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Economia

Inflação leva consumidores a fazerem "malabarismos" nas despesas com alimentação

Campo-grandenses têm sentido no bolso aumento de preços ao consumidor

Liana Feitosa | 08/04/2022 16:21
Campo Grande News percorreu Centro da cidade para falar com consumidores. (Foto: Paulo Francis)
Campo Grande News percorreu Centro da cidade para falar com consumidores. (Foto: Paulo Francis)

Alimentação, luz e combustível, esses são os campeões de gastos quando o assunto é o orçamento das famílias. O Campo Grande News percorreu o Centro da Capital nesta sexta-feira (8) para saber como a inflação recorde está impactando o bolso dos consumidores. Em Campo Grande, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) avançou 1,73% em março, elevando o acumulado no primeiro trimestre de 2022 para 3,44% e para 12,02% nos últimos 12 meses.

Hoje, noticiamos que o índice nacional no mês passado registrou taxa de 1,62%, a maior para esse mês em 28 anos, desde o início do Plano Real, em 1994. Diante das elevações, o campo-grandense têm feito "malabarismo" para dar conta de tantos aumentos. “Mercado é o que mais tem pesado. E o combustível também, já que ele afeta todo o resto”, avalia o aposentado Natanael Santos, de 58 anos.

O aposentado Natanael Santos, de 58 anos, deu dicas de economia que ele segue para driblar preços altos. (Foto: Paulo Francis)
O aposentado Natanael Santos, de 58 anos, deu dicas de economia que ele segue para driblar preços altos. (Foto: Paulo Francis)

Jeitinho - Para dar conta das despesas mensais, ele compartilha um segredo: aproveitar todas as promoções que encontrar e ficar atento às variações de preço de um mesmo produto de um estabelecimento a outro. “O jeito é estar sempre atento aos preços para, quando surgir alguma coisa em promoção, aproveitar e levar. É importante pesquisar também, mas se for pra ficar rodando atrás de fazer pesquisa, acaba não compensando porque a gasolina está muito cara”, aconselha o aposentado.

Ele percebe o aumento nos preços em todos os setores. O mesmo pãozinho francês no bairro dele, o Gabura, região do Estrela do Sul, custa de R$ 7 a R$ 11. “Já nesses mercados do Centro, o quilo do pão francês é R$ 18. Tem que ficar atento”, orienta Natanael.

O comerciante Márcio Jamil, de 46 anos, observa que os gastos das famílias não estão compatíveis com a renda dos trabalhadores. "Alimento e luz são os que mais pesam. No mercado, pouco tempo atrás a gente fazia uma compra para a semana com R$ 250, R$ 300. Agora, não é menos que R$ 500. Fico pensando como pessoas que vivem as pessoas que recebem um salário-mínimo. Tudo subiu demais, está muito difícil mesmo", comenta.

A estudante Helen Carolina, de 27 anos, mãe de 2 filhos, também nota que o custo de vida aumentou muito nos últimos meses, inclusive quando o assunto é alimentação. “As coisas no mercado subiram muito. Antes a gente pagava R$ 1,99 em um repolho, hoje custa R$ 8. Está difícil, mas não tem o que fazer”, considera.

Julieta Maria, de 60 anos, e a filha, Maria Eduarda, de 18, consideram altas difíceis de serem gerenciadas. (Foto: Paulo Francis)
Julieta Maria, de 60 anos, e a filha, Maria Eduarda, de 18, consideram altas difíceis de serem gerenciadas. (Foto: Paulo Francis)

Já Maikele Detroi, de 31 anos, tem reduzido o uso do veículo para poupar nos gastos com combustíveis. "Antes a gente levava as crianças na escola de carro, agora, tem que levar de bicicleta, tem que acordar mais cedo pra levar", conta a mãe de 3 filhos que reside em Terenos. "A gente tem que se reinventar para conseguir equilibrar os gastos", considera.

Malabarismo - De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os combustíveis, o transporte, a alimentação, o gás e a habitação aparecem entre as principais contribuições para a alta a nível nacional. O destaque é a gasolina, que teve alta de 6,7%; transporte por aplicativo (7,98%); o leite longa vida; o óleo de soja (8,99%) e o botijão de gás (6,57%).

Juliene Maria, de 60 anos, e a filha, Maria Eduarda, de 18, moradoras do Caiobá, também são unânimes: alimentação é o que tem pesado mais. “O jeito é lutar pra garantir o arroz, o feijão e a carne. E quando não dá pra ser carne, a gente vai para o ovo, mas o ovo está caro também”, pontua Maria Eduarda. Para a mãe dela, a saída é fazer "malabarismo" não só nas contas, mas também na cozinha. “Tem que saber administrar. As contas, as comidas e também a culinária, aprender a cozinhar pra aproveitar o que dá pra comprar”, finaliza.

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