Tereza Cristina é a primeira mulher a estampar selo comemorativo da Acrissul
Ministra foi homenageada pela associação, à qual é filiada, na abertura da Expogrande e em meio à sua atuação para garantir mercado para a carne do país

Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias foi a grande homenageada na abertura da 81ª Expogrande (Exposição Agropecuária de Campo Grande), realizada na noite desta quinta-feira (4) no Parque de Exposições Laucídio Coelho. Integrante da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul, ela se tornou a primeira mulher a estampar um selo comemorativo da feira, em reconhecimento ao seu trabalho pela agropecuária que, além dos mandatos parlamentares, incluem a chegada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Com a nomeação para o Mapa, o qual comanda há cerca de 90 dias –desde o início da gestão do presidente Jair Bolsonaro–, paira sobre Tereza, também, a responsabilidade por políticas para um setor que exalta ser um dos pilares da economia brasileira. E que conta com seu trabalho para apagar incêndios surgidos por alguns atos da atual gestão federal e, ao mesmo tempo, ampliar os mercados internacionais para os produtos brasileiros.
- Leia Também
- Delegação americana visita frigoríficos de MS em junho, diz ministra
- Ministros e governador participam da abertura da 81ª Expogrande
Jonathan Barbosa, presidente da Acrissul, promoveu um ato voltado a produtores e à classe política –na presença do ministro Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional), do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e do prefeito Marquinhos Trad (PSD), além de parlamentares e demais autoridades– para abrir “esta que é a nossa festa tradicional”, referindo-se à Expogrande.
Após lembrar que o avô de Tereza, o ex-governador de Mato Grosso Fernando Corrêa da Costa, também presidiu a associação, destacou que o nome da ministra foi escolhido “com muita honra”. “Será a primeira mulher a se tornar selo da Acrissul, estará em todas as cartas da associação para o Brasil”, explicou. A estampa é exclusiva para cartas da entidade.

Homenageada – Além do selo com a imagem da ministra, distribuído entre algumas das autoridades, Tereza ganhou um quadro de Luciano Zamboni, representante da Associação Brasileira de Criadores de Brangus, da qual ela foi uma das fundadoras, e viu sua história ser traduzida em música apresentada por Zé Du durante a solenidade.
Em suas palavras, deixou clara a gratidão pelas lembranças da classe produtora, prometeu usar a estampa para enviar uma carta a Canuto pedindo políticas nacionais para irrigação, “que Mato Grosso do Sul” tanto precisa, e logo se voltou aos meandros da atual atividade política, na qual as reformas da previdência, do Pacto Federativo e tributária apareceram como vitais para que a economia volte a crescer.
Além disso, destacou que, “ser ministra é uma honra, mas um sacrifício muito grande”, explicando que, neste trabalho, está a preocupação em mudar a “imagem errônea” que o mercado internacional tem do país, “de que somos transgressores do meio ambiente e produtores com agrotóxicos que envenenam a população. Essa direção tem de mudar”.
Cenário externo – Em palavras de expectativa quanto ao agronegócio, Tereza Cristina ainda lembrou que um recente surto de peste suína na China fará o país asiático buscar novas fontes de proteína. “E só três países podem atender: Brasil, Estados Unidos e Austrália, sendo que esta perdeu mais de 500 mil cabeças de gado em uma enchente colossal”.

A perspectiva destoa daquela especulada até então, abastecida com acenos de Jair Bolsonaro a Israel (como a abertura de um escritório de representação em Jerusalém, saída encontrada para ainda não se efetuar a transferência da embaixada em Tel-Aviv, algo visto com maus olhos pela comunidade árabe e muçulmana).
“Não existe questão político-ideológica. O presidente quis se aproximar dos Estados Unidos e de Israel. Isso não tem nada a ver com o comércio”, afirmou Tereza a jornalistas, antes da solenidade no tatersal. A ministra organiza junto com a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária) um jantar no qual espera reunir 51 embaixadores e líderes de países árabes e muçulmanos, a fim de deixar claro que “a agricultura brasileira sempre foi parceria desses países”.
A ministra também articulou junto ao governo dos EUA inspeções a plantas frigoríficas no país, a fim de retomar as exportações de carne in natura, prejudicadas há dois anos por problemas na vacinação de animais. Entre 10 e 28 de junho, um grupo de trabalho analisará as plantas de produção do país e, em julho, deve dar um veredicto sobre a possibilidade de novamente comprar o produto.
O governador Reinaldo Azambuja, por sua vez, destacou a responsabilidade do Brasil nesse momento. “Precisamos abrir os mercados, ter mais competitividade e valorizar o nosso produto”, pontuou, reforçando que a carne brasileira é barata em relação à produzida em outras regiões, um trunfo também a ser considerado.