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Economia

Sem mão de obra para cumprir lei, mercados vão cancelar promoções

Mariana Lopes | 24/03/2014 16:03
Em locais com mais de 6 caixas, é obrigado a ter 100% dos atendentes (Foto: Marcos Ermínio)
Em locais com mais de 6 caixas, é obrigado a ter 100% dos atendentes (Foto: Marcos Ermínio)

Os super e hipermercados de Mato Grosso do Sul ameaçam não fazer mais promoções dos produtos comercializados. O “protesto” é por causa da lei estadual que obriga as lojas com mais de seis caixas a manter o atendimento 100% em dias de promoções.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Supermercados de Mato Grosso do Sul, Adeilton Feliciano do Prado, o setor não tem mão de obra suficiente para manter todos os caixas abertos, o que provoca um impasse entre os proprietários de super e hipermercados do Estado.

“Hoje, temos 200 vagas abertas e não conseguimos contratar, porque não existe mão de obra, e temos promoções o mês todo”, pontua o presidente do sindicato. Ele também aponta que na última semana, aproximadamente 15 lojas foram autuadas pelo Procon (Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor) por não estarem com 100% dos caixas abertos em um dia de promoções.

Outro problema levantado ainda pelo presidente do sindicato é a questão de horários de pico. “Após as 18h, sempre aumenta o fluxo de clientes, mas no meio da tarde, por exemplo, tenho quatro operadores de caixa parados, porque o movimento na loja é fraco”, ressalta Adeilton, se referindo ao dilema dos proprietários de super e hipermercados.

Diante da encruzilhada, o setor resolveu se unir e acabar com as promoções. “Se todos se unirem, e não haver mesmo mais promoções, o prejuízo será para o consumidor”, enfatiza Adeilton.

Para o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande, Idelmar da Mota Lima, o gargalho da falta de mão de obra é o salário e as condições de trabalho dos empregados de super e hipermercados.

“Mão de obra tem, o problema é o salário e ter que trabalhar aos domingos e feriados, isso prejudica conseguir trabalhadores”, acredita o presidente. Idelmar ainda ressalta que o piso salarial dos trabalhadores deste setor é menor do que o comércio em geral.

“É o pior ramo, é o que mais trabalha e menos ganha, há muita reclamação do setor”, denuncia o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio.

Lei – No ano passado, Assembleia Legislativa do Estado promulgou uma lei. De autoria do deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), que obriga esses estabelecimentos comerciais a manter todos os caixas abertos.

Em seguida, Associação Sul-mato-grossense de Supermercados (Amas) ingressou com mandado de segurança, acompanhado de pedido de liminar, para suspender os efeitos da regra. Mas o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) derrubou liminar e manteve lei.

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