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Esportes

“O Jiu-Jitsu não matou ninguém”, diz presidente de federação após crime

Renan Nucci | 20/04/2015 14:59
Fábio diz que o esporte deve ser usado como ferramenta de transformação social, e não deve ser marginalizado. (Foto: Arquivo Pessoal/Facebook)
Fábio diz que o esporte deve ser usado como ferramenta de transformação social, e não deve ser marginalizado. (Foto: Arquivo Pessoal/Facebook)

O presidente da FJJDMS (Federação de Jiu-Jitsu Esportivo de Mato Grosso do Sul), Fábio Rocha, isentou a modalidade de qualquer responsabilidade sobre o crime ocorrido na noite de sábado passado, quando o lutador Rafael Martinelli Queiroz, 27 anos, matou o eletricista Paulo César de Oliveira, 49, em um suposto ataque de fúria. “O Jiu-Jitsu não matou ninguém”, disse Rocha.

Faixa-preta e coordenador de uma academia localizada no Aero Rancho, onde mantém trabalho social com cerca de 50 crianças com idades entre seis e 12 anos, Fábio lamentou o ocorrido e disse que o esporte não pode ser marginalizado por causa do crime bárbaro. “Foi uma pessoa que, sem motivos, matou a outra. O que aconteceu não tem nada a ver com Jiu-Jitsu”, comentou.

Rocha que explica que, assim como aprendeu com seus mestres, utiliza o esporte como ferramenta de construção social, antiviolência, prezando pela disciplina, respeito ao próximo, à família e a seus superiores. “Como o nome diz, o Jiu-Jitsu é a arte suave. É um esporte de combate justo onde a pessoa pode desistir sem se machucar, onde o fraco enfrenta o forte de maneira igual. Prezamos pelo respeito mútuo, disciplina e recriminaos a violência”.

Segundo ele, quando iniciada nas primeiras idades, a modalidade pode trazer inúmeros benefícios, pois consome a energia das crianças e as ensinam a ter autocontrole. O acompanhamento escolar junto aos pais também é fundamental. “Se não vai bem na escola ou se dá trabalho em casa, o aluno leva gancho e não compete. Ouvi vários pais dizendo que os treinamentos têm surtido efeito positivo no comportamento de seus filhos”explicou.

Sobre o crime cometido por Rafael, Rocha comenta: “É uma pena ele ter usado de seu porte físico (dois metros de altura e 140 quilos) para fazer o que fez. Não podemos dizer que ele fez o que fez só porque é lutador. Todo dia vemos advogados, empresários, professores e outras pessoas cometendo crimes. Por esta razão não é justo culpar, com base em fatos isolados, um esporte que traz benefícios para inúmeras pessoas”.

Crime - Após discutir com a namorada por ciúmes na noite de sábado (18), Rafael passou a agredi-la em um dos quartos do Hotel Vale Verde, na Avenida Afonso Pena, onde estavam hospedados. Amedrontada, a mulher de 24 anos fugiu pelos corredores pedindo ajuda, e foi perseguida. Durante o trajeto, enquanto destruía tudo o que via pela frente, Rafael se deparou com Paulo César observando pela fresta da porta, e o atacou violentamente, matando-o. Ele foi preso em flagrante.

O lutador paulista, natural de Araçatuba (SP), mas radicado em Valparaíso (SP), foi campeão mundial em 2008 e era considerado um exemplo dentro dos tatames. Ele estava em Campo Grande para participar da 2ª edição do Indoor Black Belt de Jiu-Jitsu, evento realizado pela FJJDMS. No entanto, por apresentar certo descontrole emocional no dia do combate, foi barrado pela organização.

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