Tarifaço ameaça exportações de ferro-gusa de MS e produtores pedem prorrogação
Mato Grosso do Sul exportou US$ 64,5 milhões em ferro-gusa para fora do Brasil
A tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também tem preocupado o setor de ferro-gusa em Mato Grosso do Sul. A nova taxação entra em vigor no 1º de agosto e ameaça diretamente a competitividade do produto brasileiro no principal mercado de exportação.
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Exportadores de ferro-gusa de Mato Grosso do Sul temem impacto da tarifa de 50% imposta pelos EUA. A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, ameaça a competitividade do produto brasileiro no principal mercado de exportação. No primeiro semestre, o estado exportou US$ 64,5 milhões em ferro-gusa para os EUA. Representantes do setor se reuniram com o vice-presidente Geraldo Alckmin para pedir a prorrogação da tarifa. A preocupação é que a sobretaxa inviabilize as vendas e provoque perda de mercado, sendo difícil redirecionar a produção para outros destinos. Sindicatos e entidades buscam alternativas para minimizar o impacto da medida, propondo a criação de um grupo de trabalho com governo e empresários.
Somente entre janeiro e junho deste ano, Mato Grosso do Sul exportou US$ 64,5 milhões em ferro-gusa para fora do Brasil, o equivalente a 152.522 toneladas. Deste total, US$ 40,5 milhões foram para os EUA.
O ferro-gusa é o primeiro produto sólido obtido a partir do minério de ferro em altos-fornos, sendo uma matéria-prima fundamental na produção de aço.
Com a tarifa, o produto nacional ficará significativamente mais caro para os compradores dos EUA, o que pode levar à substituição por fornecedores de outros países.
Ao Campo Grande News, o presidente do Sindfer (Sindicato da Indústria do Ferro-Gusa de Minas Gerais), Fausto Varela — que também representa empresas de Mato Grosso do Sul e do Espírito Santo —, esteve em reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin, na terça-feira (15). Na ocasião, Varela solicitou a prorrogação da vigência da tarifa.
“Nós estamos nessa discussão e eu também incluo Mato Grosso do Sul nessa luta. É uma situação que pode afetar toda indústria de produção de ferro-gusa, que tem os Estados Unidos como maior comprador. Com a tarifa, isso inviabiliza, nós perdemos a competitividade e, com isso, a gente perde uma fatia muito grande no mercado”, pontuou.
Ainda de acordo com ele, é difícil redirecionar a venda para novos mercados. “Um redirecionamento é muito difícil para a gente achar novos mercados. O mercado dos Estados Unidos já é muito conhecido e trabalhamos há muitos anos. Não há uma alternativa fácil, nós somos uma matéria-prima para industrias. Então, esse redirecionamento de produção é muito difícil em curto e longo prazo. O segundo mercado é a Europa, mas é muito pequeno em relação aos Estados Unidos”, completou.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Materiais Elétricos de Mato Grosso do Sul, Alberto Sebastião Alvarenga, o que preocupa no momento são as negociações.
“A preocupação é muito grande, porque atinge todas as empresas Tem empresa que não consegue negociar por causa disso. Nós exportamos mais para os Estados Unidos”, disse brevemente.
Alvarenga informou ainda que a central sindical está atuando para tentar minimizar os efeitos da taxação. Uma das iniciativas envolve a CNM-CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT), a IndustriALL Brasil e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que apresentaram ao secretário de Desenvolvimento Industrial, Uallace Moreira Lima, uma proposta de criação de um Grupo de Trabalho. A ideia é reunir trabalhadores, empresários e representantes do governo para discutir alternativas ao impacto da tarifa.
Exportações - As exportações de Mato Grosso do Sul somaram US$ 5.280.574.655 no primeiro semestre deste ano, sendo 13.481.834.624 toneladas. Somente para os EUA somaram US$ 315,5 milhões no mesmo período, com 318.224 toneladas.
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