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Economia

Trocar ar-condicionado por ventilador rende economia de até 20% na conta

Para professor de Engenharia Elétrica, além do ar condicionado, chuveiro também é campeão de consumo de energia

Mirian Machado | 23/01/2019 13:34
Novos aparelhos controlam a frequência de entrada de energia elétrica (Foto: Mirian Machado)
Novos aparelhos controlam a frequência de entrada de energia elétrica (Foto: Mirian Machado)

Centenas de consumidores de todo o Mato Grosso do Sul estão reclamando do valor excessivo na conta de luz entre o final do ano e agora no início de 2019. Muitos relatam que os valores chegaram a dobrar em relação ao que é pago normalmente. A Energisa afirmou que as contas salgadas se devem à alta temperatura registrada em Mato Grosso do sul e as férias escolares.

Docente do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Anhanguera, Lucas Oberger explica que há vários fatores para o aumento do valor e consumo de energia, um deles é realmente o calor e a questão de muita gente ficar em casa por ser período de férias, mas também a questão das bandeiras tarifárias. “Fora os impostos que são cobrados em cima do valor final. Quanto maior o consumo, mais impostos serão cobrados”, explica.

Ainda conforme explica o docente, o valor da tarifa cobrada por kw/h não é a mesma para toda a população, o valor muda conforme o modo de entrada (monofásico, bifásico, trifásico) e também de acordo com a potência solicitada no dia em que foi pedida a ligação.

Lucas ainda dá dicas de como a população pode economizar. Um dos principais vilões, segundo ele, é o ar-condicionado. 

Quem tiver um aparelho muito antigo deve trocar, pois a tecnologia está vindo apenas nos modelos novos. Outro ponto positivo é que a vida útil do equipamento será maior. “Inverter é uma tecnologia inovadora de ar condicionado onde o mesmo controla a frequência de entrada de energia elétrica, sendo assim ele consegue aumentar a velocidade, por exemplo. A economia pode chegar a 30%”, explica.

A iluminação deve ser trocada por lâmpadas de led. “Outra coisa que costumo fazer é a instalação de um equipamento chamado analisador de energia. Ele aponta possíveis fugas de eletricidade”, conta. 

Outro grande vilão é o chuveiro e equipamentos que aquecem como chapinha, secador de cabelo, e secadoras de roupas que consomem muita energia. “O chuveiro, por exemplo, deve ser utilizado na água morna/fria. Quanto mais quente a água, mais energia será necessária para aquecer a mesma”, esclarece.

Ao contrário que muita gente pensa, o ventilador consome bem menos energia e se possível, o aparelho deve ser a 1° opção se a questão é economizar. “Já observei pessoas trocando o ar em salas por ventiladores de teto e obtiveram 20% de economia”, conclui.

Aumento no valor das contas de luz da Val Reis, desde setembro de 2018 (Foto: Facebook/Reprodução)
Aumento no valor das contas de luz da Val Reis, desde setembro de 2018 (Foto: Facebook/Reprodução)

A conta de energia do mês de fevereiro está chegando e tem muita gente surpresa por aí. A jornalista Val Reis de 47 anos, explica que nada mudou na sua rotina, mas as contas vêm subindo desde outubro de 2018. “Temos três pessoas em casa. Duas só ficam a noite. Meu filho que fica mais tempo, mesmo assim no período todo não mudou nada na nossa rotina. Não aumentamos os aparelhos domésticos nem mexemos na instalação”, reclama.

Ela ainda afirma que tem ar-condicionado, mas só liga a noite. Apesar de não aceitar a cobrança ela não chegou a entrar em contato com a concessionária e nem com o Procon (Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor).

Segundo a autônoma Neide Aparecida Silvério, de 57 anos, o aumento foi na conta dela foi em torno de R$ 100. Ela acredita que seja por causa do calor mesmo. “A gente economiza no chuveiro, mas gasta no ventilador. O ar-condicionado eu ligo só a noite, só que mesmo assim gasta né”, explica ela afirmando que apesar do aumento não ter sido como de outras pessoas que falam em até o dobro, ela está insatisfeita com o valor.

“Com as férias meus netos estão o dia inteiro em casa, aí é TV ligada, celular, ventilador, só que mesmo assim, veio alta”, reclama.

“Eu pagava entorno de R$ 300 esse mês veio R$ 487. Eu moro sozinho, não tem nem explicação pra esse aumento”, reclama o empresário José Motta, de 57 anos. 

Também indignado com o valor, o caixa Sidney de Souza, de 30 anos, disse que de R$ 40 o valor subiu para R$ 120. “Na minha casa só tem um ventilador. Esse problema vem se repetindo desde novembro”, diz. 

Consumo - O verão começou no dia 21 de dezembro e o calor tipo da estação já foi suficiente para o consumo de energia em Mato Grosso do Sul bater recorde. Conforme balanço da Energisa, só no mês de dezembro o aumento foi de 5%, com relação ao mesmo período de 2017.

O aumento divulgado pela concessionária de energia do Estado parece pequeno, mas seria suficiente para abastecer a cidade de Corumbá, a 419 km de Campo Grande, que possui 110 mil habitantes, por um mês.

O comportamento pode ser explicado por um aumento na temperatura média em torno de 4%, conforme o Cptec/Inpe (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos).

Com temperaturas mais elevadas, é maior o uso de aparelhos de ar condicionado e também de equipamentos de refrigeração como freezers, geladeiras, câmeras frias e ventiladores, que refletem em um maior consumo elétrico.

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