Participação da mulher no mercado de trabalho atinge 40%
Em oito anos, entre 2000 e 2008, a participação das mulheres no mercado de trabalho formal em Mato Grosso do Sul passou de 36% para 40%, segundo levantamento realizado pelo Sebrae/MS. O estudo denominado "A Mulher e o Mercado de Trabalho no Mato Grosso do Sul" constatou que a maior variação, de 200%, ocorreu na construção civil e na indústria.
Dos 500 mil empregos formais no Estado, os homens representam 64% dos trabalhadores com carteira assinado. As mulheres somam 198 mil trabalhadoras, sendo a maior parte no setor do comércio varejista de vestuário, acessórios, calçados, padarias, laticínios e mercadorias em geral, hospitais, confecção de peças de vestuário, limpeza de prédios e domílios, buffet e serviço de comida preparada.
Entretanto, ao longo dos anos, os setores que registraram maior variação foram o da construção civil e o da indústria, com mais de 200% de aumento na participação feminina, entre os anos de 2000 e 2008. No comércio, a participação delas dobrou, no setor agropecuário subiu 91,46% e no de serviços 64,16%.
"Se compararmos com a participação masculina no mercado, na indústria, por exemplo, o percentual de homens contratados aumentou bem menos que das mulheres, apenas 83%", afirmou o coordenador da pesquisa, Marcílio Moreira.
O estudo também comparou os anos de 2007 e 2008, com base no CNAE (Classificação Nacional das Atividades Econômicas). Das 550 atividades que geram emprego em Mato Grosso do Sul, em 342 setores, ou seja, em 62% das funções, houve aumento das mulheres contratadas.
E mesmo quando as portas do mercado de trabalho formal se fecham, de acordo com o levantamento, as mulheres procuram formas para ter seu trabalho.
Dentre os empresários informais 63% são mulheres, acima dos 40 anos, com baixa escolaridade, com dificuldades de acesso ao emprego. "As mulheres estão sempre buscando uma maneira de gerar renda para sua família. Se o emprego formal não vier, ainda assim elas encontrarão alguma atividade que poderão exercer por conta própria", diz.
Se aumentou a inserção das mulheres no mercado de trabalho formal, também cresceu o número de oportunidades de negócios para atender às novas necessidades de quem busca mais tempo para se dedicar ao lar e aos cuidados pessoais, é o que aponta o estudo. "A mulher moderna quer mais momentos para si e para sua família. Então, elas vão buscar empresas que facilitam sua vida", diz Marcílio.
Dentre os principais produtos e serviços procurados pelas trabalhadoras estão as lavanderias, os restaurantes, a comida pré-pronta, serviços de entregas em geral e serviços e produtos que tratam da beleza feminina. Mas, segundo Marcílio, não basta apenas ter o produto ou o serviço.
"As empresas precisam saber comunicar o seu produto para este cliente. Mostrar para elas de que maneira este negócio pode facilitar sua vida e em quais aspectos", afirma.