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Economia

Proposta considera inviável trem de passageiros em nova ferrovia

Estudo de mercado apontou desvantagem econômica para futura concessionária em operar viagens com pessoas

Gabriela Couto | 07/04/2023 17:03
Imagem de divulgação do trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas, que serviu de base para o estudo de viabilidade de transporte de passageiros na Malha Oeste. (Foto: Divulgação)
Imagem de divulgação do trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas, que serviu de base para o estudo de viabilidade de transporte de passageiros na Malha Oeste. (Foto: Divulgação)

Dentre os vários estudos econômicos apresentados na proposta de concessão para exploração do empreendimento ferroviário Malha Oeste, está o estudo de demanda que considerou inviável economicamente o transporte de passageiros no trecho de 1.625,30 km que corta os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Com base nos dados de operação da Ferrovia Vitória-Minas, que tem capacidade de 800 passageiros, a análise mostrou a desvantagem para a futura concessionária que irá administrar o percurso de Mairinque (SP) a Corumbá (MS).

Documento apresentou as paradas de viagens diárias potenciais por segmento. (Foto: Reprodução)
Documento apresentou as paradas de viagens diárias potenciais por segmento. (Foto: Reprodução)

No trecho entre Campo Grande e Aquidauana, por exemplo, apesar da distância de trem ser um pouco menor que a de carro, o percurso custaria R$ 42 ao passageiro por uma viagem de mais de 4h. Sendo que o mesmo viajante pode fazer o percurso de ônibus por R$ 54 em 2h50 ou investir R$ 83 para uma confortável viagem de carro de 1h40.

O documento ainda fez uma análise simplificada da receita potencial e dos custos operacionais de um trem de passageiros hipotético. “Considerando curva de tarifas em função da distância construída a partir do tarifário da Estrada de Ferro Vitória-Minas para estimativa do valor das passagens, calculou-se a receita diária com transporte de passageiros caso toda a demanda potencial fosse atendida, resultando em R$ 285.678”.

Um dos vagões de passageiros do trem da Vale que transporta até 800 pessoas na Ferrovia Vitória a Minas. (Foto: Divulgação)
Um dos vagões de passageiros do trem da Vale que transporta até 800 pessoas na Ferrovia Vitória a Minas. (Foto: Divulgação)

Com base nos dados extraídos de demonstrativos financeiros das Estradas de Ferro Vitória-Minas e Carajás, estimou-se o custo diário de operação de um par de trens de passageiros por quilômetro de ferrovia (R$ 231,64).

“A partir deste racional, estimou-se o custo diário de operação de um trem de passageiros entre Sorocaba e Corumbá, de R$ 366.138. Assim, o custo de operação de um trem de passageiros na Malha Oeste seria bastante superior às receitas por ele geradas, mesmo considerando cenário de captação máxima da demanda potencial”.

Folder de divulgação da audiência pública convocando população para apresentar propostas no projeto. (Foto: Divulgação)
Folder de divulgação da audiência pública convocando população para apresentar propostas no projeto. (Foto: Divulgação)

Audiência pública – A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) divulgou as datas das audiências públicas para colher sugestões e contribuições às minutas de Edital e Contrato e aprimoramento dos estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental da concessão ferroviária da Malha Oeste.

A primeira será em Campo Grande, presencial, no dia 26 de abril, a partir das 14h (MS), em local a definir. A outra, será no dia 3 de maio, às 9h (MS), em Brasília, no setor de Clubes Esportivos Sul, podendo ser presencial ou virtual, já que será transmitida pelo YouTube da ANTT.

Trem de carga da Rumo, operando no trecho da Malha Oeste que será licitado em breve. (Foto: Divulgação)
Trem de carga da Rumo, operando no trecho da Malha Oeste que será licitado em breve. (Foto: Divulgação)

O período para envio de contribuições será do dia 10 de abril de 2023 até as 17h do dia 25 de maio de 2023 (MS). Os próximos passos após a audiência são análise do TCU (Tribunal de Contas da União), publicação do edital, leilão previsto para o primeiro trimestre de 2024 e assinatura do contrato.

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