ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SEXTA  29    CAMPO GRANDE 23º

Economia

Mesmo com taxa alta, empresários preferem shoppings para 1º negócio

Liana Feitosa | 19/09/2015 11:10
Shoppings atraem investidores pela segurança, facilidade de estacionamento e horário diferenciado, já que o estabelecimento fica aberto até mais tarde. (Foto: Liana Feitosa)
Shoppings atraem investidores pela segurança, facilidade de estacionamento e horário diferenciado, já que o estabelecimento fica aberto até mais tarde. (Foto: Liana Feitosa)

Desde o começo, a empreendedora Larissa Rojas, 27 anos, sabia que iria montar seu primeiro negócio em um shopping. Formada em Direito em 2010, chegou a exercer a profissão, mas escolheu ser sua própria chefe. Para isso, no final de 2012, abriu uma loja de sapatilhas femininas para adultos e crianças em um shopping de Campo Grande.

Ao todo, os quatro shoppings da cidade, Pátio Central, Campo Grande, Norte Sul e Bosque dos Ipês, têm cerca de 160 lojas próprias, ou seja, de marcas nascidas no Estado. E quando o assunto é abrir o próprio negócio, empresários destacam as vantagens de escolher um shopping. 

"Na época, fiz uma pesquisa e li bastante sobre o movimento no Centro da cidade. Vi que o shopping apresentava muitos aspectos positivos, como espaço mais novo, comodidade, ambiente confortável e fluxo de pessoas", conta. 

Comparação - Ela percebeu que, caso escolhesse uma loja em uma das principais avenidas comerciais de Campo Grande, gastaria muito com reformas e adaptações do espaço, já que os imóveis são, na maioria, muito antigos.

"Financeiramente, investir no shopping compensou mais por causa da infraestrutura", completa. Hoje, a marca vende no atacado e varejo, tem fábrica no interior de Santa Catarina e atende estados de Norte a Sul do país.

Para Rodolfo Martin, gerente geral de desenvolvimento humano da rede de utilidades Multicoisas, shoppings atraem investidores pela segurança, facilidade de estacionamento e horário diferenciado, já que o estabelecimento fica aberto até mais tarde.

Atrativos - "O bom de ter loja no shopping é a possibilidade de atrair pessoas que querem fazer várias coisas no mesmo lugar. Por isso, as lojas Multicoisas dos shoppings estão perto das necessidades dos clientes. É uma loja de conveniência", explica.

Essa vantagem se potencializa pelo fato de que shoppings funcionam de segunda a segunda, já o comércio de rua fecha aos domingos, destaca Rodolfo. Além disso, o acesso a vagas de estacionamento é mais fácil do que no Centro, e até mesmo o ambiente climatizado dos shoppings é atrativo, principalmente em dias chuvosos ou muito quentes.

Além disso, segundo Rodolfo, os efeitos da inexperiência do empreendedor de primeira viagem podem ser minimizados em negócios abertos em shoppings, já que esses centros comerciais oferecem alguns respaldos e atraem clientes naturalmente. "Se o shopping já caiu no gosto da população, automaticamente potenciais clientes passarão pela porta do seu novo negócio, facilitando a venda", considera.

Desafios - No entanto, para a gerente de recursos humanos da rede Re&Gina, marca que tem empreendimentos de rua e em shoppings, os dois tipos de investimento têm "ônus e bônus".

"O bom de ter loja no shopping é a possibilidade de atrair pessoas que querem fazer várias coisas no mesmo lugar", destaca Rodolfo Martin, gerente geral da Multicoisas. (Foto: Marcos Ermínio)
"O bom de ter loja no shopping é a possibilidade de atrair pessoas que querem fazer várias coisas no mesmo lugar", destaca Rodolfo Martin, gerente geral da Multicoisas. (Foto: Marcos Ermínio)

"Investir em lojas no Centro é legal por causa da quantidade de pessoas, o fluxo é grande. Na nossa unidade do Centro entram três vezes mais pessoas do que na nossa loja do shopping. No entanto, os públicos são diferentes. Existem valores mais altos que não podem ser usados no Centro, apenas no shopping", analisa.

"Na rua, as pessoas estão fazendo mais pesquisa de preço, andam bastante, a vitrine precisa ser atrativa de forma diferente", completa. Para ela, quem deseja abrir negócio e não sabe se investe em loja de rua ou shopping, é preciso pensar no público e nos gastos totais, com aluguel e funcionários.

"Isso pode determinar onde o negócio deverá ser aberto. Além disso, se por um lado os produtos no shopping são um pouco mais caros, nele você paga, além do aluguel, taxa de condomínio altíssima", alerta.

Outro ponto é a área utilizável. "Às vezes o espaço da loja de um shopping é bem menor que uma de rua, mas é cobrado um preço de aluguel maior que a de rua. Ou seja, na comparação de questão de espaço disponível e valores, o lojista acaba aparentemente perdendo, por isso é preciso análise cuidadosa", aconselha.

Segurança - Pensando, principalmente, na segurança, a ArteMS (Associação dos Artesãos de Mato Grosso do Sul) abriu um espaço no Norte Sul Plaza e em breve vai inaugurar outro no Bosque dos Ipês.

"O ambiente de shopping é sempre limpinho, tem um bom fluxo de pessoas, é organizado e mais seguro. Os seguranças e as câmeras garantem mais proteção do que na rua, onde nem sempre é possível ter acesso a esses serviços. Na rua, é mais fácil ser vítima de arrombamento e sofrer prejuízos. Aqui, 20 artesãos se uniram e abriram a loja, a ideia deu certo", conta Jéssica Gracioso, atendente da loja.

Nos siga no Google Notícias