão maiores. A Famasul estima que cada hectare plantado com soja custe R$ 1 mil ao produtor, valor que é multiplicado em necessidade do replantio.

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