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Economia

Sete marcas de azeite reprovadas em fiscalização são vendidas na Capital

Fiscalização do Ministério da Agricultura encontrou 46 marcas com irregularidades no mercado

Kleber Clajus | 05/05/2018 08:59

Ao menos sete marcas de azeite, reprovadas durante fiscalização do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), continuam a venda em supermercados de Campo Grande. Estes são produtos que em sua composição possuem percentual de óleo de soja. Sua qualidade, neste caso, foi avaliada mediante amostras coletadas em janeiro deste ano.

Nos cinco estabelecimentos pesquisados pelo Campo Grande News foram localizadas as marcas Conde de Torres, Rioliva, Figueira da Foz, Dom Cabral, Faisão Real, Casablanca e Santa Isabel. Entre supermercados e atacarejos, os preços variam de R$ 5,99 a R$ 12,60.

Durante a Operação Isis, em alusão à deusa egípicia que teria criado o azeite extraído da oliveira, fiscais do Mapa retiraram do mercado 300 mil litros de produtos irregulares, bem como outros 400 mil litros de temperos em que constavam rótulos de azeite de oliva. Não houve envio, contudo, de dados sobre o total apreendido em Mato Grosso do Sul.

"O número de fraudes ainda é expressivo, mas o trabalho de melhoria do produto continua", ressaltou Fátima Chieppe Parizzi, coordenadora-geral de Qualidade Vegetal do Mapa. “Não vamos desistir. Nosso objetivo é orientar o consumidor. É difícil saber o que é azeite de oliva conforme e não conforme. O consumidor precisa estar atento e não se deixar enganar pelas embalagens bonitas com ilustrações de azeitona ou referências a Portugal e Espanha".

Para fins de fiscalização foram avaliadas 107 marcas de azeite de oliva comercializadas por 65 empresas. Houve a divisão das amostras em dois grupos. O primeiro, com 39 empresas, teve 108 lotes considerados aprovados, enquanto o segundo com 26 empresas somou 160 lotes reprovados. Laudos partiram de laboratórios oficiais em Goiás e no Rio Grande do Sul.

Iniciado há quatro anos, o trabalho de análise dos produtos tem apoio da Receita Federal, Ministério Público, Polícia Federal e Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Em 2018, esperasse ampliar a fiscalização para 470 amostras coletadas em todo o país.

A medida se justifica porque, depois do mercado americano, o Brasil é o maior importador mundial de azeite totalizando 60 mil toneladas no ano passado. As oliveiras cultivadas no país, em propriedades no Rio Grande do Sul, São Paulo e sul de Minas Gerais, produzem hoje menos de 1% do necessário para atender o consumo per capita brasileiro de 0,35 litro. Os norte-americanos, por sua vez, consomem a média de 1 litro.

Cuidados – Os consumidores devem ficar atentos à denominação do produto descrita no rótulo. Isso porque o termo “azeite de oliva” em destaque pode esconder em letras miúdas expressões como “óleo misto ou composto, temperos e molhos”, além de que embalagens com 500 ml de azeite de oliva raramente são comercializadas por menos de R$ 10.

No caso do azeite de oliva virgem, este é classificado em três tipos: o extra virgem (acidez menor que 0,8%), virgem (acidez entre 0,8% e 2%) e lampante (acidez maior que 2%). Os dois primeiros podem ser consumidos in natura, enquanto o terceiro deve ser refinado para consumo, sendo posteriormente classificado como azeite de oliva refinado.

Dados sobre a qualidade do azeite de oliva virgem ou extra virgem devem constar na área principal do rótulo, enquanto os compostos com azeite de oliva refinado usam o termo “tipo único”. Tabelas online listam as 61 marcas com produtos aprovados e 46 não aprovados.

Sete marcas de azeite reprovadas em fiscalização são vendidas na Capital
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