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Economia

"Invisíveis", trabalhadores informais são quase 40% da força de trabalho em MS

Aproveitando os eventos que ocorrem de forma aleatória, os trabalhadores ambulantes estão sempre lá

Lucia Morel e Mirian Machado | 01/05/2022 08:36
Sejam bandeiras do Brasil ou de times, ambulantes querem é vender. (Foto: Paulo Francis)
Sejam bandeiras do Brasil ou de times, ambulantes querem é vender. (Foto: Paulo Francis)

Os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que cerca de 38,6% da população sul-matogrossense ativa (1,2 milhão de pessoas empregadas) atua na informalidade, ou seja, sem registro em carteira ou garantias trabalhistas. Muitas vezes “invisíveis”, são eles que não param, mesmo neste domingo de feriado do Dia do Trabalhador.

Sempre aproveitando os eventos que ocorrem de forma aleatória, os trabalhadores ambulantes estão lá, seja vendendo água, pipoca ou outros itens. Entre eles, o casal Edval José Antônio Alves, 66 anos e Maria de Lourdes Xavier, de 65 anos estavam esta manhã em canteiro na avenida Afonso Pena vendendo bandeiras, que custam de R$ 20 a R$ 150. Do Brasil ou de times, eles querem é vender, independente da motivação do comprador.

Casal pesquisa sobre eventos e aproveita sempre para vender. (Foto: Paulo Francis)
Casal pesquisa sobre eventos e aproveita sempre para vender. (Foto: Paulo Francis)

“O bom é que se não vender hoje, a gente vende qualquer dia do ano”, comentou Edval, lembrando que mantinha um ponto de venda de acessórios para carros em frente aos quartéis, quando ainda passava o trem e que atualmente monta sua “loja” sempre na Afonso Pena e também em frente ao hospital Santa Casa ou na avenida Ernesto Geisel. “Aliás, este ano vai ser bom porque ainda tem eleição e Copa do Mundo”.

“Quem é ambulante tem que estar por dentro dos eventos. Pesquiso na internet tudo que tem pela cidade ou pelo interior porque também viajo. Se eu não estivesse neste evento aqui hoje, estaria lá na Festa da Linguiça de Maracaju”, afirmou, citando os jogos do dia e o passeio de moto em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Saulo Flores, de 40 anos, faz seu primeiro evento como ambulante. (Foto: Miriam Machado)
Saulo Flores, de 40 anos, faz seu primeiro evento como ambulante. (Foto: Miriam Machado)

Nas ruas pelo mesmo motivo, Saulo Flores, de 40 anos, é design gráfico, mas como atua apenas como freelancer, sem trabalho fixo, começou a vender camisetas. Cada uma sai a R$ 70 e ele contou que este é o primeiro evento em que atua como ambulante. “Viver assim tem seus pós e contras. Não tenho chefe, faço meu horário, vendo pela internet, moro na zona rural, porém não tenho salário, férias ou 13°, mas prefiro assim”, sustentou.

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