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Economia

Falta boi para abate e 26 frigoríficos do país já fecharam; 14 deles em MS

Renata Volpe Haddad | 15/06/2015 12:03
Frigoríficos do país fecham as portas por falta de bois para abates. (Foto: Claudio Vaz/Divulgação)
Frigoríficos do país fecham as portas por falta de bois para abates. (Foto: Claudio Vaz/Divulgação)

A falta de bois para abate que já fechou 14 unidades e deixou 1,5 mil desempregados em Mato Grosso do Sul, tem atingido frigoríficos de outros Estados. Matéria publicada ontem (14) pelo jornal Estadão, confirma o que o Campo Grande News afirmou no dia 08 de junho, em 90 dias, ao menos três unidades fecharam as portas por aqui. Além disso, a situação é parecida no Mato Grosso, Rondônia, São Paulo e Goiás.

De acordo com o Estadão, dos 26 frigoríficos que fecharam ou deram férias coletivas no Brasil, 14 são de Mato Grosso do Sul, que possui o quinto maior rebanho, com 20,8 milhões de bovinos. O número pode ser ainda maior, já que as empresas não repassam dados para a Abrafrigro (Associação Brasileira de Frigoríficos).

Mato Grosso que tem o maior rebanho bovino do país, com 28,4 milhões de cabeças, vive uma situação parecida com Mato Grosso do Sul. Sete fábricas foram fechadas e em maio, o JBS encerrou temporariamente a unidade de São José dos Quatro Marcos.

Em junho, o JBS suspendeu abates em Ariquemes (RO), alegando aumento de ociosidade na indústria nacional. Já o Marfrig, decidiu transformar em um centro de armazenagem e distribuição uma de suas fábricas em Promissão (SP). Segundo o Estadão, a empresa paralisou em janeiro a unidade em Rio Verde (GO).

A menor oferta de animais para o abate fez o preço da arroba em São Paulo subir 25% entre janeiro e dezembro de 2014. Conforme o Estadão, como os preços da carne no atacado não subiram em igual proporção, a rentabilidade encolheu e as empresas do Estado enfrentam dificuldades este ano.

Em entrevista ao Estadão, o presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar, comentou que o plantel bovino diminui nos últimos anos e as unidades industriais aumentaram. "Há unidades em que as disponibilidades de bois é menor e aí elas não aguentam", afirmou.

Para ele, a reversão do ciclo pecuário não deve acontecer brevemente. "O processo de retenção de vacas para aumentar o rebanho e ganhos de produtividade com o melhoramento genético, são processos lentos", finalizou.

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