Ciclista amputado se prepara para encarar prova de superação no Mountain Bike
Gilvan aproveitou o período de férias para se dedicar a treinos com percurso de 32 até 100 km por dia
RESUMO
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Gilvan Pereira da Silva, ciclista amputado de 42 anos, intensifica treinamentos para participar da prova de 50 km do Circuito AZ de Mountain Bike, em Jaraguari, Mato Grosso do Sul. O evento acontecerá no Quilombo Furnas do Dionísio, em 28 de setembro, com percurso desafiador em terrenos variados. Após perder a perna em um acidente de moto em 2010, Gilvan iniciou no ciclismo em 2020, quando perdeu seu carro. Hoje, é bicampeão estadual, pedala até 1.000 km mensais e inspira outras pessoas com sua história de superação. O atleta também se prepara para participar de uma corrida de 5 km usando muletas.
Experiente em provas de Mountain Bike no Mato Grosso do Sul, o ciclista amputado Gilvan Pereira da Silva, intensifica treinamentos para encarar desafio de subir serras na região do Furnas do Dionísio, em Jaraguari.
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Para o Campo Grande News, o atleta que trabalha como auxiliar administrativo na capital, informou que durante o período de férias se dedicou a intensificar os treinamentos para a prova de 50 km do Circuito AZ de Mountain Bike - Etapa Quilombo.
"Vai ser um percurso bem desafiador, já é para quem tem duas pernas, agora imagina para quem tem uma perna. Mas se desafiar é gratificante, para ver que os obstáculos não podem nos atrapalhar", declarou Gilvan.
A prova será realizada no Quilombo Furnas do Dionísio, em Jaraguari, no dia 28 setembro. De acordo com o Gilvan, a preparação está sendo feita através de treinos realizados as terças e quintas com percurso de 32 km, e aos domingos com treinos mais longos de 70 a 100 km.
"Já fiz provas no ano passado bem perto do Furnas do Dionísio, lá tem muitas subidas, e algumas tive que empurrar a Bike, e para mim é ruim estes trechos porque acaba se desgastando mais ainda", analisou o ciclista.
Conforme informações dos organizadores da prova, o Circuito AZ de Mountain Bike será realizado com diversos circuitos entre: PRÓ, SPORT, TURISMO e KIDS; as largadas serão separadas para cada categoria.
O roteiro das provas consiste em terrenos de estradas de terra, trechos de asfalto e trilhas em propriedades rurais particulares. A Largada do circuito será na rodovia MS-010, em uma Arena montada próximo a Escola da Comunidade Quilombola de Furnas do Dionísio.
História com o ciclismo - A história do Gilvan no ciclismo começou em fevereiro de 2020, a falta de transporte após perda de veículo para banco fez com que o funcionário público, atualmente com 42 anos, pegasse uma bicicleta emprestada do vizinho para usá-la inicialmente com auxílio de prótese.
"Eu tinha um carro que era financiado, não dei conta de pagar e o banco levou. Mas pensei 'cara, não vou ficar reclamando não', peguei uma bicicleta do vizinho emprestada e comecei a andar de bicicleta, treinando em um trecho de 7 km. No início eu andava usando a prótese, mas para pedalar ela atrapalha, cheguei a parar de andar por três dias, mas pensei 'Eu não vou desanimar não, vou de novo', aí comecei a fazer uma rota de três a quatro vezes na semana", contou Gilvan.
Depois de acostumar a pedalar sem a prótese, Gilvan se juntou com um amigo a criou um grupo de ciclistas para praticar o esporte em conjunto de amigos e parentes. A partir de 2021, Gilvan se aventurou em provas da modalidade Mountain Bike.
"Nas provas comecei em 2021. Todas as competições que tem, eu tô fazendo. Ano passado eu fui bicampeão estadual, sou federado pela Federação de Ciclismo".

Chegando a fazer 250 km pedalando por semana, ultrapassando até 1.000 km por mês, Gilvan também quer se aventurar em uma nova modalidade, além de andar de Bike, ele vem se preparando para correr de muleta. "Eu vou correr os 5 km da corrida do Pantanal", disse o atleta empolgado.
Gilvan também conta que sua perna foi amputada por conta de um acidente de moto que aconteceu no dia 20 de agosto de 2010, perto do terminal de ônibus da avenida Júlio de Castilho.
“Perdi a perna neste acidente de moto no dia 20 de agosto de 2010. Quando aconteceu o acidente na hora eu percebi que iria perder a perna, orei para Deus para não perder a vida. Cheguei na Santa Casa com a Pressão 6 por 5, praticamente sem vida. Mas Graças a Deus foi a perna, e não a vida”.
A história de superação do ciclista amputado também virou inspiração de vida para muitas pessoas. "Graças a Deus hoje em dia eu tô aí, virando inspiração para muitas pessoas. As pessoas me veem pedalando, e às vezes não acredita. Mas acredito que a limitação tá só na nossa cabeça, e não no corpo".