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Economia

Entidades criticam ampliação e dizem estar "surpresas" com toque de recolher

Para tentar diminuir o prejuízo, Abrasel solicitou à prefeitura que adie a medida até domingo (12)

Adriano Fernandes | 07/07/2020 20:26
Bar da Afonso Pena vazio no início da pandemia. (Foto: Henrique Kawaminami)
Bar da Afonso Pena vazio no início da pandemia. (Foto: Henrique Kawaminami)

A ampliação do toque de recolher a partir desta quarta-feira (08), em Campo Grande, pegou os empresários que atuam no comércio da Capital de surpresa. Para tentar diminuir o impacto no faturamento, a Abrasel/MS (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Mato Grosso do Sul) solicitou à prefeitura de Campo Grande que adie o novo toque de recolher pelo menos até o próximo domingo (12).

O prazo seria necessário para que os donos de bares e restaurantes possam se organizar e não percam os estoques de produtos perecíveis adquiridos para esta semana. O setor vai ser o mais atingido com o novo horário do isolamento, que passará a ser das 20h às 5h a partir de amanhã.

“O problema é o estoque que os empresários têm, principalmente, das casas que trabalham com carne e peixe. Os produtos são de autovalor, perecíveis e que não podem ser mais congelados”, comentou o presidente da Abrasel/MS, Juliano Wertheimer.

De acordo com Juliano, após reunião por videochamada nesta terça-feira, os empresários concordaram com as novas regras do toque de recolher, mas pediram que fosse enviado à prefeitura um pedido de adiamento, pois a mudança pegou todos de surpresa.

“Pedimos que até domingo o horário de funcionamento seja até às 23h, assim dá tempo de todos organizarem os estoques e o afastamento dos funcionários. Entendemos a necessidade de uma restrição mas severa, mas o principal agravante é a falta de um aviso com antecedência da medida”, completa.

Para o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) o comércio vive um impasse entre a importância das medidas de prevenção do novo coranvírus e a atividade econômica da Capital. “É uma situação que preocupa a todo o varejo, pois sabemos que a preservação da vida é prioritária, mas estamos em um dilema entre a vida da população e a economia do setor”, comenta Adelaido.

Ele também criticou a adoção "surpresa" da medida. "Muitos alimentos serão perdidos e o empresário não vai ter nem como recompensar esse prejuízo. Alguns restaurantes sequer irão poder abrir com o funcionamento até 20h", completa. A diretoria da CDL está reunida esta noite, justamente para estudar os impactos da ampliação no toque de recolher.

“A última coisa que um empresário gostaria de se preocupar neste momento é em como manter o funcionamento do seu negócio. Isso mostra o quanto o país é despreparado para garantir que todos, incluindo os empresários, fiquem em casa, sem ter outras preocupações num momento como este”, acrescenta.

Ampliação - A ampliação do toque de recolher foi anunciada nesta terça-feira (07) pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD), devido ao aumento diário nos números de pessoas infectadas pela covid-19 assim como as denúncias de aglomeração em bares e casas de festas da Capital.

Conforme o decreto, detalhado em edição extra do Diário Oficial fica determinado toque de recolher do dia 08 a 19 de julho, das 20h às 05h, estando terminantemente proibida a circulação de pessoas, exceto quando necessária para acesso aos serviços essenciais.

A ampliação não se aplica a mercados, postos de combustíveis, farmácias e serviços de saúde, que podem funcionar em horário estabelecido no alvará de localização e funcionamento, bem como aos serviços de delivery, de coleta de resíduos e ações destinadas ao enfrentamento da covid-19.

Todos os estabelecimentos e atividades com atendimento ao público devem funcionar com lotação máxima de 40%  de sua capacidade, inclusive academias e igrejas. Nos bares e restaurantes a execução de música ao vivo só será permitida na modalidade “voz e violão”, limitado à apresentação de no máximo duplas, sendo vedada em tabacarias, lojas de conveniência, casas noturnas, boates, casas de shows e espaços de eventos.

Qualque evento com aglomeração de pessoas segue terminantemente proibido.

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