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Economia

Lojas do Centro sobrevivem a "onda" e ao conforto dos novos shoppings

Bruno Chaves | 22/08/2013 08:32
Centro atrai consumidores e shoppings não devem atrapalhar movimento (Foto: Marcos Ermínio)
Centro atrai consumidores e shoppings não devem atrapalhar movimento (Foto: Marcos Ermínio)

Há alguns anos, Campo Grande deixou de ser a Capital de apenas um único shopping. Desde a década de 1980, quando a Capital recebeu seu primeiro conglomerado de lojas, a população vem ganhando opções de escolha para consumir bens e serviços. E essas alternativas aumentaram na quinta-feira (15), quando a cidade ganhou mais um shopping que promete movimentar as pessoas.

Quem costuma fazer compras, e até aqueles que gastam menos, prometem visitar o novo local. A curiosidade e a expectativa são grandes na população. Mas a ansiedade é passageira e a excitação dos consumidores promete passar rápido, garante Kátia Arruda, 30 anos, que é gerente da loja Bumerang, que fica no Centro da cidade.

“Em momento de inauguração, o público todo comparece. Mas isso dura até o pessoal se acostumar com o local. Depois, cada lugar fica com seu público porque cliente de shopping não é cliente de centro”, opina Kátia.

A gerente acredita que existe espaço para todos. Em 12 anos de experiência no Centro, ela afirma que clientes são fidelizados. “Até podem comprar um produto ou outro do shopping, que veem e gostam, mas quem é acostumado a comprar no centro, sempre prefere o centro”, diz.

Eneida França, 41 anos, que é dona de casa, tem atitude bem singular no que diz respeito ao consumo. Ela conta que sempre preferiu realizar suas compras no centro da cidade. “Mas quando saio para comprar com minhas duas filhas, vou ao shopping porque é mais seguro”, revela.

Para Eneida, conforto, estacionamento, ar condicionado e segurança são diferenciais que agradam grande parte da população. Mas o centro oferece mais opções de variedade de lojas e os preços costumam ser mais atraentes. “O único incomodo é a grande movimentação”, afirma.

A questão do preço também chama a atenção de Cleuza Jandres, de 49, também dona de casa. Ela conta que o centro costuma oferecer produtos mais em conta. No entanto, é bom pesquisar antes de sair gastando, afirma a mulher.

“Vim ao centro comparar preços de uma televisão e descobri que no novo shopping está mais barato. Agora vou voltar lá e comprar lá”, revela. Mesmo com a ideia da pesquisa, Cleuza deixa escapar sua preferência pelos centros comerciais. “Shopping é mais pratico para estacionar e andar de uma loja para outra”, explica.

Quem se divide entre as duas opções de escolha é a professora Loide Balarino, de 25 anos. Categoricamente, ela afirma: “comprar coisas para casa é no shopping, mas acessórios e bijoux é no centro”. Ela afirma que novos empreendimentos comerciais não tiram o movimento do centro por causa dos consumidores, que costumam “correr” atrás de promoções.

O gerente da Tube Surf, Lorenço Poncio, 29 anos, também acredita que o movimento do centro da cidade não será afetado pelos novos centros comerciais. Para ele, que tem 10 anos de experiência em trabalho no comércio de centro, é cultural de Campo Grande fazer compras de rua.

“O público do centro é fiel. Novidades esfriam. Acredito que o novo shopping facilitará para moradores daquela região, que também continuarão indo ao centro”, afirma. Para explicar sua posição, ele cita o caso de Cuiabá (MT), onde os moradores são adeptos dos shoppings e o “centro é morno”.

Já a enfermeira Paola Costa, 23 anos, discorda. Para ela, a tendência é shopping. “Vai diminuindo o movimento no centro”, diz. Paola acredita que os shoppings oferecem conforto, praticidade e variedade, que agradam a maioria.

Gerente Kátia acredita que movimento no Centro não caiu porque cliente é fidelizado (Foto: Marcos Ermínio)
Gerente Kátia acredita que movimento no Centro não caiu porque cliente é fidelizado (Foto: Marcos Ermínio)
Para Loide, compras podem ser feitas no Centro e shoppings. (Foto: Marcos Ermínio)
Para Loide, compras podem ser feitas no Centro e shoppings. (Foto: Marcos Ermínio)

Competição Centro/Shopping – Para o presidente do Conselho do Comércio Central de Campo Grande, André Eduardo Moretto, a competição entre Centro e Shopping é uma tendência nacional e mundial. Ele diz que ambos oferecem vantagens e caem no gosto do público.

“Hoje, o estacionamento é uma vantagem dos shoppings. Mas o centro ganha na questão das lojas, onde o empresário pode explorar muito mais o espaço físico”, afirma.

Eduardo conta que o espaço nos conglomerados de lojas é limitado e, por questão alugueis, e outros impostos de shoppings, muitas vezes o produto acaba saindo mais caro para o consumidor.

A instalação de novos shoppings não afeta a vida do comércio no centro, afirma Eduardo. Pelo contrário, o presidente conta que, em Campo Grande, o comércio de rua começa a ganhar força e atingir os bairros. Moreninhas, Nova Lima, Coophavila e outros, por exemplo, possuem centros comerciais que têm força com o público.

“A pessoa que pensa em comprar tem duas opções: centro e shopping. O centro é um só, mas quando se trata de shopping, o leque é maior. Com isso, ela pensa: ‘em qual shopping eu vou?’. Os shoppings terão é que desenvolver muitas ações para chamar essa clientela”, afirma Eduardo sobre a concorrência entre conglomerados.

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