ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 24º

Economia

Pagamento do 13º salário faz prefeitura se aproximar do teto da Lei Fiscal

Despesa com o funcinalismo em dezembro chegou a R$ 273,2 milhões; secretário afirma que município está abaixo do limite de alerta, mas destaca atenção

Humberto Marques | 28/01/2019 16:55
Com 13º em dezembro, prefeitura ficou a poucos décimos de atingir teto de gasto com pessoal definido pela LRF. (Foto: Arquivo)
Com 13º em dezembro, prefeitura ficou a poucos décimos de atingir teto de gasto com pessoal definido pela LRF. (Foto: Arquivo)

O pagamento do 13º salário ao funcionalismo municipal fez a Prefeitura de Campo Grande se aproximar do limite de gastos com pessoal instituído pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). A folha, no mês passado, chegou a R$ 273,2 milhões –bem acima, por exemplo, dos R$ 155,2 milhões que a mesma despesa teve em outubro ou dos R$ 212,9 milhões em novembro de 2018. A despesa serviu de advertência para que a administração contenha despesas com pessoal, segundo o secretário municipal de Finanças e Planejamento, Pedro Pedrossian Neto.

Com a quitação do abono de fim de ano para os servidores, a folha de pagamento ao longo de 12 meses representou um gasto de 53,13% da receita corrente líquida municipal, que chegou a R$ 3,16 bilhões entre janeiro e dezembro do ano passado –R$ 1,63 bilhão apenas com salários dos servidores municipais.

A LRF estabelece três limites de gastos com o funcionalismo: o de alerta (em 48,6% da RCL), o prudencial (de 51,3%) e o máximo, equivalente a 54% da receita líquida. Para cada um deles, são estabelecidas penalidades caso sejam descumpridos pelo ente público e não sejam compensados dentro de prazos predeterminados. A situação pode levar, por exemplo, à proibição de contratações com o governo federal ou recebimento de repasses voluntários da União até que o gasto seja colocado na normalidade.

Pedrossian Neto nega que a situação no município esteja fora de controle, creditando o pico na LRF ao pagamento do 13º: segundo ele, hoje, o comprometimento da receita municipal com o funcionalismo chega a 48,05% da LRF, sensivelmente abaixo do limite de alerta. “De qualquer forma nunca esteve em situação de tranquilidade, então, é mais um indicativo de que temos de redobrar a prudência mesmo que isso seja uma situação sazonal”, afirmou.

Frequência – O secretário afirma que, por força de uma lei municipal, Campo Grande vive uma situação atípica: é a única capital brasileira a publicar mensalmente balanços sobre gastos com o funcionalismo. Se de um lado Pedrossian Neto admite que a medida aumenta a transparência, por outro cria uma situação atípica diante de receitas e despesas que flutuam mensalmente.

“Temos obrigação pela LRF de fazer o relatório quadrimestral, publicado por meio do Relatório de Gestão Fiscal. Mas Campo Grande tem a particularidade de publicar mensalmente o índice. Assim, tem alguns meses que vai estourar (o gasto) por conta da volatilidade. Em dezembro pagamos o 13º e aparenta estourar, mas se analisar quadrimestralmente, não”.

Ainda segundo o secretário, na variação entre os meses, a despesa com pessoal pode subir enquanto a despesa cai. “A receita baixa acaba compensada em outro mês, com o aumento da arrecadação. Em dezembro houve uma despesa com pessoal muito grande e uma receita que não cresceu na mesma proporção”, considerou.

Nos siga no Google Notícias