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Economia

Queda de energia segura alta e Capital tem a menor inflação em 4 anos

Lidiane Kober e Filipe Prado | 06/01/2014 17:28
Setor do vestiário apresentou a terceira maior elevação em 2013, mas consumidores informaram não perceber o aumento (Foto: Cleber Gellio)
Setor do vestiário apresentou a terceira maior elevação em 2013, mas consumidores informaram não perceber o aumento (Foto: Cleber Gellio)

A queda de produtos essenciais, como a energia elétrica, segurou a alta e Campo Grande registrou, em 2013, a menor inflação dos últimos quatro anos, observada em 2009 (3,29%). No acumulado dos 12 meses, o aumento foi de 4,28%, abaixo do esperado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) de 4,5%.

Segundo o pesquisador da Anhanguera-Uniderp, José Francisco Reis Neto, a redução de 18% da energia e os preços controlados do combustível foram determinantes para segurar a inflação na Capital. “São produtos cruciais, que refletem diretamente no meio produtivo”, ressaltou.

Ao mesmo tempo, ele destacou o fato de o Governo Federal manter a redução do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) das linhas branca e marrom. “Somada à queda da energia, não houve aumentou significativo, por exemplo, do refrigerador, do tanquinho, assim, o grupo da Habitação registrou queda de 3,03% e segurou a inflação”, disse.

Sobre o valor dos combustíveis, Neto também destacou ações da União para controlar aumentos, verificados em anos anteriores. “Durante o ano todo, o governo segurou o preço e só no final de 2013 houve reajuste médio de 3,55%”, afirmou. Mesmo assim, de forma geral, o grupo Transportes registrou elevação de 8,57% no acumulado dos últimos 12 meses.

O campeão em aumento foi o setor de Despesas Pessoais, com reajuste médio de 9,67%, seguido pelos grupos de Educação (9,28%), Vestuário (9,27%), Transportes (8,57%), Alimentação (6,71%) e Saúde (5,17%).

Apesar de apresentar a terceira maior taxa de elevação em 2013, o setor de Vestuário não foi alvo de queixas do consumidor. “Não senti o aumento”, disse a cabeleireira Edineize dos Santos, 34 anos. “Não percebi a mudança”, reforçou a aposentada Luzia Carvalho, 58.

Para o pesquisador da Anhanguera-Uniderp, o fato de o consumidor não perceber o aumento é reflexo da “função sazonal” do grupo Vestuário. “Vira estação, tem aumento, acompanhados de promoções”, explicou.

Gerentes de lojas confirmaram a inflação, mas defenderam o setor. “Em 2013, houve aumento médio para o consumidor de 10%, enquanto para a loja chegou a 12%, mas reduzimos a margem de lucro para não aplicar tudo ao cliente”, disse a supervisora da Bumerang, Alessandra Gaviole da Silva. Gerente da Evabella, Kelly Brandão garantiu que, na loja, os preços se mantiveram estáveis no ano passado.

Dezembro – No último mês de 2013, a inflação na Capital foi de 0,63%, sofrendo pequena alta em relação aos 0,58% registrados em novembro, de acordo com levantamento do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), divulgado, mensalmente, pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas da Universidade Anhanguera-Uniderp.

Os grupos Transportes e Despesas Pessoais apresentaram os maiores índices, 3,55% e 0,42%, respectivamente. O setor da Habitação apresentou inflação de 0,27%. Neste grupo puxaram o aumento o refrigerador (10,97%), máquina de lavar roupa (9,17%), pilha (6,83%) e fósforos (4,75%). Quedas de preços ocorreram com álcool para limpeza (-8,33%), carvão (-6,45%) e sabão em pó (-1,22%).

O grupo Alimentação também apresentou moderada inflação e fechou em 0,31%, principalmente, por conta do aumento da laranja pera (13,96%), miúdos de frango (13,34%) e mortadela (10,77%). “Registramos fortes quedas de preços com carne seca/charque (-15,69%), berinjela (-12,86%), melancia (-10,19%) e bisteca suína (-9,12%)”, acrescentou Neto.

O grupo Educação apresentou alta de 0,15%, devido a aumento de 1,39% de artigos de papelaria. No grupo de Despesas Pessoais, a elevação é resultado do reajuste no preço do protetor solar (15,87%), sabonete (3,84%) e do creme dental (3,40%).

Expectativas – Para janeiro, a tendência é de elevação entre 1% a 1,5% por causa do reajuste de contratos escolares e do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano). Sobre o aumento do IPI, Neto prevê aumento gradativo dos produtos. “As empresas têm estoque e vão tentar liquidá-lo”, frisou.

De forma geral, segundo o pesquisador, o Governo Federal faz a mesma projeção de 2013 para 2014, ou seja, de inflação média de 4,5%. “O mercado, por sua vez, sinaliza índice de 5,7% a 6%”, emendou. “Mas, para Campo Grande, estimamos a projeção feita pelo governo”, finalizou.

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