Indústria cresce, mas fora das condições financeiras ideais
O índice que mede a produção fechou em 49,9 pontos, com aumento de 6,5 pontos em relação a maio
Depois da retração sentida na greve dos caminhoneiros, o setor industrial de Mato Grosso do Sul voltou a crescer, mas segue fora das condições financeiras ideais na opinião dos empresários. É o que mostra um levantamento feito em junho pela Fiems (Federação das Indústrias do Estado) com 74 empresas entre 2 e 12 de junho.
O índice que mede a produção fechou em 49,9 pontos, com aumento de 6,5 pontos em relação a maio. Isso significa que mais empresas estabilizaram ou aumentaram as produções de um mês para o outro. Se enquadravam nessa condição positiva 70,3% dos estabelecimentos, contra 61,1% no anterior.
Já a capacidade ociosa, que representa o quanto uma empresa poderia estar produzindo a mais para atingir todo o seu potencial, ainda está em níveis considerados altos, embora tenha caído em relação ao estudo passado.
Segundo a Fiems, 33% dos entrevistados consideraram que os níveis de atividade estiveram abaixo do usual em junho. Em maio, essa situação se estendia a 46,8%.
A melhora ficou evidente no índice de avaliação do uso da capacidade instalada, que atingiu 44,5 pontos no sexto mês contra 38,8%.
Cenário econômico – O indicador de empresários insatisfeitos com a margem de lucro operacional no segundo trimestre de 2018 fechou em 41,2 pontos.
Segundo a Fiems, situação parecida foi registrada nas condições de acesso ao crédito (39,7 pontos) e situação financeira geral da empresa (42,5 pontos). Em termos percentuais, 37,9% dos empresários consideraram ruim os resultados financeiros obtidos no período e outros 25,7% consideraram difícil o acesso ao crédito, enquanto 17,6% sequer correram atrás desse tipo de recurso no período.
Com relação à situação financeira geral, 35,1% dos entrevistados a consideraram ruim e 20,3% atribuíram isso ao aumento no preço das matérias-primas.
Outras dificuldades apontadas pelo setor são: elevada carga tributária, falta ou alto custo da matéria prima, dificuldades na logística de transporte, falta de capital de giro, demanda interna insuficiente, competição desleal (informalidade, contrabando e outros), inadimplência dos clientes e falta de financiamento de longo prazo.
Como consequência, o índice de intenção de investimentos teve queda pelo terceiro mês consecutivo, acumulando retração de 13,8 pontos.