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Polícia enquadra jornalista por texto que roda no WhatsApp

Waldemar Gonçalves | 26/05/2016 07:00

Pelo WhatsApp – Recente propagação de texto via redes sociais, principalmente WhatsApp, sobre suposto esquema de corrupção envolvendo políticos virou caso de polícia em Campo Grande esta semana. A ponto de um jornalista ser levado a depor ao Garras, delegacia normalmente acionada para investigar grandes roubos ou casos de sequestros, e questionar “o procedimento de nossas autoridades estaduais”. O objetivo seria descobrir quem é o autor das denúncias.

Estado de exceção – Quem conta a história é o próprio jornalista Dante Filho, em “Estado de Exceção”, texto que divulgou ontem à tarde. Ele diz que por quase uma hora falou sobre o tal material denunciando políticos. “O delegado disse-me que no momento ‘a seringa’ estava apontada para mim. Eu ri. A situação é surreal. Perguntei para ele se não seria o caso de investigar as denúncias ali contidas. Ele me disse que isso está acontecendo em outras esferas de investigação”.

Gravidade do momento – A denúncia ao Garras foi feita no dia 23 de maio por Nelson Brandão Junior, que é servidor no Tribunal de Contas do Estado. “Espero que os profissionais de imprensa que sabem quais são os perigos das ditaduras percebam a gravidade do momento em Mato Grosso do Sul”, encerra Dante Filho, que até pouco tempo, inclusive, era assessor da conselheira Marisa Serrano, ou seja, trabalhava no próprio TCE, e já assessorou grupos políticos, entre eles o PSDB.

Uma luz nova – “Com a voz bonita e aveludada, conseguiu ser prefeito, mas agora a realidade mostra inúmeros problemas na sua gestão. A cidade precisa de uma luz nova”. A frase é do deputado estadual Coronel David (PSC), dita durante a sessão de ontem na Assembleia Legislativa, sobre o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP). À tarde, ele foi ao MPE (Ministério Público Estadual) denunciá-lo sobre o que chama de destino incerto a R$ 53 milhões arrecadados com a taxa de iluminação pública na cidade.

Moribundo – Já o alvo de Pedro Kemp (PT) foi mais uma vez o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), quem classificou de “moribundo sem credibilidade”, vaiado pelo Congresso Nacional. Para o petista, se antes Temer era conhecido como “mordomo de filme de terror”, agora parece mais um “cadáver ambulante”. Ele ainda criticou movimentos sociais que não saíram às ruas nos últimos dias. “Então era apenas contra o PT? Não contra a corrupção?”.

Sucessão natural – Em defesa de Temer saiu o presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi (PMDB). Segundo ele, todo sistema de corrupção foi dentro do governo do PT e que ainda o processo contra a presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), não foi concluído. “Quando os prefeitos foram cassados, assumiram os vices, nada mais natural que o Temer ocupe o cargo”.

Alma lavada – Ao anunciar a retomada de 44 obras paradas, o prefeito Alcides Bernal (PP) aproveitou para relembrar o passado. Segundo ele, ao ser cassado, deixou a Prefeitura com R$ 698 milhões em caixa. "Quando voltei, Campo Grande estava com nome sujo, professores em greve, salários atrasados e sem dinheiro", disse, em discurso que durou 25 minutos.

Timão – Para anunciar a "retomada do crescimento", o prefeito levou todo o secretariado a um palco montado na obra inacabada de uma unidade de saúde no bairro Zé Pereira. Quase não coube , sem contar com os comissionados de várias pastas que assistiam, fotografavam e aplaudiam efusivamente o chefe do Executivo. Era tanta autoridade que o cerimonial levou cinco minutos apenas para citar os nomes e cargos presentes.

Correção – Entre os convidados estavam ainda os vereadores Luiza Ribeiro (PPS) e o colega Cazuza (PP), que se constrangeu ao falar em nome do Legislativo. "Estamos juntos, nós da Câmara Municipal... digo, eu e a vereadora Luiza estamos com você Bernal", disse o vereador, corrigido pelo prefeito: "Não contamos com o apoio da Câmara, só de vocês dois. O resto não nos apoia". Segundo Bernal, existem "23 travestidos de vereadores que assaltaram os cofres públicos".

Justiça soberana – Em sua longa fala, Bernal enalteceu a ação do Ministério Público, Gaeco e PF no "desmantelamento" de esquema de desvio de recursos, por meio das operações Coffee Break, Lama Asfástica, Fazendas de Lama e Adna. "Campo Grande sofreu um golpe criminoso. Vários já foram ou estão na cadeia", disse, referindo-se ao ex-prefeito Gilmar Olarte (Pros) e o ex-secretário estadual de Obras Edson Giroto.

(com a redação)

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