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Economia

"Fechar não é parar", diz presidente da Associação Comercial

Presidente da Associaçao Comercial recomenda a lojistas usar outros meios de trabalho que não seja o presencial

Rosana Siqueira | 22/03/2020 08:50
Polícia fiscalizou ontem verificando comércios que estavam abertos após o toque de recolher. (Kisie Ainõa)
Polícia fiscalizou ontem verificando comércios que estavam abertos após o toque de recolher. (Kisie Ainõa)

“Fechar não é parar”. A declaração foi feita ontem pelo presidente da Associação Comercial de Campo Grande ACICG), João Carlos Polidoro, após o decreto do toque de recolher da Prefeitura Municipál e Campo Grande. Ele conclama aos comerciantes, que não são de áreas prioritárias que suspendam o presencial, mas atuem em outros meios.

De acordo com o presidente da ACICG, “o estabelecimento está fechado a atendimento presencial, não para as atividades comerciais que podem ser feitas por outro meio”, destacou lembrando que o decreto determinou que farmácias e hipermercados, supermercados, mercados, açougues, peixarias, hortifrutigranjeiros, quitandas e centros de abastecimento de alimentos; poderão funcionar livremente.

 Já os demais listados no artigo só podem funcionar com atendimento presencial até às 22h.  (lojas de conveniência; lojas de venda de alimentação para animais; distribuidores de gás; lojas de venda de água mineral; padarias; restaurantes e lanchonetes; postos de combustível, etc.

Polidoro reforça que a decisão foi tomada devido à preocupação de aglomeração de pessoas.

“O poder público vem tomando medidas e a população não está respeitando” diz e alerta para as empresas como lanchonetes e conveniências. “Fechem! Caso contrário, terão o alvará cassado. Isso pode ser definitivo, conforme o grau da infração. O alerta também vale para a população que corre o risco de ser levada à delegacia, bem como, carros e motos podem ser apreendidos caso estejam em aglomerações fora do toque de recolher”, explicou o presidente.

Mudanças - Durante uma live feita ontem o presidente da ACICG apelou aos empresários e população. “Deem preferência ao serviço de delivery. Ao empresário cabe se questionar sempre: de que forma é possível atender o cliente no que ele precisa, sem ele precisar se deslocar”, salientou.

Os delivery podem entregar normalmente, esclareceu ele. “É através desses profissionais que as pessoas em casa serão atendidas em casa e, nesse momento, esse tipo de atividade precisa e deve continuar funcionando. Não haverá restrição com esse pessoal”, acrescentou.

Com relação ao deslocamento de funcionários,  Polidoro informou que que os funcionários que trabalhem a noite podem se deslocar entre casa e trabalho. “Mas precisa observar o tipo de atividade. Caso algum fiscal ou policial pare a pessoa, é preciso informar que está indo ao trabalho. Ele pode pedir uma comprovação e é importante que a pessoa tenha como comprovar. Mas, provavelmente, não vai haver esse tipo de abordagem”, alegou.

Dúvidas trabalhistas – Em meio a tantas dúvidas de trabalho, o presidente da ACICG destacou que as empresas de contabilidade podem continuar operando sem atendimento presencial. “Pode continuar funcionando. Percebemos que o momento está gerando muitas dúvidas nas questões trabalhistas por exemplo, e os profissionais podem continuar atendendo por outros meios”, salientou.

A indústria ele relembrou que não vai parar a produção, mas é importante seguir as recomendações para não sujeitar o funcionário a alguma situação de contágio. “Deve ser um ambiente seguro para que não haja contaminação, ter distanciamento entre os funcionários, regime de turnos para evitar grande número de funcionários no mesmo horário, etc. A orientação vale para empresas de call center também, por exemplo, entre outras” disse Polidoro.

Nas empresas que prestam serviço de limpeza em condomínios e outros locais de grande trânsito de pessoas, o serviços também devem ser mantidos. “Devem manter. É um serviço importante nesse período e não há decreto que impeça seu funcionamento. Importante ressaltar que nessa fase a limpeza exige cuidados especiais e a secretaria de saúde está à disposição para orientações específicas”, avaliou.

Os laboratórios também não vão fechar. “Não devem, pois são considerados serviços essenciais”, argumentou Polidoro.

Condomínios -  Com relação aos condomínios horizontais não são considerados vias públicas e por isso, não estão contemplados nesse decreto. “No entanto uma orientação seria que os condomínios editem normas internas que evitem a aglomeração de pessoas também”, reafirmou o presidente da ACICG.

Transporte-  No caso do transporte para os funcionários com os ônibus parados, o dirigente da associação explica que o empregador tem que auxiliar seu colaborador com outro meio para chegar ao trabalho. “Exemplo carona com colega de trabalho, indo buscar o funcionário, ou pagando taxi ou motorista de aplicativo”,. Recomendou.

A lotação nos atacarejos também preocupa o setor e deve passar por novas medidas esta semana. “ Algumas situações vão ser editadas em decretos futuros, mas a Amas e o poder público estão em contato sobre isso. Prefeitura e Semadur deverão tomar medidas para controlar o acesso das pessoas dentro dos mercados”, acrescenta.

Polidoro alerta para que a população evite atacarejos e mercados lotados, pois aumenta as chances de contágio. “Busque mercados do bairro, evite horários com alto fluxo. Não estamos passando por crise de abastecimento, precisando contribuir com essa situação de maneira inteligente”, destacou.

Sobre o efetivo ser insuficiente para a fiscalização e autuação de uma cidade de mais 900 mil pessoas, Polidoro diz que a população pode denunciar. “ A denúncia deve ser feita diretamente na Vigilância através do telefone (67) 3314-9955 ou no Procon Municipal através do (67) 98469-1001.  A fiscalização é feita por equipes da Semadur, Vigilância Sanitária, Sefin (Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento) e apoio da GCM (Guarda Civil Metropolitana). Houve aumento de efetivo para isso. O prazo do toque de recolher é até o dia 5 de abril”, finalizou.

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