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Educação e Tecnologia

Pela 1ª vez, ensino a distância tem mais alunos que cursos presenciais no Brasil

Os estudantes estão preferindo o ensino a distância em vez dos cursos noturnos presenciais

Por Ângela Kempfer | 22/09/2025 14:56
Pela 1ª vez, ensino a distância tem mais alunos que cursos presenciais no Brasil
Sala de aula com as cadeiras vazias, em contraponto ao avanço da EAD (Foto: Paulo Francis/Arquivo Campo Grande News)

O Brasil alcançou um marco histórico no ensino superior: pela primeira vez, há mais estudantes matriculados em cursos de graduação a distância do que presenciais. De acordo com o Censo da Educação Superior 2024, divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), 50,75% dos alunos do país estudam na modalidade EAD. Os números regionais ainda não foram repassados.

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O Brasil atingiu um marco histórico na educação superior em 2024, com o ensino a distância (EAD) superando pela primeira vez o número de alunos em cursos presenciais. Segundo o Censo da Educação Superior, 50,75% dos 10,22 milhões de universitários optaram pela modalidade remota, totalizando 5,18 milhões de estudantes. A expansão do EAD foi expressiva na última década, com crescimento de 360%, enquanto os cursos presenciais registraram queda de 30%. No entanto, novas regulamentações do Ministério da Educação restringem cursos totalmente online em áreas como medicina e direito, visando preservar a qualidade da formação prática.

Dos 10,22 milhões de universitários registrados no ano passado, 5,18 milhões estavam em cursos remotos, contra 5,04 milhões no ensino presencial. A mudança reflete uma tendência que já vinha sendo observada desde 2020, quando o número de ingressantes no EAD superou o de presenciais. Agora, a virada ocorre também no total de matrículas ativas.

O levantamento mostra que 67% dos novos universitários em 2024 optaram pela modalidade online, somando 3,34 milhões de ingressantes. Já os cursos presenciais receberam 1,66 milhão de novos alunos. Nos últimos dez anos, os cursos presenciais perderam 30% das matrículas, enquanto o EAD avançou 360%.

A maior parte desse crescimento ocorreu nas instituições privadas. Quatro estados concentram quase 90% da oferta de cursos a distância: Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Segundo o Inep, o fenômeno também está relacionado à queda no número de cursos noturnos. Em 2014, havia 4 milhões de alunos nessas turmas; em 2024, restavam 2,7 milhões, queda de 33%.

A pesquisa também mostra que os estudantes estão preferindo o ensino a distância em vez dos cursos noturnos presenciais.

Apesar da consolidação do EAD, o crescimento começa a dar sinais de desaceleração. Entre 2022 e 2023, as matrículas cresceram 13,4%. De 2023 para 2024, o aumento foi de 5,6%. Uma das razões está nas novas medidas anunciadas pelo Ministério da Educação para regular a modalidade.

Um decreto assinado pelo governo federal em maio proibiu cursos 100% online em áreas como medicina, direito, odontologia, enfermagem e psicologia. Outras graduações de saúde e licenciaturas só poderão funcionar nos formatos presencial ou semipresencial. A ideia é garantir que formações que exigem prática não sejam comprometidas pela ausência de atividades presenciais.

Também foram estabelecidos limites para a carga horária remota em cursos presenciais, além da criação da categoria “semipresencial”, que combina ensino online com atividades obrigatórias em sala de aula.