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Economia

Para especialista, embargo dos EUA não representa ameaça de perda de mercados

Osvaldo Júnior | 23/06/2017 18:13
Carne bovina, cujo mercado está com restrições (Foto: Divulgação)
Carne bovina, cujo mercado está com restrições (Foto: Divulgação)

O risco de perder mercados, em decorrência da decisão dos Estados Unidos de suspender compra da carne bovina in natura do Brasil, é pequena. A avaliação é da gestora do Departamento de Economia do Sitema Famasul, Adriana Mascarenhas. Em nota divulgada na noite de quinta-feira (dia 22), os Estados Unidos comunicaram a decisão de embargar a importação do alimento brasileiro.

Adriana destacou a participação do mercado norte-americano na compra de carne de Mato Grosso do Sul. ““Os Estados Unidos são um comprador de considerável importância para o mercado sul-mato-grossense”, afirmou. “Exemplo disso é que no ano de 2017 houve significativa evolução nas negociações. De acordo com os números da Secex, o país ocupou, nos meses de abril e maio, o segundo lugar no ranking estadual das comercializações de carne bovina in natura. Até então, nosso Estado embarcou para os EUA, 4,7 mil toneladas deste produto”, ilustrou a especialista.

“Diante desta suspensão, nossa expectativa é que o atual cenário seja solucionado o mais breve possível”, disse. Ela considera, entretanto, que, apesar desses números, o problema não provocará grandes consequências. “ As irregularidades apontadas pelas autoridades americanas referem-se a questões de qualidade (reação à vacina contra febre aftosa), não representando nenhum risco sanitário. A possibilidade de outros importadores de carne bovina brasileira in natura adotar a mesma postura, na minha avaliação é pequena”, defendeu.

“Vale ressalta que a importância dos Estados Unidos como comprador de carne brasileira vai além dos números. O país é uma referência, e, para o Brasil, o fato de ter conseguido o aval para exportar o produto para o mercado americano, foi uma chancela à qualidade da nossa carne, resultado obtido com o trabalho desenvolvido pelo produtor rural que, com seu perfil empreendedor, investe em sanidade, sustentabilidade e eficiência produtiva”, finalizou Adriana.

Medidas – O ministro da agricultura, Blairo Maggi, anunciou, na manhã desta sexta-feira, viagem aos Estados Unidos para prestar todos os esclarecimentos necessários e tentar reverter a suspensão de compra da carne in natura brasileira. O objetivo é restabelecer o mercado que na avaliação dele, em mensagem publicada nas redes sociais, é “tão importante” ao país.

Os fatos de desencadearam os embargos começaram em março com a operação Carne Fraca, que apesar de encontrar irregularidades em poucos frigoríficos, acabou maculando a imagem do setor.

A partir de então, o USSDA (Departamento de Agricultura americano) começou a analisar com mais rigor os lotes que desembarcavam nos portos estado-unidenses. Com isso, 11% de toda a carne bovina in natura brasileira foi rejeitada, quando a média global de embargo é de 1%.

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