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Economia

Empreiteira demite em massa e trabalhadores ficam sem receber

Cerca de 75 foram demitidos pela Photon, prestadora de serviços da GreenPlac

Osvaldo Júnior | 22/01/2018 18:44
Trabalhadores em frente à Greenplac, fábrica de MDF da Asperbras (Foto: Direto das Ruas)
Trabalhadores em frente à Greenplac, fábrica de MDF da Asperbras (Foto: Direto das Ruas)

A Photon Engenharia demitiu 75 trabalhadores em Água Clara, a 198 quilômetros de Campo Grande. A empreiteira é prestadora de serviços da GreenPlac, fábrica de MDF da Asperbras, em construção no município e com investimento de R$ 330 milhões. Parte dos trabalhadores ainda não teria recebido os valores relativos à rescisão contratual.

A situação agrava o desemprego no segmento da construção civil no município. Como os contratos foram encerrados na medida em que as obras da GreenPlac avançavam, as empresas passaram a desligar os trabalhadores. 

Segundo o Sintracon (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil), duas empresas – a Almeida Lopes e a Fascimon– terminaram os contratos durante 2017 e, com isso, cerca de 170 pessoas ficaram desempregadas, a maioria vinda de outros estados, sobretudo do Nordeste. Além dessas, a Photon, mais recentemente, demitiram 75 trabalhadores. Neste caso, no entanto, a situação é diferente: a empresa não teria concluído os serviços. 

Entre os demitidos da Photon, está Alfred Carlos Gonçalves dos Santos, que veio da Bahia para trabalhar como montador, prestando serviço para a Asperbras e contratado pelo Photon. “São 75 funcionários que foram demitidos e nem todos receberam. Nossa rescisão vence hoje”, afirmou o montador, por telefone, nesta segunda-feira (dia 22).

De acordo com Alfred, os trabalhadores, que estão agora desempregados, são de outros estados, a maior parte do Nordeste. “Todo mundo é de fora e estão sem dinheiro”, reforça.
Para receber o salário de dezembro e rescisões assinadas nesse mês, funcionários demitidos protestaram em frente à Greenplac. “Agora estamos brigando pelas rescisões que foram assinadas no dia 12 de janeiro”, detalhou o montador.

A situação crítica em Água Clara pode ser sentida no clima tenso durante um dos protestos, conforme mostra vídeo enviado à redação do Campo Grande News. Na ocasião, um dos trabalhadores fala a um segurança da Greenplac: “Nós não temos o que comer, não temos onde dormir. Culpa de quem é isso aí?” E, depois, finaliza: “Nós queremos o que é nosso!”.

GreenPlac em imagem de agosto do ano passado (Foto: Asperbras)
GreenPlac em imagem de agosto do ano passado (Foto: Asperbras)

Outro lado – A Asperbras, com sede em São Paulo, foi procurada pela reportagem, mas, possivelmente devido ao horário (pouco depois das 18h em Mato Grosso do Sul), ninguém atendeu os telefonemas.

De acordo com informações no site da Asperbras, a Greenplac terá capacidade de produção de 250 mil m³ de MDF por ano, criando 200 empregos diretos. A empresa também informa que a inauguração da primeira fase da indústria seria no dia 8 de janeiro de 2018, o que significa que o cronograma está atrasado.

A Asperbras surgiu em 1966 como empresa de implementos agrícolas em Penápolis, no interior de São Paulo. Com o tempo se expandiu nacional e internacionalmente, atuando, hoje, em países da África, Europa e América do Sul.

(Matéria editada em 25 de janeiro para correção de informações)

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